Em entrevista ao Blog Toque Di Letra, vice de futebol celeste
antecipa perfil de reforços para 2016: 'Jogadores para resolver'

Vinícius Dias

Na tarde de segunda-feira, dia 31 de agosto, o celular de Bruno Vicintin toca. Do outro lado da linha, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, primeiro o comunica das demissões de Vanderlei Luxemburgo e Isaías Tinoco. Depois, o convida para a função de vice de futebol. E ouve um sim. "O ponto decisivo, e que não me fez nem pestanejar, foi que eu não poderia deixar o Cruzeiro no momento em que estava. Eu queria dar exemplo, mostrar que nem tudo estava perdido", afirmou o novo homem forte do futebol celeste.


Passada a agitação dos primeiros dias, cujo roteiro incluiu contratação de Mano Menezes; ida a Campinas, onde a Raposa encarou a Ponte Preta, na quarta-feira; e coletivas no CT estrelado, Vicintin concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Toque Di Letra na sexta-feira passada. Em pauta, o bicampeonato nacional, a instabilidade da equipe na atual temporada e os planos para a sequência. "Minha preocupação é plantar coisas boas agora para colher lá na frente", destacou.

Bruno Vicintin celebra o tri em 2013
(Créditos: Arquivo Pessoal/Bruno Vicintin)

Minutos após assumir a função, o novo vice de futebol teve a missão de apresentar Uillian Correia. 18º reforço desta temporada, o volante terá de superar uma barreira: dos 16 atletas contratados no primeiro semestre, apenas quatro - Leandro Damião, De Arrascaeta, Willians e Paulo André - atuaram em pelo menos 50% das partidas do ano. Embora tenha evitado entrar em detalhes, Vicintin avaliou o cenário. "Ninguém acerta 100% das contratações. É óbvio que, se o Cruzeiro tivesse acertado, não estaria na situação em que está. Mas eu estava na base, então eu prefiro não falar, não comentar".

Diálogo base-profissional

Quando o assunto é a transição da categoria júnior para o profissional, o ex-superintendente da base vibra com os resultados. "O ano de transição não é para o atleta jogar muito, é para ele se aclimatar no profissional. Os quatro que subiram estão no caminho certo e dando resultados. Judivan, para mim, é fora de série e, junto com o Gabriel Jesus, era destaque da seleção sub-20. O Bruno Edgar tem um futuro imenso. Marcos Vinícius foi uma contratação da base, subiu e vem jogando. Allano foi titular contra a Ponte Preta", enumerou.

Dirigente ao lado de Judivan e Alisson
(Créditos: Arquivo Pessoal/Bruno Vicintin)

Perguntado sobre o modelo de gestão adotado nos dois últimos anos - o clube foi bicampeão nacional, mas fechou os dois exercícios com déficit -, Bruno fez questão de ressaltar o aspecto positivo. "O presidente do Boca Juniors que foi campeão do mundo dizia que 'ser campeão custa caro'. O Cruzeiro fez um esforço de caixa para ganhar os títulos brasileiros. Esses dois títulos, ninguém tira... As duas faixas estão aqui na parede", disse, confirmando o contraponto. "Agora, claro que a conta vem. E temos de pagar a conta das alegrias que tivemos".

'Jogadores para resolver'

Com a janela de transferências fechada e caras novas a estrear, o foco da diretoria celeste se volta para o tempo presente. "O projeto para 2016 é, primeiro, com calma, sair dessa posição em que estamos no Brasileiro. E, conseguindo ter tempo para trabalhar, nós vamos conversar com o Mano (Menezes)", afirmou. "Minha ideia é ter uma base (formada por atletas) da base, e buscar jogadores para resolver, não jogadores que sejam caros e não deem retorno em campo", completou Vicintin.

Aliança com Mattos entre 2012 e 2014
(Créditos: Arquivo Pessoal/Bruno Vicintin)

Chave no sucesso recente da base, ele não pretende se afastar da Toca I. "Eu sou vice-presidente de futebol. A base também joga futebol (risos). Claro que o meu tempo é reduzido, mas tudo na vida é equipe. A minha preocupação agora é em formar uma equipe de profissionais capacitados para administrar um clube da grandeza do Cruzeiro. Modéstia à parte, a base está bem organizada, tem diversas promessas e um dos melhores diretores de base do Brasil, que é o Klauss Câmara. Continuamos com a meta de subir, no mínimo, três por ano".

Perfil interativo no Twitter

Apontado nos bastidores como possível presidenciável no pleito de 2017, Bruno Vicintin é um dos conselheiros mais populares entre os torcedores, com 23 mil seguidores no Twitter. Perfil interativo que, segundo ele, será mantido mesmo após a ascensão no quadro diretor. "Sempre falava duas palavras para os jogadores da base que subiam: trabalho e humildade. A falta de humildade arruína as pessoas", disse, afirmando que o tradicional sorteio de ingressos voltará a ocorrer nas próximas rodadas. "Para esse jogo (diante do Figueirense), não fiz porque estava em uma semana no 'olho do furacão'".

Nenhum comentário:

Postar um comentário