Depois de atuar por apenas 36 minutos no último ano, atacante,
de 28 anos, comemora o fim das lesões: 'Será um ano de vitórias'

Vinícius Dias

Em maio de 2011, quando recebeu a proposta do Santos, o maranhense Rychely, de 23 anos, sabia que aquela seria sua grande chance. "Foi uma oportunidade maravilhosa", afirma. Do Santo André, rebaixado à Série A2 do estadual, o atacante chegaria ao favorito à conquista da Libertadores. "Quando me ligaram, eu fiquei muito feliz. Atuar ao lado de craques como Neymar, Ganso e Elano foi uma experiência inacreditável... Foi muito bom para mim", relembra ao Blog Toque Di Letra.


A passagem pelo alvinegro praiano durou pouco menos de quatro meses. Tempo suficiente, porém, para ele balançar as redes pelas duas primeiras vezes em jogos de Campeonato Brasileiro e também para selar a amizade com o atual terceiro melhor jogador do planeta. "Ele (Neymar) era aquele cara que, nos treinos, brincava com todo mundo e conversava com todo mundo... O nosso grupo era muito alegre, e ele é um menino abençoado mesmo", detalha.

Rychely veste camisa do Peixe em 2011
(Créditos: Ricardo Saibun/Flickr/Santos F.C.)

Rychely, que chegou a ser apelidado de Pereirinha, devido à semelhança com o ex-santista Kléber Pereira, teve uma rápida passagem pelo Vitória, ainda em 2011, antes de se destacar no Paulista. A boa fase no primeiro semestre de 2012 com a camisa do Galo de Jundiaí chamou a atenção do Goiás, clube pelo qual o atacante maranhense conquistaria o Campeonato Brasileiro da Série B naquela temporada, ao lado de nomes como Ricardo Goulart, Iarley e Egídio.

Sequência de contusões

Com poucas oportunidades no esmeraldino, ele foi emprestado ao Ceará, em 2013, e à Chapecoense, em 2014. Desde então, passou a duelar com um obstáculo mais implacável do que os zagueiros adversários: as lesões em sequência. "Você perde um pouco a confiança, fica com medo quando volta a treinar, porque não sabe o que pode acontecer", destaca. "Eu tive problemas no tornozelo, adutor, posterior". Foram apenas nove partidas pelo Ceará e duas pela Chapecoense.

Atacante em ação pela Chapecoense
(Créditos: Chapecoense/Flickr/Divulgação)

O calvário teve seu ápice na temporada passada. Apenas 36 minutos em campo com a camisa do Red Bull Brasil, justamente contra o Santos, em jogo válido pelo Campeonato Paulista. "Logo depois disso, por infelicidade, tive uma lesão em outro lugar... O ano passado foi bem triste para mim", reconhece. Foram dez meses longe dos gramados, até receber a proposta do Tombense. "Está sendo muito gratificante treinar sem lesão. Se Deus quiser, será um ano de vitórias".

Estrutura do Tombense

Com passagens por Montedio e Tokyo, do Japão, além de 12 equipes do Brasil, Rychely se revela surpreso com a estrutura oferecida pelo clube de Tombos. "Já tinha ouvido falar, mas não conhecia... Quando cheguei aqui, tem um CT quase pronto, com campos muito bons, um estádio", elenca. "Joguei em equipe de Série B que não tinha metade do que o Tombense tem", completa ao Blog. O primeiro compromisso do Gavião Carcará será amanhã, diante do Villa Nova, em Nova Lima.

Estreia com vitória... e prejuízo

Vinícius Dias

Em campo, o América foi a única equipe mineira a triunfar na rodada de abertura da Primeira Liga. Fora das quatro linhas, entretanto, o resultado não agradou. O Coelho registrou prejuízo na partida contra o Figueirense, realizada ontem, na Arena Independência. A arrecadação foi de R$ 12 mil, enquanto as despesas totalizaram R$ 79 mil, de acordo com o presidente Alencar da Silveira Júnior. O público registrado no estádio do Horto foi de 2.127 torcedores.

Coelho bateu Figueira, ontem, por 1 a 0
(Créditos: Carlos Cruz/América FC/Divulgação)

"Um clube que disputa Série A, em uma competição importante daquela, fazer isso...", lamentou Silveira ao Blog Toque Di Letra. Essa situação, porém, não é novidade. Segundo o mandatário, o clube registrou prejuízo médio de R$ 35 mil por partida na última temporada. Nos bastidores, a diretoria estuda alternativas para modificar o cenário. "Nós vamos tentar levar a meninada ao estádio", adiantou.


