Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
Longe
de querer determinar a maneira como você, amigo leitor, e toda a torcida
celeste devem se comportar e torcer, mas penso que, apesar das
individualidades, todos nós podemos ter um pouco em comum na relação com o
Cruzeiro em 2017. Não há grandes novidades às quais precisaremos nos acostumar,
mas isso, por si só, já significa uma grande situação a ser administrada por
nós. Talvez, o grande fato novo neste ano possa ser a mudança na relação
clube-torcedor - como clube, aqui, entenda diretoria, comissão técnica e os
jogadores.
A equação diretoria + torcedor
Independentemente
do resultado das eleições que, no fim deste ano, vão determinar o futuro
presidente, está mais do que na hora de instituição e torcida se aproximarem.
Evidente que há ações com esse propósito, mas, quanto mais as partes se
propuserem a estreitar laços, melhor. Como não estou na direção, só posso fazer
a minha parte como torcedor, apoiando. Moro longe e, normalmente, só vejo o
Cruzeiro jogando fora de casa. Mas tenho certeza de que muitos que residem
pertinho, pertinho, do Mineirão gostariam de ir mais ao estádio, mas, como não
está fácil para ninguém, acabam preterindo os jogos por vários motivos.
Torcida deu show no Mineirão em 2016 (Créditos: Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro) |
O que
quero dizer com isso? Que a torcida tem o dever de ir ao estádio. Somos a alma
da equipe. Não existe futebol sem o torcedor. Porém, em contrapartida, cabe à
diretoria proporcionar isso. Cabe ao clube trabalhar alternativas para baratear
e viabilizar a presença de um maior número de torcedores, mesmo em jogos de
menor apelo, como é o caso do estadual. Tivemos péssimo aproveitamento como
mandante no Brasileirão de 2016, mesmo com a louvável insistência da torcida
cruzeirense em ir ao estádio. Duvido que esse aproveitamento melhore com menos
público cantando e apoiando a equipe nas arquibancadas.
Confiança no trabalho de Mano
Mano
Menezes terá, pela primeira vez, a chance de começar um trabalho sem estar no
'olho do furacão'. Há dois anos, veio, apagou o fogo, quase classificou o
Cruzeiro para a Copa Libertadores e foi embora de uma forma embaraçosa. O tempo
passou e, quando surgiu a chance, unindo o útil ao agradável, Mano Menezes
novamente assumiu o time em meio a uma crise técnica. Sem tanto brilho como
outrora, recuperou jogadores e terminou a temporada de maneira honrosa.
Mano Menezes: 100% no ano, até aqui (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Cabe
a nós cobrar do treinador que se dedique ao máximo para fazer por merecer a
segunda chance e que demonstre que esse início de temporada será fundamental
para que tenhamos resultados. Todos reconhecemos seu potencial e será muito
interessante vê-lo colocar em prática o que projeta para esse elenco que, desta
vez, ele ajudou a montar. Paciência com suas experiências, com suas convicções
e com seu temperamento. É isso que, se me permitem, peço a vocês. Tenho a
certeza de que ele quer, tanto como nós, que suas ideias funcionem o mais
rápido possível.
Apoio e cobrança na hora certa
Muitas
caras conhecidas, poucas contratações, algumas incógnitas e outras certezas. O
elenco do Cruzeiro é, certamente, bem mais qualificado do que nas últimas duas
temporadas e isso me leva a crer que não vamos passar pelas mesmas dificuldades
que enfrentamos recentemente. Mesmo assim, saber apoiar quando as coisas
funcionarem e, sobretudo, saber o quanto, como e de quem cobrar quando,
porventura, as coisas derem errado será fundamental neste ano.
Lucas Silva: o mais novo reforço celeste (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Os
atletas têm o dever de dar o máximo para corresponder o investimento que neles
é feito e, principalmente, a oportunidade de envergar a gloriosa camisa
celeste. O torcedor tem a obrigação de apoiar e cobrar na medida certa, sem se
iludir ou tampouco esmaecer quando vier o primeiro tropeço. Confesso que sinto
saudades da química que existia entre torcida e grupo, por exemplo, em 2013 e
2014. Uma coisa garante a outra. Resultados são importantes, mas a relação
arquibancada/gramado é fundamental. É como um círculo virtuoso: façamos nossa
parte.
Força,
Cruzeiro! Apoiar requer discernimento, filtro, e não significa aplaudir tudo o
que for feito por diretoria, comissão técnica e jogadores.
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde
junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção
Fala, Cruzeirense!
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