Victor: com cara de solução

Vinícius Dias

O problema da meta atleticana é antigo, quase crônico. Desde a saída de Diego Alves, titular absoluto do Valencia, a camisa 1 vagou. Resultou em aventuras, tentativas diversas... Até a tuitada do ousado Alexandre Kalil, que resolveu investir em Victor; titular do Grêmio, presença constante na Seleção Brasileira desde 2009.

O mercado não era bom. O alvinegro sondou Felipe, em péssima fase no Flamengo; e Orión, pouco seguro, mas titular do Boca, finalista da Copa Libertadores. Não deu jogo. Foi aí que, de novo, o presidente deu o tiro certo. Ofereceu a posse definitiva de Werley, destaque no time tricolor, e ficou com Victor.

Victor, ex-Grêmio: reforço do Galo
(Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

Que pode ser o goleiro dos raros títulos pelo Grêmio (apenas um gaúcho, em 2010), mas também a Muralha Tricolor que chegou à seleção nacional. Que pode ser o goleiro inseguro da atual temporada, mas também o que esteve entre os melhores do Brasileiro, de forma consecutiva, nos últimos três anos.

Diante de erros e acertos, Kalil opta por não se omitir.
Victor se parece com vitória. E, a princípio, é solução... 

A luta pela América

Vinícius Dias

Com aproveitamentos idênticos na atual temporada (66,7%), Corinthians e Boca Juniors iniciam, na quarta-feira, em La Bombonera, o duelo final que vale o título da Copa Libertadores de 2012. Para os paulistas, é a chance da inédita conquista na competição. Para os xeneizes é a oportunidade de igualar o feito do Independiente - sete conquistas.

Com times completos e sem grandes artilheiros, brazucas e argentinos vão a campo nas duas próximas semanas em busca de confirmar presença no Mundial de Clubes da Fifa/2012. E, sem dúvidas, os embates prometem boa dose de emoção.

Raio-X das equipes:

> O Boca Juniors disputará sua décima final de Libertadores, igualando a marca do Peñarol, do Uruguai, atual recordista. Até aqui, o time argentino jamais perdeu o título para clubes brasileiros quando fez a partida final no país do futebol.

> Invicto, dono da melhor defesa da competição (com apenas três gols sofridos) e time que mais empatou (foram cinco jogos), o Corinthians é a terceira equipe (atrás de Santos e La U) que mais marca gols nas partidas como mandante. Até o momento, foram quatorze em seis jogos. Média de 2,34/jogo.

> Há dez partidas sem perder na LA e equipe que mais vitórias somou na competição (foram oito), o Boca Juniors é o segundo time (atrás somente do Atlético Nacional, da Colômbia) que mais marcou gols em jogos como visitante. Por ora, foram oito (dois, contra o Fluminense) em seis partidas. Média de 1,34/jogo. 

E deu Boca...

Até o momento, Boca e Corinthians se enfrentaram apenas duas vezes. E quem levou a melhor foi o time portenho. Após vencer os paulistas por 3 a 1, em Buenos Aires, o clube xeneize segurou o empate por 1 a 1, em São Paulo, avançando às quartas-de-final da Libertadores de 91, conquistada pelo Colo-Colo, do Chile.

A primeira impressão...

Vinícius Dias

Recém-saído do Internacional, onde desapontou, Jô chegou ao Atlético, a pedido de Cuca, trazendo consigo alguns rótulos pouco agradáveis. Era o atacante dos raros gols - apenas seis em 36 partidas pelo colorado - e das intermináveis polêmicas. Custou caro. Parecia ser investimento arriscado. Kalil tentou a sorte...

E o avante, cria das divisões de base do Corinthians, até o momento não decepciona. Voluntarioso, se movimenta, abre espaços. Contribui demais. Nos quatro jogos em que participou, foi decisivo em quatro dos sete gols alvinegros. Marcou dois, assistiu o garoto Bernard, e sofreu o pênalti que resultou em gol de R49.

De volta à boa fase, Jô comemora
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Substituto do lesionado André, artilheiro e destaque do Galo na conquista (invicta) do campeonato estadual, ele tem cumprido as 'promessas' feitas durante sua apresentação: esquecer o passado, focar o presente e, em campo, demonstrar seu valor.

O belo começo de Jô surpreendeu até os mais otimistas.
Se a primeira impressão é a que fica, ele terá vida longa.


Em meio à descrença, times de BH iniciam bem Brasileiro;
torcedores vão do receio ao sonho da reconquista nacional

Vinícius Dias

O Cruzeiro é vice-líder, o Atlético ocupa a terceira posição. Nem mesmo o mais otimista dos torcedores mineiros previu que os times da capital, que lutaram contra o rebaixamento em 2011, se destacariam logo no primeiro mês de Campeonato Brasileiro. Contudo, após dez partidas e apenas uma derrota, eles alteraram os planos, contas, e já vislumbram a conquista do título nacional.