Da lateral ao meio-campo, paulistano relembra trajetória no
futebol e fala sobre o Mineiro: 'No mínimo, vamos incomodar'

Vinícius Dias

Oitavas da Copa Libertadores de 2003, entre Corinthians e River Plate, no Morumbi. Aos 45', o lateral-esquerdo Roger atinge D'Alessandro. Mais do que a expulsão, o lance marcou uma reviravolta na carreira do paulistano. "Depois dali o pessoal do Corinthians me encostou um pouco. Foi quando surgiu a proposta de empréstimo do Flamengo. Eu fui, tive um ano muito bom e começaram a aparecer outras oportunidades. Com certeza, foi um fator determinante para o rumo que a minha carreira seguiu", garante, 13 anos depois, ao Blog Toque Di Letra.


Reserva em São Paulo, Roger se firmou no rubro-negro e se destacou na conquista do Carioca em 2004. O sucesso chamou a atenção do Celta de Vigo, da Espanha, equipe para a qual ele se transferiu no mesmo ano. A primeira passagem pela Europa, contudo, foi breve. Roteiro bem diferente do traçado na volta, um ano depois. "Em 2005, eu estava no Juventude, disputando o Campeonato Brasileiro, quando recebi a proposta para jogar no futebol polonês", recorda.

Roger em jogo-treino contra o Cruzeiro
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Inicialmente, ele se mostrou reticente. "Tanto que pedi passagem para ir conhecer o clube. A estrutura, muito boa, me surpreendeu bastante e eu acabei aceitando". No Legia Varsóvia, o brasileiro, também conhecido pelo sobrenome Guerreiro, deixou a lateral para atuar como meio-campista. A adaptação foi rápida: na temporada 2005/2006, ajudou o time a quebrar um jejum de três anos na liga local. "No ano seguinte, fui eleito o melhor estrangeiro em atividade no país", completa.

Da seleção polonesa à Grécia

Era o que faltava para Roger Guerreiro ganhar a confiança do técnico Leo Beenhakker e defender a seleção da Polônia. "Logo depois disso surgiu o convite para eu me naturalizar. Acabei aceitando. Fiz uma escolha certa", afirma. Pelas Águias Brancas, foram 25 exibições, quatro gols - um deles, na Eurocopa de 2008 - e seis assistências entre 2008 a 2011. O adeus à liga polonesa, no entanto, ocorreu em meados de 2009, quando assinou contrato com o AEK, da Grécia.

Em 2013, meia defendeu o Comercial
(Créditos: Gabriel Lopes/Comercial F.C.)

A volta ao Brasil foi acertada em 2013. O meia defendeu Guaratinguetá, Comercial/SP e Rio Branco/PR antes de acertar com o Aris, do Chipre, em julho último. "Tinha contrato de um ano, mas acabei entrando em acordo com o pessoal", diz, destacando o projeto do Villa Nova, clube pelo qual estreia no próximo domingo, ante o Tombense. "Nome por nome, nossa equipe tem jogadores de muita qualidade. Vamos, no mínimo, incomodar bastante no Campeonato Mineiro".

De olho na Série A nacional

Aos 33 anos, Roger revela: sonha em retornar à Série A. "Dá para jogar mais uns três, quatro anos em ótimo nível. Sempre me cuidei, nunca tive problema com noitadas e nunca ingeri álcool", diz. Ainda assim, ele vê na realidade nacional um empecilho. "Muitas portas se fecham para o jogador após os 30 anos, ainda mais no Brasil... Às vezes nem se preocupam em querer que o time vá bem. Querem que um jogador (jovem) se destaque para ser vendido", desabafa ao Blog.


Revelado pelo Atlético, meia-atacante volta a Minas após nove
anos e tem a missão de comandar o meio-campo do Tricordiano

Vinícius Dias

Em maio de 1994, quando Três Corações sediou um jogo do módulo I do Campeonato Mineiro pela última vez, Junio César Arcanjo tinha 11 anos e ainda nem havia chegado à base do Atlético. No clube alvinegro, o garoto novalimense virou Juninho e, graças ao futebol incisivo, chegou à seleção sub-20, pela qual conquistou um Mundial, e ao Velho Continente. A partir de domingo, entretanto, as trajetórias do meia-atacante e da cidade natal do Rei Pelé estarão lado a lado.


