No caminho azul da vitória

Vinícius Dias

A velocidade com que Dagoberto retomou a bola no ataque e tocou para Éverton Ribeiro finalizar em direção à meta do goleiro Pretel, logo aos 20 segundos de jogo, era o retrato de um Cruzeiro avassalador. Com cinco homens no meio-campo e quase sem ameaçar, o Real Garcilaso tirava do time azul estrelado a possibilidade do contra-ataque. A aposta de Marcelo Oliveira, com sucesso, foi na velocidade.


Mayke, pela direita, e Dagoberto, na esquerda, eram as principais válvulas de escape para encarar o meio-campo congestionado. Em noite inspirada, Éverton Ribeiro aproveitava da fragilidade dos laterais peruanos para cair pelos flancos em seus principais momentos. A intensidade ofensiva - com 18 chutes ao gol, contra um do rival - fez de Fábio mero espectador na quarta-feira celeste. Do outro lado, Pretel se esforçava para tentar evitar uma goleada.

Torcida celeste festeja classificação
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

Aos 24 minutos, o Mineirão explodiu pela primeira vez. Depois de avançar pela direita, Mayke encontrou Ricardo Goulart, que completou para o gol. Dois minutos depois, em uma das jogadas mais conhecidas e eficazes do clube estrelado, nasceu o 2º gol, de Bruno Rodrigo, de cabeça. Ainda na etapa inicial, ao melhor estilo centroavante, o 10 Júlio Baptista ampliou o marcador.

Com a bola nos pés!

A Raposa foi para o intervalo com mais de 70% de posse de bola e sem a necessidade de seguir atacando. O placar de 3 a 0 garantia a classificação, independente do placar de Defensor e Universidade de Chile, no Uruguai. Rumo ao vestiário, Júlio Baptista falava em 'transformar em gols o que o time havia sofrido no Peru'.

Júlio Baptista: um dos heróis do jogo
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

Mais que aos peruanos de Huancayo, um recado ao próprio cruzeirense. O racismo sofrido pelo volante Tinga seguia povoando a memória do elenco. Tal como a lembrança da canhota heroica de Elivélton, do atrevimento de Joãozinho ao cobrar falta que cabia a Nelinho. O Cruzeiro havia aprendido ali, de forma bem cruel, que na Libertadores há diferença entre disputar e competir.

Passo para vencer...

As mudanças após o mau início foram o começo do recomeço celeste. Da união de velocidade, técnica e raça, desde a última quinta, em Santiago. A classificação confirmou que, embora não tenha "atropelado", como previu Alexandre Mattos, a equipe aprendeu a competir. Ou seja, deu o primeiro passo para vencer.

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