Vinícius Dias
Na segunda-feira, a ótima noite de Lionel Messi e o fracasso de
Cristiano Ronaldo estiveram lado a lado com a (desastrosa) arbitragem de Undiano Mallenco nas páginas dos jornais da Espanha. A marcação de três
pênaltis duvidosos e, após um dos lances, a expulsão de Sérgio Ramos tornaram
Mallenco personagem-chave na vitória do Barcelona ante o Real, por 4 a 3, no
último domingo.
Na edição de
terça-feira, o diário Marca destacou: "Cuatro errores de bulto de Ayza". A manchete fez referência à péssima arbitragem de Ayza Gámez na
vitória do Almería frente à Real Sociedad, por 4 a 3, na 29ª rodada do
Campeonato Espanhol. Uma falta "transformada" em pênalti. Dois
outros, inexistentes, assinalados. E um gol, válido, anulado. Clara
interferência no placar final.
Abaixo, zagueiro dá condição ao ataque (Créditos: Canal Youtube/Reprodução) |
Com menor destaque, é verdade, a imprensa inglesa estampou, ainda no
sábado, um erro indefensável de Andre Marriner em Chelsea x Arsenal. Ao marcar
o pênalti (existente, diga-se) que deu aos Blues
o segundo gol na histórica goleada por 6 a 0, Marriner expulsou o lateral
Gibbs. Porém, no lance, é Chamberlain quem usa a mão para evitar o gol e,
portanto, quem deveria receber o vermelho.
Erros aqui... e acolá!
Mais uma rodada de erros. De liderança perdida na Espanha, de inocente-culpado na Inglaterra - que fala em introduzir mais um árbitro,
dedicado à análise de replays - e de reclamações em Minas, onde a cúpula do
América reclama da arbitragem de Cleisson Veloso no clássico contra o Atlético.
Os erros são humanos e, ao contrário do pensamento de muitos, não afetam
somente os brasileiros.
Gibbs faz pênalti, Chamberlain é expulso (Créditos: Canal Youtube/Reprodução) |
Profissionalizar pode ser meio de melhorar o planejamento e aumentar as
receitas dos árbitros - no Brasil, por exemplo, paga-se até R$ 3,5 mil por jogo
-, mas não é solução. Na Espanha, a atividade prevê um salário-fixo estimado em
15 mil euros, pagamento de direitos de imagem, além de 3,5 mil euros por duelo.
E eles erram. Na Inglaterra, exemplo de gestão, entre salários, bônus por
jogo/performance, o árbitro pode faturar 20 mil euros por mês. E somam-se os
erros.
Tecnologia: a solução
Como bem afirmou o presidente da Liga de Clubes de Portugal - por lá, os
árbitros recebem até 5 mil euros/mês -, em outubro, o problema não está na
não profissionalização, mas na gestão. No lugar de comentar os erros, é
possível, a reboque de outros esportes, pensar em tecnologia no futebol. Em
replays, chips. Nesse caso, os jogadores poderão, enfim, reassumir o
protagonismo.
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