Juninho foi o principal reforço anunciado pelo Atlético Tricordiano, que vai representar Três Corações na elite estadual 22 anos após o descenso do Atlético Clube. "Na última vez que disputei o Campeonato Mineiro, em 2007, fui campeão pelo Atlético. Depois de nove anos, eu volto bastante entusiasmado", garante o meia-atacante, de 33 anos, ao Blog Toque Di Letra. Fundado em agosto de 2007, o clube alvirrubro garantiu o acesso com o vice-campeonato do módulo II em 2015.

Meia-atacante atuou no Remo em 2015
(Créditos: Clube do Remo/Divulgação)

"Estou vendo o projeto do clube com muita seriedade. O presidente tem dado todo o suporte", afirma Juninho, elogiando as condições de trabalho do CT Bola Preta, em Elói Mendes, onde o Galo fez sua pré-temporada. A estreia no estadual será neste domingo, no Estádio Elias Arbex, em Três Corações, diante do Guarani. "A gente está se preparando bem e espera fazer um bom campeonato, buscar uma vaga na Série D. Como mineiros, vamos tentar comer pelas beiradas", diz.

Duas passagens pelo Atlético

Entre 2002 e 2007, o meia teve duas passagens pelo time profissional do Atlético, com sete gols em 96 partidas. Nesse intervalo, ele chegou a ser emprestado ao Fluminense, onde foi campeão carioca em 2005. "Cheguei (ao tricolor), joguei, fui campeão. Infelizmente, no fim da temporada me machuquei. Eu tinha opção de voltar ao Atlético para fazer o tratamento, mas optei por ficar por lá. Recuperei, voltei (a jogar pelo Fluminense) em 2006 e fiquei até o fim da temporada", recorda.

Juninho, ao lado de Kléber, na seleção
(Créditos: Arquivo Pessoal/Jardel Pereira)

No ano seguinte, Juninho retornou ao Atlético, mas teve poucas chances. "Chegou um momento em que eu decidi conversar com a diretoria e pedir para ir embora". Na sequência, defendeu Nacional, de Portugal, Daegu, da Coreia do Sul, e outros cinco clubes brasileiros antes de chegar ao Remo, na última temporada. "Depois de sete anos tentando sair da Série D, nós conseguimos colocar o Remo na Série C. A gente fica marcado na história do clube", comemora.

As recordações do Mundial

O capítulo-chave da carreira do meia, porém, foi escrito em 2003. Ante a Espanha, de Andrés Iniesta, o Brasil conquistou seu quarto título Mundial sub-20. "Tive com aquela rapaziada toda... Jefferson, Fernandinho, Daniel Alves". Após 13 anos, ele reconhece que traçou caminhos bem diferentes dos ex-companheiros, mas se diz motivado. "Eu poderia estar em outros cenários, ter decolado mais, mas Deus sabe de todas as coisas... O mais importante é que estou fazendo o que mais gosto".


Do glamour de Manchester ao terceiro retorno ao Brasil, volante
recorda trajetória e prevê: 'Será uma grande experiência na URT'

Vinícius Dias

Deixar o Brasil aos 18 anos para estrear pelo Manchester United, em Old Trafford, substituindo um dos maiores nomes da história do clube. Pode soar como cena de filme de ficção. Mas, na verdade, é um dos principais capítulos da carreira de Rodrigo Possebon. "Foi minha estreia na Premier League. Eu não esperava entrar naquela partida, porque havia machucado um meia (Giggs), mas ele (Ferguson) me chamou, foi tudo muito rápido", afirma o volante ao Blog Toque Di Letra, mencionando o duelo contra o Newcastle, na temporada 2008/2009.


Em 31 meses, Possebon defendeu o time principal do United apenas oito vezes, sendo três como titular. Apesar das raras chances, o gaúcho faz uma avaliação positiva da experiência em Manchester. "Claro que não (foi um erro). Até porque me firmei lá e fiquei dois anos e meio. Não preciso nem falar do tamanho, da expressão do clube, você não consegue tantas oportunidades para jogar e uma sequência como espera pelo fato de ter muitos jogadores de qualidade", justifica.

