Mas isso não ocorre por acaso. Com muito
mais dinheiro que os co-irmãos continentais, os clubes brasileiros querem
enriquecer seus elencos trazendo jogadores sul-americanos. Mas não querem se
dar ao trabalho de observar esses jogadores. Então apostam em jogadores de 'grife' ou contratam baseados em DVD.
Assim, não é incomum ver jogadores em
fim de carreira chegando como se ainda estivessem no auge e outros trazidos
para exercer funções muito diferentes daquela que normalmente desempenham.
Paciência também não há: ou o jogador se destaca logo no primeiro ano no
Brasil, ou passa a ser visto como enganador.
Se tivesse observado o mercado
argentino, nenhum clube brasileiro iria atrás de Riquelme. Mas poderia tentar
um dos jovens membros do diabólico trio ofensivo do Racing (Fariña, Centurión e
Vietto), nenhum dos quais foi citado por aqui. Ou talvez o também jovem
atacante 'Chucky' Ferreyra, do Vélez.
Na verdade nem seria necessário observar
o campeonato argentino. Basta pensar no jovem Peruzzi, do Vélez, que marcou
Neymar na Libertadores com grande sucesso, e é cotado para uma vaga na seleção
principal. Ou Scocco, do Newell's, que deu a vitória à Argentina na partida
contra o Brasil, jogada na Bombonera.
Mas nem só de argentinos vive o mercado
sul-americano. É impressionante a incapacidade dos clubes brasileiros em
aproveitar os talentosos jogadores colombianos. James Rodríguez, por exemplo,
teve dois grandes anos no Banfield, da Argentina, levando o pequeno clube ao
único título nacional de sua história. Hoje é destaque no Porto e na seleção de
seu país, sem jamais ter sido cotado por aqui.
Exemplo semelhante é o de Jackson Martínez,
grande destaque do Porto e da seleção colombiana. O meia jogou por cinco anos
no Independiente Medellín sem ser notado por aqui, indo para o Jaguares do
México, clube sem tanto poder de compra, para finalmente chegar ao clube
português.
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