Vinícius Dias
Publicada em 30/05/2019, às 10h35
Na segunda-feira, cerca de 40 conselheiros reuniram para articular cobrança por transferência após as denúncias exibidas pela TV Globo. Nessa quarta, 84 assinaram o manifesto Pró Cruzeiro Transparente, que ainda conta com suplentes. Não são 111 com poder de voto no Conselho, como à primeira vista se interpreta, mas o número surpreendeu à diretoria, que até domingo falava em 14 conselheiros de oposição. Seis vezes menos.
Publicada em 30/05/2019, às 10h35
Na segunda-feira, cerca de 40 conselheiros reuniram para articular cobrança por transferência após as denúncias exibidas pela TV Globo. Nessa quarta, 84 assinaram o manifesto Pró Cruzeiro Transparente, que ainda conta com suplentes. Não são 111 com poder de voto no Conselho, como à primeira vista se interpreta, mas o número surpreendeu à diretoria, que até domingo falava em 14 conselheiros de oposição. Seis vezes menos.
Surpreendente
mesmo quando o documento frisa: "não somos situação nem oposição, somos
Cruzeiro". Porque, na avaliação de situacionistas ouvidos pelo Blog Toque Di Letra, o discurso é
crescente. Não à toa entre os signatários da corrente estão um dos atuais
vice-presidentes, ex-presidente, três ex-vices, ex-presidente do Conselho
Fiscal e vários ex-diretores.
A
reação da situação, que começou a ser articulada às 12h, saiu do papel à noite.
Reunião no Barro Preto. Expectativa: 220 conselheiros. Realidade: no grupo
ligado a Wagner Pires de Sá, a informação é de que, ao fim, 256 assinaram
manifesto de apoio à diretoria. Nas estimativas de conselheiros que a
presidência vê como oposicionistas, menos de 100 presentes - sendo metade conselheiros com cargos ou ligados a funcionários.
Manifesto x reunião: Conselho dividido (Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.) |
Pelo
estatuto, o Cruzeiro deveria ter 500 conselheiros, além dos beneméritos - ex-presidentes
do clube e do Conselho. Como há vacância no quadro, internamente fala-se em
410 a 430. No cenário mais positivo para a situação, pelo menos 70 não se
manifestaram.
O
número inclui o núcleo duro da ala Perrella. "Muitos ligados ao Zezé não
se manifestaram e não vão", pontuou conselheiro de longa data que
compareceu à reunião no Barro Preto. A projeção é de que, apesar do alinhamento sinalizado nos últimos meses, o ex-senador, hoje presidente do Conselho
Deliberativo, evitará se posicionar politicamente.
Em
meio a dúvidas sobre o tamanho do que se entende por oposição e sobre a força
da ala do silêncio - a maior, se considerada a contagem da, digamos, oposição
sobre a reunião dessa quarta-feira -, há duas certezas. O Conselho do Cruzeiro
está bem mais dividido do que a diretoria acreditava. E a eleição para o
centenário já começou no Barro Preto.