Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
Caso
as projeções se confirmem nas próximas rodadas, o ano terminará de maneira
melancolicamente 'ok' para o Cruzeiro. Nada a comemorar, a não ser aquilo que
não é mais do que obrigação moral com o torcedor de um clube dessa grandeza e
tradição: a permanência na Série A. Muito pouco, pouquíssimo, quase nada. Com
toda a infraestrutura e todo o investimento disponível, o mínimo que se espera
é um desempenho, se não perfeito, pelo menos condizente com a realidade do
clube.
Muitos
atribuem a má fase - que já dura pelo menos duas temporadas inteiras - ao
terrível e paradoxal destino de quem se destaca no futebol brasileiro. Quanto
melhor o time, maior a chance de ele ser desmanchado sem dó nem piedade pelos
diversos mercados futebolísticos ao redor do mundo, com ou sem a conivência da
diretoria, já que, como sabemos, só o clube querer não basta para segurar
jogador algum. A meu ver, analisar a situação dessa forma é ser superficial
demais.
Raposa encaminhou permanência na elite (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Concordo
que seria muito difícil manter as principais peças que ajudaram a conquistar o
bicampeonato em 2013/2014. Entretanto, por todos saberem que o assédio
fatalmente iria ocorrer, esperava que o clube aproveitasse melhor a imagem e as
receitas que as conquistas acarretaram. Qual jogador não gostaria de atuar em
uma equipe com o potencial daquele Cruzeiro avassalador? As opções eram muitas,
mas as escolhas foram, em maioria, equivocadas ou precipitadas.
Na prática, só dois reforços
Sem
ser muito exigente, dá para dizer tranquilamente que, dos jogadores contratados
logo após o desmanche do time bicampeão, somente Cabral e Arrascaeta vingaram.
Pouco material humano para reforçar um elenco hoje desfigurado, mas que ganhou
praticamente tudo por dois anos seguidos - e esteve perto de conquistar mais.
Se eu listasse aqui os jogadores que não emplacaram, você, leitor, passaria
raiva. Então prefiro me ater ao fato de que quase nenhum investimento deu
retorno.
Mano comandará o Cruzeiro em 2017 (Créditos: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro) |
É
muita falta de aptidão na hora de analisar desempenho e de montar um
planejamento. Nem a transição base-profissional foi feita com clareza - e
vários atletas não tiveram as devidas chances ou foram 'queimados'. Tudo isso
aliado ao entra e sai de treinadores e à incrível diferença de discursos entre
os próprios membros do departamento de futebol, na minha opinião, são os
grandes responsáveis por essa insossa realidade na qual a equipe celeste se
encontra.
Ano novo, nova realidade?
Tenho
certeza de que o trabalho a ser realizado agora é mais difícil e mais delicado
do que aquele que haveria de ser feito ao final de 2014, mas de maneira alguma
é impossível. Porém, do mesmo modo, tenho convicção de que a diretoria tem
plena capacidade para não cometer os mesmos erros. Assim, poderemos ter um 2017
condizente com a grandeza e a história do Cruzeiro Esporte Clube.
Agora,
o jeito é terminar o ano da melhor maneira possível e começar o quanto antes a
trabalhar por um futuro mais brilhante.
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde
junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção
Fala, Cruzeirense!
Gastou quase a metade do Brasileirão para contratar um centroavante.
ResponderExcluirÁbila teve um pequeno período de adaptação. Teve em seguida uma boa média de Gol. Quando mais precisávamos dele, não jogou. O ESQUEMA MONTADO CONTRA O Grêmio era favorável a ele.