Possebon com a camisa do Manchester
(Créditos: Reprodução/Rodrigo Possebon)

Quase seis anos após deixar os Reds, as recordações da convivência com personagens como Rooney, Ryan Giggs, Cristiano Ronaldo e o treinador escocês Alex Ferguson são as melhores possíveis. "O dia a dia, trabalhar com grandes jogadores... Cheguei bem jovem lá, o meu amadurecimento, não apenas dentro de campo, mas fora, em um país diferente. O convívio com o Ferguson e com outras pessoas do clube enriqueceu muito", diz o volante formado na base do Inter.

Volta ao futebol brasileiro

No início da temporada 2009/2010, Possebon chegou a ser emprestado ao Sporting Braga, de Portugal. No entanto, somou apenas 34 minutos em campo, antes de selar a volta ao Brasil. No Santos, que à época contava com Neymar e Ganso, dois títulos: Paulista e a Copa Libertadores, ambos em 2011. "Foi um time muito vencedor, com um ambiente ótimo, grandes jogadores e grande grupo. Só tenho memórias boas", avalia o atleta, que defendeu o Peixe por quase dois anos.

No Santos, título da Copa Libertadores
(Créditos: Rafael Miramoto/Flickr/Santos F.C.)

As portas do futebol europeu voltaram a se abrir no italiano Vicenza, em 2012. Após cinco meses, porém, o atleta retornou ao Brasil, defendendo Criciúma, Mirassol, Juventude e Náutico, até 2014. No fim de 2015, nova reviravolta. Aos 26 anos, Rodrigo deixou o Al-Riffa, do Bahrein, e assinou contrato com a URT, de Patos de Minas. "É um clube organizado. Busquei referências com alguns jogadores que conheciam e tive boas respostas... Estão se confirmando", pondera ao Blog.

'Uma grande experiência'

Na visão dele, defender o Trovão Azul significa estar em uma das maiores vitrines do futebol brasileiro. "É um dos estaduais mais fortes. Os clubes mineiros têm sido campeões (de Copa Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil) nos últimos anos. Isso mostra a força, e não só dos grandes. No ano passado, um clube do interior chegou à final (do Mineiro) e quase foi campeão. Tem tudo para ser uma grande experiência", diz. A URT estreia contra o Cruzeiro, no domingo, às 17h, no Mineirão.


De volta a Minas, volante formado na base do Cruzeiro rememora
passagem por Portugal e avalia: 'Estrutura do Uberlândia e ótima'

Vinícius Dias

Dia 11 de junho de 2003. Embalado por uma preleção histórica, Jardel, de 20 anos, subiu ao gramado do Mineirão para a sua primeira partida como titular pelo Cruzeiro: a decisão da Copa do Brasil, contra o Flamengo. 90 minutos depois, a alegria do volante tocantinense, que fora promovido ao time profissional por Luxemburgo, se somava às vozes dos quase 80 mil pagantes na comemoração do triunfo celeste. "Aquele foi o melhor ano da minha carreira", recorda Jardel ao Blog Toque Di Letra.


Mais de uma década depois, o nome do volante continua em alta com os ex-companheiros. "Nos ajudou demais em 2003 e 2004. Era peça valiosa naquele elenco. Eu confiava muito nele e me sentia protegido em tê-lo a meu lado", diz Alex, capitão da equipe que também conquistou estadual e Campeonato Brasileiro. Jardel, naquela temporada, ainda festejou o título mundial sub-20 pela seleção. Na final, triunfo ante a Espanha, de Andrés Iniesta, por 1 a 0, em Abu Dhabi.

Jardel, ao lado de Dani Alves, no Mundial
(Créditos: Arquivo Pessoal/Jardel Pereira)

"Eu sempre lembro. Alguém posta foto no Instagram, me marca. Eu era novo e, para mim, foi muito importante", revela. "Naquela época, já tinha clube querendo me comprar, assim como o Kléber foi vendido (ao Dínamo de Kiev), o Daniel Alves já jogava no Sevilla, o Alcides também (jogava no Schalke 04)", acrescenta. 13 anos e dez clubes depois, o volante acredita que, se tivesse adotado uma postura mais incisiva, sua carreira ganharia caminhos bem diferentes.

Transferência para Portugal

"O Cruzeiro me segurou e foram passando os anos", pontua Jardel, que, nos dois anos seguintes, perdeu espaço após várias trocas no comando. "Poderia ter dado um passo maior, como esses outros jogadores deram". Em 2006, a ida ao futebol europeu foi selada. No português Marítimo, ele encontrou um grupo com 15 brasileiros. "Eu imaginava que ia chegar com um pouco de moral para jogar, mas aprendi que, lá, como era novo, eles chamavam de miúdo, como se fosse juvenil".

