No ritmo de Robinho, Galo avança

Alisson Millo*

O ano era 2002, o técnico era Celso Roth e, depois de um longo período nas categorias de base, o habilidoso jovem Róbson fazia sua estreia pelo profissional do Santos na histórica Vila Belmiro. Neste domingo, 14 anos depois, o atacante volta mais uma vez ao palco de suas maiores alegrias, mas pronto para viver uma sensação diferente. Pela primeira vez, o agora craque atleticano vai enfrentar seu clube de formação - e do coração. E a recepção promete ser nada calorosa.


Tudo porque, no início deste ano, Robinho negociava com Santos e Galo, mas escolheu não retornar pela terceira vez ao Peixe. A torcida da equipe praiana viu a recusa como ofensa e deve protestar, chamando o atleta de mercenário. Detalhes à parte, melhor para nós. O camisa 7 foi o artilheiro atleticano no Campeonato Mineiro e, no Brasileiro, é o goleador e líder em assistências. Em campo, Robinho tem sido o principal nome de um elenco recheado de estrelas.

Talento em campo e alegria fora dele
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Além da qualidade técnica - bem acima da média -, mostra versatilidade e bastante aplicação tática. Aberto na esquerda, onde rende mais, Robinho também volta para ajudar na marcação perto do lateral e dos volantes e é uma excelente válvula de escape nos contra-ataques. Quando foi preciso, mesmo como armador, contribuiu com bons passes. Mas o destaque é o entrosamento com Fred e as trocas de posição que, às vezes, colocam o camisa 7 como centroavante, confundindo a marcação.

De artilheiro a garçom

Ex-Real Madrid, Manchester City e Milan, Robinho vive, hoje, talvez a sua melhor fase desde o segundo título brasileiro com o Santos, em 2004. Já bem adaptado ao esquema de Marcelo Oliveira, é peça-chave, chamando a responsabilidade mesmo em momentos difíceis, como quando o alvinegro convivia com vários desfalques. Com equipe quase completa, o ex-18º se tornou vice-líder. Muito graças às ótimas atuações de Robinho. Tomando como exemplo o triunfo sobre a Chapecoense, fez um gol e participou de outros dois: no fim, 3 a 1 para o Atlético.

Robinho comemora gol pelo Atlético
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Seja na Vila Belmiro ou na Arena Independência, que a boa fase continue, que a fila acabe e o título venha no final do ano. O time tem qualidade, o treinador já mostrou que é capaz e a massa merece. Das arquibancadas, seguiremos conjugando o verbo acreditar. Afinal, no ritmo de Robinho, o Galo avança rumo ao caneco. 

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Um comentário:

  1. Robinho terá que mostrar que é profissional e jogar, senão é melhor o Marcelo nem colocá-lo em campo, aliás sou a favor de preservá-lo nesse jogo.

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