Dois caminhos, um sonho...

Tiago de Melo

Foi realizado ontem o sorteio dos confrontos das primeiras fases da Copa Libertadores. E o resultado foi que Atlético e Cruzeiro se viram em grupos com características muito distintas. No momento, ainda não há a definição de todos os participantes 56ª edição da competição, mas uma coisa já é possível dizer: dos dois mineiros, o Cruzeiro foi o que teve mais sorte na definição dos grupos.


A Raposa levou a melhor no sorteio. Ganhou de presente um dos grupos mais acessíveis da primeira fase da Libertadores. Se perfila claramente para ser o líder do grupo 3. E tem a oportunidade de ser um dos clubes com melhor pontuação em toda a fase de grupos.

Mineros: venezuelanos na rota celeste
(Créditos: Orlando Gómez/Prensa Mineros)

O Mineros de Guayana, da Venezuela, se classificou para o torneio por ter se sagrado vice-campeão da liga de seu país na temporada 2013/2014, logo atrás do campeão Zamora. Mas a equipe não vive um bom momento: está na nona posição no venezuelano 2014/2015, com cinco vitórias, seis empates e quatro derrotas. Seus jogadores mais conhecidos são Breitner, que teve passagem pelo Santos, e Cichero, ex-Newell's Old Boys, Nantes e outras equipes. A 'Pandilla del Sur' está no torneio como figurante e chegar aos mata-matas é um sonho.

Altitude e pouca tradição

O Universitário de Sucre, clube de pouca tradição, alcançou a Libertadores após vencer o segundo campeonato boliviano de sua história. Mas o time declinou e está em oitavo lugar no atual torneio nacional, com dez derrotas em 19 jogos. Seu plantel é formado por jogadores locais e reforçado por argentinos de pouca expressão. A arma dos 'Rojos' é a altitude de 2.800 metros, o que pode fazer da equipe 'osso duro' em casa, mas exceto por isso é um adversário bastante acessível.

Altitude: reforço do Universitário Sucre
(Créditos: Universitário/Facebook/Divulgação)

A última equipe da chave virá da primeira fase, mais conhecida aqui como Pré-Libertadores. Um dos participantes do confronto está definido: o Huracán, time da segunda divisão argentina que, de forma surpreendente, venceu a Copa Argentina - algo como os títulos de Santo André e Paulista na Copa do Brasil. O rival virá do Peru. Neste momento seria o tradicional Alianza Lima, mas se o time chegar à final da liga local (precisa vencer jogo desempate ante o Sporting Cristal) irá direto para a fase de grupos. Assim, o Melgar enfrentaria o Huracán. Nenhum dos clubes em questão tem condições de enfrentar o Cruzeiro de igual para igual.

Atlético terá grupo duro

Para o Atlético a situação não será tão simples. Não se trata de um grupo particularmente complicado, porém a perspectiva é de partidas difíceis, que tornam a missão do Galo na Libertadores mais complexa do que a de seu eterno rival.

Colo-Colo: destaque chileno vem reforçado
(Créditos: Alejandra Fassi/Colo-Colo/Divulgação)

O rival mais duro do grupo é o Colo-Colo. Após cinco anos sem títulos, os Albos venceram o Clausura e lideram o Apertura, empatados com a La U, a uma rodada do fim. Comandada pelo jovem Héctor Tapia - ídolo do clube como jogador, tendo no currículo uma breve passagem pelo Cruzeiro em 2004 -, a equipe voltou a ser protagonista do futebol do Chile. Contando com atletas experientes, como o camisa 1 Villar, ex-Newell's, Estudiantes e seleção paraguaia; Fierro, ex-Flamengo, Paredes; e Beausejour, da seleção chilena e com passagens por clubes europeus, é um adversário duríssimo para qualquer equipe.

Um mexicano à brasileira

Outro adversário alvinegro é o Atlas de Guadalajara. Mesmo considerando que para a Libertadores só vão os times mexicanos que não se qualificam para a 'Concachampions', torneio que no país é mais valorizado do que a competição sul-americana, adversários do México sempre são complicados, no mínimo, pela longuíssima viagem nas partidas fora de casa. Mas o Atlas não se resume a isso. Contando com uma equipe experiente, que inclui o chileno Rodrigo Millar e o atacante Maykon Leite, ex-Santos e Palmeiras, os rojinegros deverão ser adversários duros.

Maykon Leite: brasileiro é o 10 do Atlas
(Créditos: Club Atlas Guadalajara/Divulgação)

A última vaga no grupo será ocupada por um clube colombiano, que pode ser Independiente Medellín, Santa Fé ou Atlético Huila. Nenhum deles tem a tradição de equipes como América de Cali ou Nacional de Medellín, mas no elenco dos três há jogadores talentosos e imprevisíveis. Qualquer partida contra um desses times é imprevisível, o que torna um eventual confronto bastante perigoso.

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