Antes pessimista, o jornalista e torcedor cruzeirense, Leonardo Bastos, de 34 anos, crê na possibilidade da equipe voltar a conquistar o título brasileiro. No entanto, realça a necessidade de reforços. "Acho que o clube acertou na contratação do treinador Celso Roth. Acredito que, com duas ou três contratações, principalmente para a lateral e o ataque, o time tenha reais chances de brigar no topo da tabela", afirma.

Para Bastos, a volta à capital será decisiva na boa campanha da Raposa. "O retorno para BH é fundamental e importantíssimo para que o Cruzeiro tenha um Campeonato Brasileiro mais tranquilo", diz. Ele aproveita para convocar os cruzeirenses. "Agora, é contar com o apoio da China Azul para que o novo Independência se torne de vez o caldeirão da Raposa", encerra.

O goleiro e capitão Fábio, que até o momento sofreu apenas dois gols, é apontado por Leonardo como a principal esperança do clube azul celeste. "Tranquilo, líder, profissional e, acima de tudo, excelente naquilo que faz: defender o gol celeste", observa.

CRAQUE - O Atlético é o time de Ronaldinho Gaúcho. Após rescindir com o Flamengo, de forma conturbada, o camisa 10 - agora 49 - acertou com o alvinegro e assumiu o posto de referência dos torcedores. É o que revela Victor Nassif, de 26 anos. "Ronaldinho Gaúcho, com 32 anos, ainda sim é melhor que todos os outros do atual elenco. A presença dele no grupo só tem a somar para a garotada", analisa.

Agora, o meia veste a 49 do Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

O professor, que vê a relação entre o Atlético e torcedores como parceria indiscutível, destaca a importância de realizar os jogos na capital mineira. "Voltar a BH era tudo o que o Galo precisava para voltar a brigar na ponta da tabela", conta. "Em casa, com o apoio da massa esse resultado já vem aparecendo", destaca.

Insatisfeito com os resultados alcançados nas duas últimas temporadas e com a ausência de conquistas de expressão, Nassif acredita no êxito em 2012. "A expectativa é enorme, pois o investimento feito no atual elenco é muito grande", destaca. "Com esse elenco forte, dá para brigar na ponta", acrescenta.

O centenário da redenção

Vice-campeão estadual, o América, que comemorou seu centenário no dia 30 de abril, traça metas para retornar à divisão de elite do Brasileiro em 2013. Rebaixado após má campanha na temporada 2011, o time ocupa a vice-liderança da Série B, com cerca de 76% de aproveitamento e cinco vitórias em sete jogos.

Satisfeito com a evolução do clube a partir de 2009, o contador Glauco do Carmo Xavier, de 35 anos, crê no sucesso em 2012. "Tenho uma expectativa otimista pela participação do América nesta edição do brasileiro. Confio na possibilidade de conseguirmos o acesso e de disputar o título", conta.

O torcedor, que vislumbra no Independência a oportunidade de redenção financeira do Coelho, dimensiona a importância do retorno ao estádio. "O Independência é a casa do América e do americano", afirma, com ênfase. "Seus jogadores e torcedores se identificam com o estádio e se sentem muito bem lá", completa. 

Glauco destaca o fato de o time americano contar com atletas eficientes, experientes e comprometidos. Ele acredita que Rodriguinho será o destaque na Série B. "Excelente jogador, que preenche uma função importante em que o América ficou carente durante muitos anos", analisa.

O copo que você vê...

Vinícius Dias

O cruzeirense viu e comemorou, desde a década passada, os gols de Fred, Kléber, Marcelo Ramos, Aristizábal, Deivid, Marcelo Moreno. Foram muitos, de aspecto plástico e, em boa parte, decisivos. O baiano Ramos é o sexto maior goleador da história do clube; Fred marcou mais de 50 vezes; Ari é um dos três estrangeiros que mais balançaram as redes vestindo a camisa cruzeirense.

Mas o clube viveu seus maus momentos. O torcedor sofreu com Weldon, Adriano Louzada, Reinaldo Alagoano, Adriano Chuva, Hector Tápia, Farías, Ferreira, Rômulo, Brandão, Robert, Lopes, Reis, Zé Carlos e, por que não, Edmundo. Foram poucas partidas, raros gols e um - razoável - acervo de polêmicas.

