Atlético segue devendo nos grandes jogos

Alisson Millo*

A sorte do nosso querido - às vezes nem tanto - burro falhou na quarta-feira. De maneira espetacular. Também, não há intervenção divina que supere a insistência em Patric - que, convenhamos, é alvo muito mais pelo histórico do que pelo que jogou contra o Cerro -, os três volantes em uma partida como mandante e o desempenho fraquíssimo dos principais jogadores. O gol do adversário também foi azar, visto que foi irregular, mas não dá para reclamar de resultado ruim quando a atuação é pior.


De positivo, o primeiro tempo de Cazares e a atuação consistente de Luan. E foi somente isso mesmo. No máximo, vale acrescentar mais uma boa partida de Jair, que já se credencia a tomar a vaga no meio-campo e fazer dupla (dupla, Levir, e não trio!) de volantes com Zé Welison. Novamente, dupla. Sem Elias. Sem Adilson. Dupla. De dois. Lembra quando Rafael Carioca era seu único volante, treinador? Então, é por aí, mas dessa vez um pouco mais resguardado e menos suicida no ataque.

Elenco tem sentido falta de opções
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Outro fator muito preocupante é a falta de opções no elenco. A liderança do estadual jogando quase sempre com os reservas tem, no fim, mascarado a limitação de peças do Atlético. Na quarta-feira, Nathan precisou entrar porque não tinha outro. O mesmo Nathan que nunca mostrou futebol no Galo e que, em janeiro, esteve perto de ser devolvido para o Chelsea. Chará é outro que caiu em desgraça, perdeu a titularidade no time e, quando entrou, mostrou porque agora tem começado no banco.

Esquerda: um eterno problema

Fábio Santos não tem reserva à altura. Quando chegou, foi muito bem, mas a idade está batendo. Nosso camisa 6 vem mal desde o ano passado, mas nem Carlos César improvisado, nem Hulk conseguiram fazer sombra. A bola perdida no último lance de ataque do jogo de quarta-feira foi a gota d'água para o aumento das críticas. O lateral-esquerdo do Cerro Porteño era um dos alvos, mas a diretoria do Atlético optou por não fazer o investimento. De quem foi o passe para o gol dos paraguaios? Pois é.

Atlético decepcionou no Mineirão
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Bom investimento deve ser Geuvânio. Meia-atacante que, como meia, não arma; como jogador de velocidade, não é tão veloz assim; e, como atacante, faz poucos gols. Basicamente, é o Terans brasileiro. Vem com um salário alto e capacidade, a julgar pelo que demonstrou no Flamengo, nem tão alta assim. Você lembrava que ele ainda jogava por lá? Admito que não. Flashbacks tristes de Carlos Eduardo. Talvez bom investimento seja o retorno de Hyuri. Isso mesmo, Hyuri ainda tem contrato com o Galo.

Cadê nossos reforços, Marques?

Por aqui, elogiei o trabalho do diretor de futebol Marques no início da temporada, acreditei que ele vinha observando os reforços certos. Mas chegar mesmo, não chegou nada demais à Cidade do Galo. As negociações com os irmãos Romero foram por água abaixo. Diego Tardelli acertou com o Grêmio. O jogador para brigar por posição na lateral-esquerda ninguém sabe, ninguém viu. Papagaio chegou lesionado. Bolt já se lesionou. Tirando os dois zagueiros, nenhum dos recém-contratados virou titular.

Comemorar liderança do Mineiro jogando com o time reserva é ótimo para tirar onda com os rivais, mas a verdade é que zoação não levanta caneco. Não é questão de ser obrigado a conquistar títulos, mas, no mínimo, apresentar um futebol mais competitivo para brigar por eles. E, nos grandes jogos, o time de Levir Culpi segue devendo futebol competitivo.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

3 comentários:

  1. Boa tarde!
    Finalmente um colunista isento e que sabe das coisas em se tratando de Galo!
    Parabéns!!
    Olê Marquês! Cadê você?

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  2. Diretorias não sabem montar time. DNA "Galo Doido" não ganha nada. Cadê os meias para armar e controlar o jogo, cadê o equilíbrio entre defesa e ataque? Problemas históricos do Galo. E pensar que o Rodriguinho custou metade do Chará. Mas jogador técnico não entra no radar do Galo, que prefere atacantes. Quantos meias tem na parede da sede de Lourdes?

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  3. O Atletico não está devendo não é nos grandes jogos. Está devendo ha anos. Os ultimos jogos em que vi o Atletico foi Atletico mesmo foi nos jogos da Copa do Brasil quando ganhou de Corintias, Flamengo e Cruzeiro, no mais está devendo ha muito tempo. Ficar 5o anos sem ganhar um campeonato brasileiro é demais. O problema que o Atletico não tem diretoria profissional ha decadas. Não tem um time confiável , em um treinador que parece que esqueceu tudo que sabia, pois manter num time Elias, Patrick, Fabio Santos e outros é dar sopa ao azar. Fico com dó do Luan que dá o sangue pelo time e ninguem ajuda. A torcida tambem tem culpa pos não cobra, basta o time ganhar um jogo que passa a ser considerado o melhor do mundo. Vamos cobrar uma diretoria eficiente, que não fique ano contratando um bando de enganadores que não resolvem nada. Contrate dois ou tres que vão resolver nosso problema. Dizem que não tem dinheiro, mas para pagar os come quietos tem.Não vamos ganhar nada este ainda e o risoc é grande de cair para a serie B

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