Volante durante despedida de Alex
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

De 2008 a 2011, Jardel defendeu outras três equipes de Portugal: Estrela Amadora, Feirense e Penafiel. O retorno aos gramados brasileiros ocorreu há cinco anos. Desde então, ele acumula passagens por Caldense, Ceará, Santo André e, mais recentemente, Cabofriense. "Fiquei no Rio de Janeiro por dois anos e disputei o Carioca... Voltar ao Campeonato Mineiro, onde comecei como profissional, é uma expectativa muito boa", pontua o meio- campista, que vai defender o Uberlândia.

De volta ao futebol mineiro

No Triângulo Mineiro, o volante voltou a trabalhar com Alexandre Barroso, ex-treinador da base cruzeirense. "O Uberlândia tem uma estrutura muito boa, um ótimo CT, sem falar no Parque do Sabiá, que é um estádio muito bom para se jogar", pondera ao Blog. Campeão do módulo II no último ano, o clube alviverde fará sua estreia neste domingo, em casa, diante do Atlético. A partida começa às 19h30.


Com estratégias distintas, representantes do interior de Minas
Gerais almejam reeditar o feito do Ipatinga, campeão em 2005

Vinícius Dias

Investir em medalhões? Apostar em promessas vindas das categorias de base de América, Atlético ou Cruzeiro? Ou apostar em talentos da casa? Com planejamentos distintos, os nove clubes do interior de Minas Gerais compartilham um sonho: quebrar a hegemonia do trio de Belo Horizonte pela primeira vez na década. De Uberlândia a Juiz de Fora, passando por Três Corações, terra natal do Rei Pelé, a bola rola a partir deste domingo nos gramados mineiros.


Vice-campeã em 2015, a Caldense chega com moral sob o comando de Gian Rodrigues. O grande trunfo da Veterana é a retaguarda: titulares da defesa menos vazada da última edição - apenas seis gols sofridos em 15 partidas -, Rafael Estevam e Marcelinho retornaram ao clube. O zagueiro Paulão foi mantido. Entre as caras novas, destacam-se Thiago Marín, meia ex-Botafogo, e Bruno Bertucci, lateral-esquerdo formado nas divisões de base do Corinthians.

Marcelinho em ação pela Caldense
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Após o acesso à Série B do Brasileirão, o Tupi sonha em conquistar seu primeiro estadual. Peças como o meia Vinícius Kiss e o veterano zagueiro Fabrício Soares continuam no elenco do Galo de Juiz de Fora, comandado por Júnior Lopes, filho do lendário Antônio Lopes. Ícone local, Ademilson saiu do Tupi após oito anos. Chegaram reforços como o armador William Kozlowski, ex-Goiás, e os zagueiros Sidimar, cria das divisões de base do Atlético, e Léo Fortunato, ex-Cruzeiro.

Artilharia pesada em Tombos

Semifinalista na última edição, o Tombense aposta mais uma vez no faro de gol do avante Daniel Amorim. Com quatro gols marcados, Daniel foi o artilheiro do Gavião no estadual do último ano. Ex-volante de Cruzeiro e Corinthians, o técnico Pingo vai comandar um elenco que ganhou reforços como o arqueiro Paulo Vitor, revelado pelo Atlético, e o atacante Rychely, campeão da Copa Libertadores pelo Santos, em 2011, ao lado de Elano, Paulo Henrique Ganso e Neymar.

Soares: artilheiro a serviço do Leão
(Créditos: Villa Nova A.C./Divulgação)

Dono de cinco títulos estaduais, o Villa Nova tem como principal trunfo a experiência dos atletas. Soares, atacante ex-Cruzeiro e Fluminense, foi o destaque do período de pré-temporada. O elenco comandado por Wilson Gottardo também conta com jogadores como Roger Guerreiro, meia com passagem pela seleção polonesa; Mancini, ex-Atlético e América; e Gabriel Santos, zagueiro ex-Palmeiras e América. Revelação da edição de 2013, o volante Marcelo Rosa compõe o elenco.

