Raposa à caça da sintonia perdida

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Duas semanas completamente distintas marcaram o término do semestre para o Cruzeiro. Como o restante do período, elas deixaram mais dúvidas do que certezas no ambiente celeste. Algumas coisas a serem elogiadas, outras tantas a serem criticadas e muitas, mas muitas, mesmo, a serem questionadas. Torcida e clube seguem à procura de uma sintonia que, na prática, parece cada vez mais distante.


Após duas vitórias consecutivas diante de Ponte Preta e Palmeiras, com atuações razoavelmente seguras e anúncio de dois esperados reforços, o clima parecia que iria melhorar e todos tinham impressão de que o pior já havia passado. Ledo engano. Se ante a Macaca, em Campinas, e contra o atual líder do torneio, no Mineirão, a Raposa conseguiu impor seu ritmo e marcar seis gols contra somente um sofrido, o que veio a seguir voltou a deixar o torcedor, no mínimo, preocupado.

Paulo Bento encara sequência ruim
(Créditos: Marcio Cunha/Light Press)

A fragilidade do elenco aparece a cada vez que Paulo Bento precisa fazer alguma alteração inesperada. Diante da Chapecoense, o time vinha bem e batia os mandantes até que Henrique teve que ser substituído por lesão. Depois, o que vimos foi um horror. Não que o volante seja unanimidade, porém o meio-campo desmoronou e o pouco de entrosamento que havia passou a inexistir. Tanto que, mesmo sem jogar bem, a Chape chegou à virada e venceu por 3 a 2. Um balde de água fria na recuperação sonhada pelo torcedor celeste.

Novo semestre, velhos erros

No domingo, na abertura do segundo semestre, a China Azul emplacou o melhor público cruzeirense no ano. Cenário para afastar a desconfiança e continuar com tranquilidade a caminhada rumo à parte de cima da tabela. Seria, não fosse a inexplicável postura diante de um Vitória já com um a menos e com placar marcando 2 a 0. Opções erradas por parte de Paulo Bento e uma exibição lamentável de Bryan - substituído, depois, pelo não mais eficiente Allano - deixaram a equipe baiana à vontade para chegar ao empate. Foi a gota d'água para a paciência de muitos.

Cruzeiro cedeu empate aos baianos
(Créditos: Juliana Flister/Light Press)

Com julho começando e dois terços da competição a serem disputados, o Cruzeiro é uma imensa incógnita. O grupo está longe de ser bom e, a não ser que surjam oportunidades, está quase fechado. As carências, porém, saltam aos olhos e são fruto da falta de planejamento da diretoria. Bento chegou com o Brasileiro em andamento e, apesar dos erros cometidos no último duelo, está à mercê das opções que tem. Com DM cheio e sem que saibamos a real situação de peças-chave como Dedé e Manoel, temos um grupo inchado, sem identidade e que demonstra mais fragilidades do que virtudes no momento.

Por projeto em longo prazo

Espero que o restante do ano sirva, de verdade, para preparação. Que o torcedor e a diretoria não caiam no erro de querer começar tudo do zero outra vez, especulando troca de comissão técnica, por exemplo. Acredito que, em longo prazo, o trabalho do técnico português possa render bons frutos. A temporada a meu ver deve ser levada a sério, mas tendo-se em vista que a briga à qual a equipe se dispõe, por ora, não é a de ficar entre os primeiros da classificação. É preciso ajeitar a casa para, depois, querer pensar realmente grande.

Abra o olho, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

4 comentários:

  1. Quando se olha pro banco e vê-se o Alano como opção...
    Significa que o bicho tá feio. Afinal de contas, de que esse jogador joga? Vou responder, de teimoso! kkkkkkkkkkk....

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  2. A pouco tempo, o Cruzeiro tinha 3 laterais esquerdos bons, Fabrício, Mena e Pará. Agora não tem nenhum. É muita falta de planejamento.

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  3. Enquanto isso, o Cruzeiro empresta o Pará para o Furacão...

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