Média de lesões nos
duelos entre mulheres supera a de confrontos
entre homens; maioria dos
casos ocorre no fim do primeiro tempo
Vinícius Dias
Em
que momento do jogo acontece a maior parte das lesões? Quais são os locais do
corpo mais afetados? Em relação ao diagnóstico e à gravidade, há grandes
diferenças entre o futebol masculino e o feminino? Um levantamento realizado
pela comissão médica e pelo departamento de desenvolvimento de futebol feminino
da Conmebol, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidad CEU San
Pablo, de Madrid, ajuda a responder perguntas como as citadas acima.
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Entre
2015 e 2016, foram analisadas 106 partidas de quatro competições organizadas
pela Confederação Sul-Americana - Copa Libertadores feminina, Copa América
sub-20 feminina e as masculinas Copa América de 2015 e Copa América Centenário.
Em um cenário com 1.150 atletas envolvidos, ocorreram 266 lesões, média
superior a 2,5 por jogo. O torneio com maior número de casos foi a Copa América
sub-20, disputada entre novembro e dezembro do ano passado: 99 registros.
Média de lesões entre homens é menor (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Chama
a atenção o fato de que, tanto no futebol masculino - 58 partidas analisadas -
como no feminino - 48 partidas -, os 15 minutos finais do primeiro tempo
representaram o período do jogo com maior ocorrência de lesões. De acordo com o
levantamento, nos duelos entre homens, um em cada quatro casos foi registrado
nessa faixa. O índice é ainda maior entre mulheres: 29%. Por outro lado, em
ambos os gêneros, o intervalo entre o apito inicial e o 15º minuto teve o menor
número de lesões.
Características das lesões
No
futebol masculino aconteceram, em média, duas lesões por confronto. As regiões do
corpo mais afetadas foram coxa (25,2%), cabeça e rosto (14,6%), panturrilha
(11,2%) e pé (10,3%). Apesar do menor número de casos - 115 contra 151 - na
comparação com o feminino, as lesões entre homens foram mais graves: 34%
exigiram afastamento das atividades por pelo menos dois dias. Curiosamente,
porém, em 70% dos casos de maior gravidade sequer foram marcadas faltas durante
as partidas.
(Arte: Vinícius Dias/Blog Toque Di Letra) |
A
média de lesões superou a marca de 3,1 por jogo no futebol feminino. As áreas
mais afetadas foram cabeça e rosto (22,5%), joelho (15,9%), tornozelo (15,2%) e
panturrilha (11,2%). A maior incidência de lesões entre mulheres, segundo
especialistas, se deve a fatores biomecânicos. Chama a atenção, no entanto, o fato
de que em apenas 10% dos casos registrados as jogadoras precisaram restringir
as atividades nos dias seguintes às lesões, o que indica menor gravidade nos
diagnósticos.
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