Do Manchester United à URT

Após lutar contra o rebaixamento na última temporada, a URT sonha em surpreender neste ano. O principal reforço do time, que será dirigido por Ademir Fonseca, é o volante Rodrigo Possebon, ex-Manchester United e Santos. O setor defensivo conta com os experientes William Thuram, ex- Ponte Preta, e Daniel Marques, campeão da Série B pelo Atlético. Leomir, contratado junto ao Kukesi, da Albânia, será o responsável pela armação das jogadas do Trovão Azul.

Genalvo, à direita: aposta do Bugre
(Créditos: Guarani E.C./Divulgação)

Sonhando com uma vaga na Série D, o Guarani aposta na experiência do volante Genalvo, ex-Tupi. O técnico Ricardo Leão ainda conta com nomes como Carlos Renato, lateral-esquerdo ex-América, e Júnior Barros, avante formado na base do Atlético/PR. Depois da queda para a Série C, o Boa Esporte reformulou o grupo. Zagueiro ex-Goiás, Júnior Lopes é uma das caras novas. Nedo Xavier terá vários jovens à disposição. Destaque para Patrick Alan, meia emprestado pelo América.

Ano da volta à elite estadual

Campeão do módulo II no último ano, o Uberlândia será comandado por Alexandre Barroso. Campeão da Tríplice Coroa pelo Cruzeiro, em 2003, o volante Jardel é um dos destaques. Outros nomes conhecidos são Max Carrasco, volante ex-Ipatinga, e Malaquias, atacante ex-Guarani. O vice- campeão Tricordiano aposta no meia-atacante Juninho, cria da base do Atlético. O técnico Josué Teixeira ainda conta com o lateral-direito Alisson, ex-Inter, e o zagueiro Preto Costa, ex-Goiás.


Representante mineiro na competição, time comandado por Luiz
César Rocha bateu o tricolor do Rio, nesse sábado, por 3 sets a 2

Vinícius Dias

Representante de Minas Gerais na Superliga B Feminina, o Vôlei Itabirito estreou com vitória no torneio nacional, na noite desse sábado, dia 23 de janeiro. O time comandado por Luiz César Rocha bateu o Fluminense (RJ) por 3 sets a 2, parciais de 25/22, 22/25, 25/17, 20/25 e 15/10. O jogo, disputado no Ginásio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, se estendeu por mais de 2h30.

Vôlei Itabirito derrotou o Fluminense
(Créditos: Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV)

Com o resultado, o time somou dois pontos, encerrando a rodada em terceiro lugar. No próximo sábado, dia 30 de janeiro, o Vôlei Itabirito enfrentará o Uniara/Araraquara (SP), atual líder da competição. O duelo será disputado no Ginásio Poliesportivo Pedro Cardoso, às 19h.

Atlético começa com o pé direito

Alisson Millo*

Começou 2016. E em menos de duas semanas de trabalho de Aguirre, o primeiro título. Nada de grandioso, mas um troféu é sempre motivo para comemoração. Mesmo sendo uma competição amistosa, duas vitórias em dois jogos contra times de alto nível dão esperanças ao torcedor para a temporada que está por vir.


A temporada será longa, com cinco competições, talvez seis, se tudo der certo e o bi da Libertadores - que tal jogar para cima? - se concretizar. O novo treinador deve manter a base de Levir Culpi, e o elenco, com boas contratações, tende a dar conta do recado. Destaque para Hyuri, que foi bem ante Schalke 04 e Corinthians, fazendo o gol da vitória no segundo jogo. Outro que parece ser bom reforço é Cazares, meia colombiano que participou do lance do gol contra a equipe paulista e vai colocar pressão sobre Dátolo e Giovanni Augusto.

Hyuri: primeira impressão foi positiva
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Quem também mostrou bom futebol foi Lucas Cândido. Há três anos, o jovem volante dá sinais de qualidade, mas as lesões têm atrapalhado seu desempenho. Novamente recuperado, ele foi destaque contra os alemães, anotando um golaço de fora da área. Se conseguir ficar longe do DM na temporada, será um excelente reforço no elenco de Aguirre. Outro velho conhecido que está de volta ao clube é Carlinhos Neves, desta vez como coordenador técnico.

Thiago Ribeiro e Rafael Carioca

Como nem tudo poderia ser perfeito, a corneta soa especialmente para o atacante Thiago Ribeiro. Titular nos dois jogos da Florida Cup, o jogador decepcionou em ambos. Ante o Corinthians, chegou a desperdiçar chance incrível. Outro que ainda não retornou a seus melhores dias é o volante Rafael Carioca, cujo rendimento caiu desde a segunda metade do último Campeonato Brasileiro.

