Jogai por nós, Galo! Cantaremos por você!

Alisson Millo*
Publicada em 14/04/2019, às 11h45

Por um momento, dias depois do aniversário de 111 anos, tive a impressão de que assistiríamos à morte do Atlético. Eliminação na Libertadores com derrota para o Zamora dentro do Mineirão seria uma mancha impossível de ser retirada, seja do time, seja da instituição. Sem desrespeito à equipe venezuelana, que mostrou um futebol muito competente naquela noite, mas a disparidade técnica, histórica e, principalmente, financeira transformaria uma eventual derrota em algo altamente vexatório.


Fato é que, depois daquela partida, o futebol do Atlético acabou. Deu sinais de vida contra o Boa Esporte, mas, em retrospecto, tem mais se assemelhado a um último suspiro antes da morte anunciada do que a uma reação. Até porque ganhar de um time de terceira divisão, e com relativa facilidade, é o que se espera de um grande clube. O que não se espera é o desempenho patético que o Atlético voltou a apresentar na última quarta-feira.

Time vive situação difícil na Libertadores
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Na verdade, justiça seja feita. O desempenho patético vem desde a pausa para a Copa do Mundo de 2018. O treinador, mesmo sem peças de qualidade, era chamado de estagiário, aprendiz, eterno auxiliar. Foi pego como bode expiatório, porque não se sentia confortável em inovar na formação. Diziam os mais críticos que ele não tinha vivência e, por isso, era mais um técnico de sala de aula do que de 'beirada de campo'.

Outro técnico, mesmo problema

Saiu Thiago Larghi com o time em sexto lugar no Campeonato Brasileiro. Chegou Levir, o salvador da pátria, o treinador cascudo que sabia lidar com o grupo. O time ficou na sexta colocação até o fim, se classificando pra Libertadores na bacia das almas, graças a um gol perdido de forma inacreditável pelo Botafogo na última rodada.

Levir foi demitido depois de nova derrota
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Virou o ano e continuou a mesma coisa. O elenco, que já era velho, ficou mais velho ainda. O desempenho que era ruim continuou ou até piorou. As peças mais criticadas ainda estão aí, inclusive sendo titulares em partidas decisivas. A impressão de time mal treinado - para não dizer que não é treinado de jeito nenhum - se mantém. O presidente é o mesmo. A diretoria é, essencialmente, a mesma. O discurso, claro, não mudou. Nem a mentalidade. E, por isso, as deficiências do elenco também não.

Mas agora é clássico. Final. Quando tá valendo, tá valendo. Antes valia também, e muito, mas o resultado todo mundo viu. Falar que o rival treme para o Galo é legal, muito bonito no discurso de torcedor. Mas, seja sincero, você espera um bom resultado, uma vitória convincente? Apesar de tudo, a receita é acreditar até o fim. Porque agora é com a torcida. Jogai por nós! Como sempre, cantaremos por você, Galo!

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

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