Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
Fim
de temporada chegando, Cruzeiro com o ano resolvido, com o próximo muito bem
encaminhado, e o torcedor inevitavelmente entra naquele período em que começa a
brincar de diretor e definir quem deve ficar, quem deve ser liberado e quem
gostaria que fosse contratado para vestir a camisa celeste. Como nosso 2018 foi
bem positivo - talvez até mais positivo do que grande parte da torcida
imaginava -, temos a tendência de achar que o elenco é muito bom e de que a
simples manutenção será suficiente para buscarmos mais conquistas no ano que
vem. Bem, em partes.
A meu
ver, o elenco é, sim, bom, mas precisa de ajustes importantes, ainda que
pontuais. A primeira coisa a ser definida, pela lógica, é a famosa barca que
deixará a Toca II ao fim deste ano. Vários nomes não se adaptaram, não tiveram
espaço ou simplesmente não têm razão prática para serem mantidos no grupo - deixando
claro, os motivos são unicamente futebolísticos, nada pessoal contra nenhum dos
atletas. Bom para o clube, que abre espaço para outros nomes, e também para os
jogadores, que podem buscar novos ares e, quem sabe, brilhar mais do que por
aqui.
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Wagner Pires: missão de ajustar elenco (Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.) |
A
lista começa com quem teve oportunidades, mas nunca ou quase nunca
correspondeu. Marcelo Hermes, Bruno Silva, Mancuello, David e Ezequiel têm um
bom número de partidas pela Raposa e quase sempre tiveram atuações abaixo do
nível dos principais jogadores. Eu poderia até incluir Edilson, mas, devido ao
alto valor investido e à dificuldade de encontrar laterais minimante confiáveis
no mercado, creio que o melhor é trabalhar o jogador para que ele retome o alto
nível demonstrado no Grêmio. Talvez eu esteja sendo exigente demais, mas um
gigante como o Cruzeiro não pode correr o risco de ter reservas imediatos que
produzem tão abaixo dos demais.
Caros e nem tão imprescindíveis
Outros
casos são mais delicados e devem ser analisados com calma. Manoel, a meu ver,
deveria buscar novos desafios. Ultimamente tenho achado o zagueiro desligado e
displicente. Hernán Barcos, cujo contrato se encerra no meio de 2019, também
ficou devendo na maioria das oportunidades que teve. Apesar de ter decidido
diante do Palmeiras na Copa do Brasil, o desempenho do argentino vem sendo
fraco - Fred, que teve um ano terrível pela grave lesão sofrida no começo da
temporada, demonstrou estar em um nível muito acima e, naturalmente, será o
titular assim que estiver 100%. Duas peças que, certamente, aliviariam a folha
do clube.
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Ezequiel não convenceu no Cruzeiro (Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.) |
Por
outro lado, não vejo o Cruzeiro fazendo extravagâncias na janela que está por
vir. A diretoria precisa olhar com muito carinho para algumas posições. O
investimento mais necessário é nas laterais. Jogadores que venham para ser
titulares ou, no mínimo, serem ameaças reais a Edilson e Egídio. Hoje, o
argentino Lucas Romero - ótimo volante - tem mais prestígio que os reservas
naturais das alas. Caso Manoel realmente saia, seria muito interessante a
contratação de um zagueiro para ser reserva imediato de Leo e Dedé e que
pudesse formar uma dupla robusta com Murilo.
Como
novamente disputaremos várias competições, é fundamental que Mano Menezes possa
mesclar a equipe sem perda de qualidade. No meio-campo, me preocupa um pouco o
fato de que Lucas Silva ficará, no máximo, até junho. Eu iria forte em busca de
alguém que chegasse para ser titular. Já no ataque, nosso setor mais numeroso,
continuo vendo a necessidade de um jogador de velocidade, que rompa as linhas
adversárias. Considerando apenas a saída de Barcos, a mais provável, não
teríamos problema com a camisa 9, o que abre espaço para o velocista que, em
tese, seria David, não fossem as péssimas apresentações e os problemas físicos.
Força,
Cruzeiro!
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!