Entre incertezas, uma certeza

Douglas Zimmer

Findado o primeiro turno do Campeonato Brasileiro, a torcida cruzeirense olha a tabela, avalia o desempenho do time e, no mínimo, se preocupa. A princípio, por mais que tenha sido mal gerido, o processo de remontagem do elenco não sugeria tamanho desconforto nem ao mais pessimista. As mudanças, no entanto, foram se acumulando, os erros se empilhando e a situação atual nada mais é do que um reflexo das decisões da diretoria e, mais recentemente, da comissão técnica.


O Cruzeiro chega ao mês de agosto ainda tendo atleta a estrear e outros que parecem fora de sintonia com os poucos que vêm se saindo bem. O esquema tático, a equipe titular, a proposta de jogo e as variações, por exemplo, continuam completamente nebulosos. A impressão é de que as alterações são feitas ao sabor do acaso. O discurso também tem mudado conforme o andar da carruagem. Bastam três pontos e age-se como se a equipe estivesse na disputa do título.

Fragilidade diante do vasto horizonte
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Bom, em se tratando de estatísticas, a equipe inicia o segundo turno do Brasileirão ocupando a melancólica 14ª colocação, com 22 pontos em 57 disputados - o que representa 38,6% de aproveitamento. Pouco mais da metade do que o Corinthians, líder do torneio, conseguiu até aqui. Neste panorama, a Raposa encontra-se 11 pontos abaixo do grupo dos quatro melhores, o G4, e apenas três pontos acima do grupo dos quatro piores colocados, o desesperador Z4. Em bom popularês, o Cruzeiro está mais pra lá do que pra cá.

Tetra em segundo plano

Em meio a esse cenário nada animador, o time azul estreia na Copa do Brasil, diante do Palmeiras, nesta quarta-feira. Seria uma boa válvula de escape para ampliar as pretensões do clube no ano, já projetando 2016. Seria, pois não vejo no elenco qualidade suficiente para disputar a taça à vera. O próprio Luxemburgo, na entrevista coletiva após o 0 a 0 insosso diante do Inter, no último domingo, já deixou claro que deve priorizar o Campeonato Brasileiro em virtude da perigosa situação em que o time se encontra no momento.

No Brasileiro, Raposa bateu o Verdão
(Créditos: Fred Magno/Light Press)

Enfim, concordo com ele, desde que essa prioridade dada ao Brasileiro se reflita em bons resultados em curto prazo. Um time que vem de um tetra conquistado de maneira maiúscula não pode passar pelas dificuldades que temos enfrentado. Nem mesmo um time desmanchado e descaracterizado como o Cruzeiro de 2015.

Neste contexto da mais pura incerteza, a única certeza que eu tenho é de que o Cruzeiro precisa urgentemente melhorar muito para que a situação não se agrave ainda mais.

Um comentário:

  1. O Luxa já sabia que iria perder para o Palmeiras e por isso fez sua defesa prévia dizendo que o Brasileirão é prioridade.
    Cruzeiro será rebaixado esse ano pela incompetência da Diretoria e dos jogadores. O técnico não está aí para ensinar os jogadores profissionais a jogarem e estão muito fracos e ganhando muito.
    Façam contratos por produtividade que a coisa muda.

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