Douglas Zimmer
Após o fracasso de
Felipão na Copa do Mundo, Dunga voltou ao comando da seleção brasileira e, com
ele, novamente, as promessas de renovação e de um planejamento mais focado no
futuro. Muito além da (ultrapassada) metodologia de 'famílias', a ordem, por
ora, parece ser a da meritocracia, descartando velhas fórmulas que,
aparentemente, não têm mais o mesmo efeito de outrora.
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Na sua primeira
convocação, o técnico da Copa de 2010 mostrou algumas novidades que, se não são
a certeza de renovação, pelo menos dão novo ânimo àqueles que têm potencial
para brigar por uma vaga nas próximas partidas e competições. Antes, eles
sabiam que, mesmo que 'comessem a bola', não atingiriam os medalhões
preferidos. Dois símbolos da nova fase estão bem aqui, no Cruzeiro!
Éverton vestiu a amarelinha na sexta (Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação) |
As convocações de Éverton
Ribeiro e Ricardo Goulart não só premiaram o desempenho individual dos atletas,
mas também o excelente trabalho que tem sido realizado na Toca da Raposa II. Talvez,
não fosse a permanente busca por títulos, Dunga poderia ter convocado mais
jogadores celestes, como Fábio, Mayke ou Dedé. Mas, por enquanto, a boa notícia
é suficiente para confirmar que é, de fato, possível ir além, mesmo atuando no quase
esquecido futebol tupiniquim.
Elenco selecionável
Antes da dupla Éverton
Ribeiro e Ricardo Goulart, o último atleta celeste a vestir a amarelinha havia
sido o zagueiro Dedé, em 2013, na disputa dos amistosos contra Coréia do Sul e
Zâmbia - quando, inclusive, marcou um gol. Antes dele, no ano de 2011, o
volante Henrique fora convocado pelo então treinador, Mano Menezes, para a
disputa de um amistoso contra a seleção escocesa.
Dedé: zagueiro foi convocado em 2013 (Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação) |
Com a participação de
Éverton Ribeiro no amistoso diante da Colômbia, na última sexta-feira, no Sun
Life Stadium, em Miami, a equipe celeste esteve representada em campo pela 441ª
vez em partidas da seleção. A história teve início em 1936, quando Niginho foi
o primeiro jogador do Cruzeiro a vestir a camisa da seleção.
Histórico estrelado
Ao todo, 59 atletas
atuaram pela seleção nacional enquanto jogadores do Cruzeiro. O meio-campista
Piazza foi quem mais vezes envergou o manto pentacampeão mundial: 57 partidas.
Tostão contabiliza 36 gols vestindo a amarelinha - todos eles como jogador da
Raposa - e é, até hoje, o atleta estrelado que mais balançou as redes a serviço
da seleção, sendo o nono maior goleador geral.
Tostão: artilheiro a serviço da seleção (Créditos: Curta Circuito/Divulgação) |
Clubismo à parte, gostei
bastante do pouco tempo que Ribeiro esteve no gramado. Ele entrou no jogo aos
26 minutos da etapa final, substituindo Oscar e, prontamente, deu mais
mobilidade ao meio-campo. Uma de suas principais características, o drible
incisivo e agudo, foi muito explorada e o jogador conseguiu boas e belas
jogadas, sempre buscando o ataque. Foi dos pés dele que surgiu a falta que
culminou no gol marcado por Neymar, aos 38 minutos.
Na trilha do sucesso
Além da nítida
valorização que os jogos pela seleção brasileira trazem, a motivação e a busca
para que isso se torne uma constante dão novo gás aos atletas. Sinto,
especialmente no caso de Éverton Ribeiro, que a gana por desafios cada vez
maiores está latente na forma como atua. Goulart, embora ainda não tenha sido
utilizado, também possui características que podem ser úteis a Dunga.
Goulart: destaque do líder do Brasileirão (Créditos: Washington Alves/Light Press/Textual) |
O jogador, que surpreende
a todos com o seu desempenho ofensivo no Cruzeiro, costuma 'cair pra dentro',
como se diz na gíria dos boleiros, e é capaz de criar chances quando o
adversário marca forte e não permite o toque de bola.
Nova oportunidade
Resumindo, espero que a
dupla receba chances no amistoso desta terça, ante o Equador. Não penso nisso
pelo lado financeiro, até porque espero que ambos permaneçam no time mineiro
pelo maior tempo possível, mas sim pelo que isso representa para os dois e para
o trabalho realizado pelo técnico Marcelo Oliveira, cujos resultados, no dia a
dia, mostram estar no caminho certo.
Força, Cruzeiro!
Boa sorte, Ribeiro e
Goulart!
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