Florida Cup: duas partidas, um título
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Falando nisso, um atleta que merece a segunda chance é o jovem Carlos. Ao que parece, ele será finalmente aproveitado em sua função de origem, como centroavante, sendo o substituto natural de Pratto. A expectativa é de que, focado em contribuir em campo, o atacante apresente um futebol semelhante ao que demonstrou nos tempos de base, sob o comando do técnico Rogério Micale.

Treinador novo, novas funções

Se Carlos será testado onde se consagrou, Patric parece ter mudado de posição definitivamente. O ex-lateral confirmou que pretende dar trabalho aos atacantes e deve ser escalado mais avançado, como ponta direita. Na partida contra o Schalke 04 deu resultado, e ele marcou um belo gol. Que seja bem-sucedido nessa nova função. 

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Tudo azul: ano novo, vida nova!

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

O plantel do Cruzeiro para 2016 ainda não está 100% fechado, mas já é possível traçar um paralelo entre o começo deste ano e o começo do ano passado. A seguir, apresento um raio-X das expectativas, preocupações, lacunas, promessas e incógnitas celestes.


O Cruzeiro, no começo de 2015, sofreu um mini abalo sísmico, graças à debandada das principais peças do elenco bicampeão. O aclamado meio- campo foi desmanchado com as saídas de Éverton Ribeiro, Nilton, Lucas Silva e Ricardo Goulart. No ataque, perdemos Marcelo Moreno, Borges e Dagoberto. Dedé iniciou o ano no estaleiro. A lateral-esquerda se tornou ponto de interrogação após as saídas de Egídio e Samudio. O panorama apresentado não era dos mais animadores.

Em 2015, time perdeu Ribeiro e Goulart
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

No decorrer da temporada, as previsões foram se concretizando. Quando diretoria, elenco e comissão técnica finalmente alinharam as estratégias e passaram a remar na mesma frequência, as coisas começaram a melhorar. Eis que chega 2016 e o quadro é, se não melhor, no mínimo diferente do que vivemos no início da última temporada.

Saídas e ajustes no elenco

A quantidade (e qualidade) dos atletas que deixaram o elenco não é tão notável. As saídas de Leandro Damião, Júlio Baptista e Charles não devem ser tão sentidas. O único senão foi a não renovação de Ceará, o que me deixa apreensivo quanto ao lado direito da defesa. Nos últimos meses, o futebol de Mayke decaiu, e Fabiano não conseguiu se firmar. Marquinhos, peça razoavelmente importante, mas que não chamava a decisão para si, acertou com o Internacional.

Temporada marca estreia do técnico Deivid
(Créditos: Mauro Horita/Light Press)

Principal reforço do ano passado, o uruguaio De Arrascaeta deve render mais em 2016, visto que já superou a fase de adaptação e parece estar mais à vontade com a camisa azul. Ariel Cabral, de aposta a peça-chave, também deve ganhar protagonismo no grupo. Willian retomou a boa fase de outrora e, com a camisa 9, é a grande esperança de gols da China Azul. Após diversos testes e problemas, a lateral-esquerda parece, enfim, ter um novo dono: Fabrício.

Deivid e cinco caras novas

Teremos também os retornos de Alisson e Dedé. Caso os dois consigam recuperar a forma física, vão reforçar seus respectivos setores e acirrar a disputa por vagas na zaga e no meio-campo imediatamente, tornando o time mais competitivo e encorpado. De volta à Toca após um empréstimo bem-sucedido ao Sport, Élber terá nova chance de mostrar que não era apenas mais uma promessa da base.

Bom humor: Pisano é uma das caras novas
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Primeiramente, Deivid. O ex-auxiliar estreará como técnico em uma 'prova de fogo'. Se conseguir absorver bem o perfil do grupo que tem em mãos, são boas as chances de surpreender positivamente, apesar das barreiras que naturalmente encontrará. No mais, por ora, chegaram Sanchez Miño, Matías Pisano, Douglas Coutinho, Bruno Nazário e Rafael Silva. Apenas os argentinos são candidatos imediatos à titularidade. Os demais, a princípio, são peças de composição.

À espera de boas surpresas

Em resumo, o ambiente deste início de ano parece mais favorável do que esteve na temporada passada. Após muita apreensão e diversas dúvidas, 2016 pode nos reservar gratas surpresas.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!