Vexame e frustrações: o pré-carnaval atleticano

Alisson Millo*
Publicada em 11/02/2020, às 10h20

Na chegada de Dudamel eu fiz meu dever de casa. Fui atrás, vi o que poderíamos esperar, dissertei sobre minhas expectativas. Hoje, passado quase um mês, as projeções já foram completamente quebradas e meu prognóstico parece ter sido bastante otimista. Mea culpa.


Está no texto: a perspectiva era de um time defensivo, que jogaria sem a bola, buscando o contra-ataque. O Atlético é, em teoria, um time defensivo, com três volantes, mas isso fica apenas no papel. Na prática, temos muita posse de bola. Mas é só isso mesmo. É uma troca de passes inofensiva, o time não cria, não oferece perigo, não pressiona, não cresce diante de adversários menores e é incapaz de superar retrancas, o que ficou evidente diante do Coimbra e do Tupynambás. Contra a URT foi por pouco.

Os atributos defensivos também são negados pela nossa própria defesa. Apesar de um meio-campo teoricamente pegador, a zaga está completamente exposta, e bola aérea é sempre uma dor de cabeça. Contra o Unión Santa Fe, na Sul-Americana, ficou escancarada a fragilidade do time em termos de desarme e marcação. Uma equipe pouco expressiva no futebol argentino massacrou o Atlético e já praticamente nos eliminou da competição que era tida como a mais importante da temporada.

Atlético perdeu por 3 a 0 na Argentina
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Nesta semana teremos outro adversário de menos expressão. Apesar de tradicional no futebol nordestino, o Campinense não está à altura da grandeza do Galo. E é justamente aí que a preocupação cresce. Em 2020, qual foi o grande adversário que esse elenco enfrentou? Exatamente, nenhum! Zero também é o número de partidas convincentes até aqui. E, embora estejamos no início de temporada, já tivemos o primeiro vexame.

O saldo, na segunda semana de fevereiro, já é negativo. Ninguém ainda rendeu o esperado. Ninguém ainda chamou a responsabilidade. Enquanto ficamos ao aguardo das contratações prometidas, uma parte importante deste ano já foi perdida. Se o treinador largou a seleção venezuelana por falta de profissionalismo pode ser que ele não dure muito por essas bandas, porque a imagem de amadorismo está bem latente. A tal injeção de ânimo esperada com Dudamel deve ter sido perdida por aí.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

Um comentário:

  1. Simples assim, Fora Oliveira, Di perna de Pau Santo, Yoran, Edinho ciscador. E agora para completar o Asilo recebe mais um Tardelli. É bisonho torcer para um time desses.

    ResponderExcluir