Alisson Millo*
Vitória
contra o Libertad, por 2 a 0, na Arena Independência. Em qualquer semana, esse
seria o destaque. Mas, com um clássico pela frente, a chave tem que estar
completamente virada e nem se pode falar em Libertadores por enquanto. Foco
total nos primeiros 90 minutos da decisão para encaminhar a conquista do
estadual e quebrar um tabu pequeno, mas bastante incômodo.
LEIA MAIS: 100% de rivalidade, zero diálogo na decisão
Perder
clássico nunca é bom e, há dois anos, o Galo vem tendo retrospecto ruim contra
o rival. Mesmo com um time superior, em teoria, os resultados não vieram e esse
é o momento perfeito para mudar isso. O Cruzeiro vai a campo desfalcado, o
Atlético terá time completo, inclusive com Marlone, que foi tão bem diante da
URT. Como diz o ditado, "quando tá valendo, tá valendo" e nada vale
mais do que ser campeão.
No 4-2-3-1, Atlético chegou à decisão (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Nas
mãos de Roger, o Atlético finalmente parece um time. No 4-2-3-1, o meio-campo
mostrou solidez na marcação e a estrela de Rafael Carioca voltou a brilhar.
Vale lembrar que, há pouco tempo, o camisa 5 era considerado o melhor volante
do Brasil, ídolo da torcida e cotado para a seleção. Se no início do ano ele
pareceu apático, agora retomou o bom futebol ao lado de Elias, com liberdade
para sair para o jogo, sua melhor característica. Tudo isso não poderia vir em
melhor hora.
Alternativas para o clássico
Outro
que pode ser decisivo na decisão é Maicosuel. Recuperado de lesão, o Mago tem
sido o ponto de equilíbrio ofensivo. Voluntarioso e com muita habilidade, tem
uma virtude única no elenco: partir para cima e buscar o drible. Por isso, pode
ser mortal em um lance individual ou puxando um contra-ataque. A exemplo de
Cazares, a quem o banco de reservas parece ter feito bem. O camisa 10 vem
entrando bem nas partidas e é o líder de assistências nesta temporada. Um
talismã para os clássicos? A torcida atleticana espera que sim.
Camisa 9 estará em campo no clássico (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Se o
óbvio para vencer qualquer jogo é fazer mais gols do que levar, o Galo tem os
melhores nomes possíveis para as duas tarefas. Com média superior a um gol por
jogo, Fred vive grande fase, possivelmente a melhor de sua carreira. Liberado
pelo TJD/MG, o camisa 9 carrega consigo as expectativas alvinegras. Lá atrás,
não um mero mortal, mas sim um santo: nas mãos abençoadas de São Victor recai a
fé da massa. Vale lembrar que, se não sofrer gols em nenhum dos dois jogos, o
Atlético será campeão. Nessa hora, um grande goleiro é mais do que importante.
Dizem
por aí que clássico não se joga, se ganha. Espero que o time dê um grande passo
neste domingo para que, daqui a duas semanas, Léo Silva levante mais um
troféu.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!
Nenhum comentário:
Postar um comentário