Wellington Paulista, no limite
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Hoje, quem comanda o ataque celeste é Wellington Paulista que, em três temporadas, foi do céu ao inferno. Do show na semi-final da Libertadores em 2009 aos seis meses de jejum em 2011. São 68 gols em 138 jogos; 21 na atual temporada. Todavia, convive com críticas e rótulos, como pouco decisivo, artilheiro das cobranças de pênalti...

Wellington é como um copo com água até a metade.
Para uns, está meio cheio. Para outros, meio vazio...

E aí, mata sua sede?

Três táticas, três pontos...

Vinícius Dias

Superando as projeções iniciais, o Cruzeiro de Celso Roth, ao melhor estilo mineiro, encerrou a quinta rodada do Brasileiro na vice-liderança. São 11 pontos, conquistados de forma invicta. A principal mudança no time, que 'herdou' a base construída pelo antecessor Vágner Mancini, foi tática. No sábado, contra o Figueirense, Roth variou três vezes (do 4-2-1-3 inicial ao 4-1-2-2-1 que encerrou a partida) até contemplar seu objetivo: os três pontos.

No primeiro tempo: setores distantes
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Toque Di Letra)

Nos primeiros 45 minutos, os três atacantes, distantes entre si e do meia armador, Montillo, bem marcado, pouco produziram. O volante Amaral, em má noite, expunha Mateus, lento e facilmente vencido pelo jovem Aloísio. Enquanto o time catarinense ameaçava, o Cruzeiro tentava marcar; e não conseguia atacar.

Pela esquerda, Souza foi decisivo
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Toque Di Letra)

Na segunda etapa, com a entrada Leandro Guerreiro no lugar de Amaral, a marcação cruzeirense melhorou. Mais protegidos, os laterais se tornaram perigosos nas subidas ao ataque. Souza, que substituiu Wallyson, assumiu papel decisivo: o de fazer na esquerda, o que Montillo fazia do outro lado. Deu resultado. Aos 21 minutos, ele assistiu W. Paulista, que abriu o placar no Independência.

Nos minutos finais, defesa compacta
(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Toque Di Letra)

Na dianteira do placar, Roth alterou pela segunda vez o desenho tático. Fabinho foi sacado para a entrada de William Magrão, volante/zagueiro. A Raposa se transformou em 4-1-2-2-1. O bastante para se defender bem e garantir os três pontos.

O fussbal que dá resultado

Vinícius Dias

Dois empates, uma derrota. O insucesso na Eurocopa de 2004 foi o golpe final para a saída do técnico Rud Völler e início do processo de renovação da pouco competitiva Alemanha. Com a chegada de Klinsmann, o resgate do fussbal agradável. Mas, o terceiro lugar na Copa de 2006, sediada no país, não satisfez.

Joachim Löw, homem de confiança do ex-avante do Bayern, o substituiu. Perdida no detalhe - ou na grotesca falha defensiva -, a Euro/2008 provou que estava no caminho certo. Contudo, a ordem ainda era renovar. Ozil, Neuer, Khedira, Kroos, Boateng, Badstuber e a revelação do Mundial de 2010, Müller. Pouca experiência e bastante qualidade, que significaram o terceiro lugar.

2012. A zaga, antes razoável, ganhou o ótimo Hummels, xerife do Borussia Dortmund, bicampeão da Bundesliga. 'Super Mário' Gomez confirmou seu bom momento; Ozil, o status de craque. A equilibrada Alemanha liderou o 'grupo da morte'. Não encantou. Mas se classificou, sem sustos, para a fase-final da Euro.

Quando não encanta, dá resultado: assim é a Alemanha!
Que há 22 anos não leva a Copa, e virá pronta em 2014.

R10 ainda vale a pena?

Vinícius Dias

Foram 70 jogos, 27 gols e poucas boas atuações. Ronaldinho, craque do Barcelona, não apareceu no Flamengo. Para a presidente do rubro-negro, Patrícia Amorim, pode ter valido a pena, conquanto os números provem o contrário. Uma única conquista: Campeonato Carioca de 2011, e retorno ínfimo.

O (ex?) craque errou ao preferir o agitado Flamengo ao inabalável Grêmio. Ganhou mais dinheiro, perdeu o carinho. A negativa ao clube de infância, que tanto se preparou para recebê-lo, foi o sinal de que Ronaldinho queria exposição, marketing e, se possível, pouco futebol. De fato, foi assim em terras cariocas.

O Flamengo também errou ao contratá-lo. Acreditou, sabe-se lá por que, que o (ex?) armador recuperaria a performance que não apresentava há pelo menos três temporadas. E não teve sucesso. O projeto era custoso demais para um atleta que rendia e era cobrado de menos. Terminou na Justiça.

Se faltou futebol, ainda sobram interrogações.
Ronaldinho Gaúcho ainda vale o investimento?