Vinícius Dias
Abro
os olhos e, em seguida, visualizo duas mensagens de leitores deste Blog. A primeira delas, enviada por
volta das 3h30, cita o pouso forçado. A segunda, mais atualizada, fala em
desastre. Tentei, em vão, crer que o fim do sonho fosse somente um pesadelo.
Sim,
sonho! Não nasci em Chapecó, infelizmente jamais estive na Arena Condá que
pulsa além dos limites de uma cidade de interior e, na infância, não vesti
aquela camisa. Mas, há algumas semanas, isso se tornou detalhe. Muito além do
clichê, a Chapecoense era o Brasil. O país em que, hoje, o futebol não tem cor.
O país que é Chapecoense.
Duas
vitórias, quatro empates, duas derrotas. Sete gols marcados, quatro sofridos. A
duas partidas de um título sul-americano e de disputar a Copa Libertadores.
Prestes a viver, jogar os 180 minutos finais de um conto em que guerreiros
estavam no lugar que a literatura reserva a fadas. Apenas sete anos depois de
conquistar a Série D.
Chapecoense: tragédia na véspera da final (Créditos: Chapecoense/Flickr/Divulgação) |
Rascunhei
as primeiras palavras antes mesmo do café da manhã. Mas, na mente habituada a
leads, sobraram quês, boa parte por susto, e faltaram porquês. Sobraram
lágrimas e emoção - por poucos que conheci e vários, inclusive jornalistas, que
aprendi a admirar -, faltou razão.
Que
tal uma imunidade - neste caso, explícita e justa - a um clube que terá de se
reconstruir e, sem a ameaça de rebaixamento, ganharia tempo? Que tal a divisão
do título da Copa Sul-Americana? Sim, faltarão várias peças-chave na foto. Mas
restarão boas recordações, inclusive a de que sobrou mérito nessa caminhada.
A
Chapecoense, verde como a esperança hoje apunhalada, resistirá!
Como catarinense, sinto-me feliz e lisonjeado por palavras tão belas.
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