Moradores de Itabirito recordam épocas de glórias no futebol;
diretor da Liga local comenta a fase de 'recuperação do brilho'


Vinícius Dias

Primeira manhã de julho. O Sol já se desabrocha no horizonte da tranquila Itabirito, na Região Central de Minas Gerais, quando pouco mais de 200 pessoas acomodam-se nas arquibancadas recém-pintadas do estádio Dr. Alberto Woods Soares, mais conhecido como Campo do União. Elas vão acompanhar o duelo entre União Sport Club e Usina Esperança Futebol Clube, válido pela 12ª rodada do Campeonato Amador de 2012. A data marca a celebração do Festival de São Pedro.


Este cenário, cujos protagonistas são os dois clubes mais tradicionais da localidade, nem de longe lembra as arquibancadas e cercanias lotadas de meados do século XX, quando aqui brilhavam figuras que, tempos depois, teriam êxito em nível nacional, como Telê Santana, técnico da seleção nas Copas de 1982 e 86; Nilson Cardoso, 11º maior artilheiro da história do Atlético; e Silvestre Martins, campeão mineiro pelo Siderúrgica, em 64. Os ventos são outros.


Clássico refaz memórias, em Itabirito
(Créditos: Vinícius Dias/Toque Di Letra)

Contudo, Wilson Roque Gurgel, 76 anos, hoje aposentado, relembra, com saudosismo, os belos tempos que viveu, quando jovem, na companhia de seus amigos. "Eu me lembro dos campos com as arquibancadas cheias. O Campo do União, em especial, recebia muitas crianças e as mulheres que acompanhavam as partidas. Clubes de várias cidades, inclusive do Rio de Janeiro, como o São Cristóvão, vinham à cidade para enfrentar o União", conta o itabiritense.

Na opinião de Gurgel, morador da cidade há mais de seis décadas, a falta de vontade dos atletas é a principal explicação para a queda técnica do esporte bretão na terra do Pastel de Angu. "Para mim, falta vontade aos jogadores daqui de Itabirito. E eles desistem muito rápido do caminho dos esportes", encerra.

Década de 1970: arquibancadas cheias
(Créditos: Arquivo Pessoal/Nilson Cardoso)

Fim de jogo. Vitória dos visitantes, por 3 a 1. O colorido da tarde toma o céu. Sob a bênção de São Pedro, trazendo a esperança. De outros dias e de um futebol lucilante, que traga consigo a áurea dos tempos passados. Tempos que, das memórias, jamais sairão. Pois, para uns, a saudade tem cor, cheiro e som.

Novo trabalho...

Árbitro amador e diretor técnico da Liga Desportiva Municipal de Itabirito, Gilberto Alves, de 49 anos, ressalta a parceria com a Prefeitura local no trabalho desenvolvido, há um ano e meio, pela atual gestão da LDMI. "A parceria que a liga desenvolve com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Esportes, é muito importante. Ela tem feito pagamento de arbitragens do campeonato e dado o respaldo para que possamos reorganizar o futebol local", afirma.

O dirigente, responsável pelo Campeonato da Cidade, classifica o futebol itabiritense como em recuperação e fala da busca por talentos. "O que nos incentiva a realizar o campeonato local, é saber que podemos buscar novos bons valores, como tínhamos no passado. Eu vejo no campeonato uma forma de os atletas participarem e, assim, enxergar um lado bom da vida: a prática de esportes", conta.

E ele já vislumbra os resultados do projeto. "Estamos, novamente, dando vida ao futebol local. E a tendência é de que, rapidamente, o futebol de Itabirito volte a brilhar", finaliza.

2 comentários:

  1. Disputei 3 "campeonatos da cidade", como é chamado o campeonato de Itabirito... A diferença do interesse do publico do primeiro e do ultimo que disputei já foi perceptivel..

    Acho que muito se deve a falta de interesse e responsabilidades de alguns jogadores..

    Vi alguns possíveis craques não vingarem por bebedeira e cigarro..

    Espero eu mesmo, depois que operar meu joelho, ajudar a resgatar p futebol de Itabirito..

    A cidade merece....

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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