Finalista nos Jogos de Seul com uma seleção que tinha Taffarel
e Romário, ex-treinador vê time preparado para título inédito

Vinícius Dias

Em 1988, em Seul, Carlos Alberto Silva viu seus comandados liderarem a chave que tinha Austrália, Iugoslávia e Nigéria, eliminando a Argentina nas quartas de final e a Alemanha Ocidental na semifinal, com direito a gol de Romário e três pênaltis defendidos por Taffarel. Na decisão, entretanto, a poderosa União Soviética pôs fim ao sonho dourado do futebol brasileiro. 28 anos depois, a expectativa do ex-treinador mineiro é de que o Brasil, enfim, chegue ao topo do pódio neste sábado. A final contra a Alemanha começa às 17h30, no Maracanã.


"A seleção que hoje vai disputar a medalha de ouro é muito boa. A vitória depende do momento, da concentração. Respeitando a equipe adversária, eu sinto que o Brasil tem totais condições de conseguir", afirma ao Blog Toque Di Letra. Com 77 anos e uma história de mais de três décadas no futebol, Silva crê que, até aqui, o objetivo foi cumprido. "O início de toda competição é muito difícil", pontua ao ser questionado sobre os empates contra África do Sul e Iraque, em Brasília.

Neymar e Gabriel Jesus: dupla dourada
(Créditos: Lucas Figueiredo/MoWA Press)

O duelo desta tarde marca o reencontro entre Brasil e Alemanha 774 dias após o 7x1 na Copa de 2014, no Mineirão. Apesar da relevância do título olímpico, inédito para duas das seleções mais vezes campeãs mundiais, o ex-treinador rejeita o rótulo de revanche. "O Brasil não pode ir com esse intuito. Tem que pensar que vai disputar uma medalha. O que já passou não volta. É preciso ter uma melhoria no futebol brasileiro para enfrentar ocasiões como essa e saber distinguir", argumenta.

Prata e legado em Seul

A exemplo do enredo desta edição, Carlos Alberto teve dificuldades para fechar a lista olímpica em 1988. "Dois jogadores (Ricardo Gomes e Valdo) que pertenciam ao Benfica não foram liberados. Alguns tiveram pequenos problemas físicos", diz. O maior legado, além da prata, foi a oportunidade para sete atletas que, a seguir, disputariam Copas do Mundo. "A seleção deixou uma imagem muito boa, e cumprimos o nosso papel", considera o mineiro, acreditando que a trajetória possa se repetir, no futuro, com os comandados de Rogério Micale.

Carlos Alberto Silva em visita à CBF
(Créditos: CBF TV/Reprodução)

Embora naquele período fosse vedada a convocação de jogadores que já tivessem atuado em Copa do Mundo - regra que tiraria Neymar da atual disputa, por exemplo -, o time de Seul é tido como o melhor da história olímpica do Brasil. "Era uma seleção muito boa, os atletas me entenderam bem", concorda o ex-comandante. "No último jogo, infelizmente, tivemos falhas por parte da administração que dificultaram a conquista", avalia. A expectativa é de um sábado perfeito. E dourado.

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