Douglas Zimmer*
Salve, China Azul!
Salve, China Azul!
Salve! Seis vezes salve. Confesso que a ficha
ainda não caiu completamente. Conforme o Cruzeiro ia avançando as fases, eu
sempre ia alimentando mais um pouquinho a esperança de ser campeão mais uma
vez. Cada minuto de bola rolando nessa Copa do Brasil foi se transformando em
um minuto de sonho que eu ia agregando às minhas noites, às vezes mal dormidas.
Até os acréscimos do jogo de quarta-feira eu ainda estava perplexo, quase que
atônito diante da iminência de levantar pela sexta vez, a segunda seguida, essa
taça que tanto tem a cara do maior de Minas. Agora, isoladamente, o Cruzeiro é
o maior campeão da Copa do Brasil e, de quebra, o time brasileiro com mais
títulos nacionais no século XXI.
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E se a Copa do Brasil tem o jeito do Cruzeiro, a
recíproca é verdadeira. O Cruzeiro deste ano parece que foi forjado
milimetricamente para essa conquista. Como quase tudo nessa vida, o resultado
não é fruto de apenas uma variável. Muitos são os responsáveis pelo título,
cada um com seu grau de importância em tempos e situações distintas. Como
corneteiro assumindo que sou, não posso deixar de reconhecer o trabalho de cada
um. A direção, por exemplo, que não raramente é alvo de críticas por minha
parte quando da montagem dos elencos e do planejamento para as temporadas,
acertou na medida certa em pontos cruciais. A manutenção de praticamente toda a
equipe que havia sido penta no ano passado e de seu comandante, bem como a
chegada de reforços pontuais como Edilson, Egídio e Barcos, especialmente, foi
de suma importância. Ponto para essa nova gestão, que começa seu trabalho muito
bem - pelo menos em termos de resultados.
Por falar em comandante, é preciso tirar o chapéu
para Mano Menezes. Soube levar o elenco quase que ao limite em todas as fases
do torneio, dando uma identidade única à equipe, unindo seu estilo defensivo a
um aproveitamento muito bom das chances dadas pelos adversários. O time estava
em sintonia perfeita com os pensamentos do treinador, muito obediente
taticamente e surpreendentemente efetivo, em especial nas partidas fora de Belo
Horizonte. A Raposa venceu todos os seus adversários longe de Minas Gerais e,
apesar de alguns sustos desnecessários, segurou a barra em casa e foi eliminando-os
um a um. Por fim, quando precisou dar início a um confronto como mandante, justamente na
grande decisão, Mano foi mais uma vez perfeito em seu esquema e montou uma
estratégia que nos permitiu um domínio quase que absoluto dos 180 minutos de
batalha.
Seis vezes Cruzeiro: torcida festejou em SP (Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.) |
O grupo de jogadores esteve, como diriam os mais
antigos, mais frio que o outro lado do travesseiro. Não consigo me recordar de
nenhum momento em que os jogadores tenham aparentado nervosismo além do natural
e falta de concentração. Seria injusto de minha parte escolher um ou dois nomes
para realçar, mas é inevitável lembrar algumas situações. Fábio foi novamente
fantástico. Os três pênaltis defendidos contra o Santos já seriam motivo
suficiente para dar a ele boa parte dos créditos. Mas ele foi além. Leo e Dedé
se mostraram muito sólidos. Uma dupla que está cada vez mais afinada e evolui
constantemente. Egídio e Edilson, ainda que não jogando seu melhor futebol,
deram a tranquilidade que faltava à defesa. Barcos foi fantástico nos jogos
contra o Palmeiras. Queimou minha língua, inclusive. Arrascaeta saiu do Japão para encerrar o último ato da conquista em Itaquera.
Enfim, é injusto de minha parte falar só de alguns nomes, mas saibam que todos
estão de parabéns e fizeram um trabalho incrível. Todos. Sem exceção.
A torcida, nossa apaixonada torcida, deu seu já
tradicional show dentro e fora de campo. Apoio e festa tanto em casa como em
terreno adversário. A esperança de se tornar o maior campeão da Copa do Brasil
estampada em cada rosto, resumida em cada gesto de fé, em cada grito de gol,
transformada em realidade na explosão do apito final e da festa que tomou conta
de Belo Horizonte e de Minas Gerais toda. Onde houver um cruzeirense nesse
mundão, haverá um incurável sonhador, um inesgotável guerreiro, um inabalável
torcedor. Durante esta conquista não foi diferente. Essa taça é para cada um
dos milhões de cruzeirenses espalhados pelo planeta. Eu, ainda que more longe
do centro desse universo tão maravilhoso, me sinto muito honrado, agradecido e
feliz por fazer parte de mais essa página.
Força, Cruzeiro!
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro
desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção
Fala, Cruzeirense!
Parabens Gaúcho! Comentário fantástico, como foi fantástico essa conquista.
ResponderExcluirConquista maravilhosa , principalmente em cima dos paulistas.
ResponderExcluirParabens. Orgulho de ter vc em nossa galeria de jogadores vencedores nesse gigante que e o Cruzeiro.
ResponderExcluirPqp,c falou bonito d+ nesse texto,absolutamente nao tenho nada a acrescentar,parabens.
ResponderExcluirBelíssimas palavras gaúcho. Crônica perfeita acerca da campanha do cruzeirão cabuloso nesta copa do Brasil. Embora sendo mineiro também moro fora de Minas,e é maravilhoso ver outras torcidas se dobrarem ao ao maior de Minas.
ResponderExcluirAssino embaixo, Gaúcho!
ResponderExcluirMais um 6x1, assim as frangas enlouquecem.
ResponderExcluirQuando foi criado o emblema do Cruzeiro, com certeza já imaginavam que o céu seria o limite.
ResponderExcluira imagem do cruzeiro resplandece viva o maior de minas
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