Vinícius Dias
De um
lado, o atual campeão da Libertadores. Do outro, o tricampeão brasileiro. A
expectativa tratava de um clássico em alto nível - e balizado pela técnica de
Ronaldinho Gaúcho e Éverton Ribeiro. Os mais de 18 mil presentes no estádio
assistiram, contudo, a um embate em que sobrou vontade, mas faltaram gols. Nas
três vezes em que a bola balançou as redes - duas com Ricardo Goulart e outra
com Jô - os lances foram bem anulados.
De
resto, uma arbitragem fraca. Igor Benevenuto distribuiu oito cartões amarelos,
anotou 56 faltas, travou o jogo. Que começou com a Raposa, sem se intimidar com
a torcida do rival, dando as primeiras cartadas. Pelo lado esquerdo, com Ceará
e Dagoberto, a equipe celeste buscava o dois contra um, para explorar as costas
do argentino Dátolo, improvisado na lateral-esquerda.
Clássico mineiro terminou em 0 a 0 (Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) |
O
Atlético respondia. Ora na bola parada de Ronaldinho Gaúcho. Ora na agilidade
de Fernandinho, que tinha em sua companhia o pouco inspirado Diego Tardelli. O
duelo, no entanto, se concentrava no meio-campo e, de lado a lado, as defesas
se impunham aos ataques. Reflexo das mudanças táticas promovidas por Marcelo
Oliveira no Cruzeiro, e do Galo 2014 - de cara e comando novos.
Galo de cara nova...
Ao
contrário de Cuca, Autuori aposta nas trocas de passes, na transição
defesa-meio-ataque, sem as ligações zaga-Jô, marca (de sucesso) da era Cuca. A
mudança requer treinamentos, adaptação, uma nova cultura. Os laterais avançam
menos. Os volantes, que antes apenas destruíam, agora iniciam a etapa de
criação. Josué, por exemplo, tem sentido dificuldades. Maus resultados são
naturais. E, talvez, o estadual seja a única hora em que é possível errar.
Rodrigo Souza: a 'sombra' de R10 (Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) |
Do
lado celeste, sem Lucas Silva e Nilton, Marcelo Oliveira teve um meio-campo de
maior marcação. Rodrigo Souza foi a surpresa, muito bem na marcação de
Ronaldinho. No ataque, Marcelo Moreno, mal diante do Real Garcilaso, acabou
barrado. Com Ricardo Goulart, sobrou movimentação e posse de bola, mas faltou
presença na área do rival, facilitando o trabalho da zaga atleticana.
Lições de lado a lado
Aquém
das expectativas, o confronto teve mais faltas que futebol. Para o Cruzeiro,
vale o alento de ter, com a bola nos pés - 55% contra 45% -, segurado o rival,
que costuma ser letal no Horto. Para o time alvinegro, o empate contra o atual
campeão brasileiro é prova, ainda que mínima, de adaptação ao estilo Autuori.
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