Douglas Zimmer*
Salve, China Azul!
Salve, China Azul!
Não
quero ser pessimista nem estraga prazeres, mas o Cruzeiro vai perder. É isso
mesmo, amigo leitor. Não sei quando, nem como, nem contra quem, mas haverá o
dia em que nossos chutes não entrarão, o meio-campo não conseguirá criar em
meio à marcação adversária e nossa meta será vazada. Fiquei louco? Estou
tentando criar o caos em um ambiente tão bom como é, hoje, o da Toca II? De
jeito nenhum. Eu só gostaria de lembrar a todos, e a mim mesmo, talvez, que no
futebol nada é definitivo, nem para o bem, nem para o mal. Se hoje somos a
única equipe invicta entre as Séries A e B, é porque um longo e árduo trabalho
vem sendo feito.
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Mas,
como nem tudo são flores, chegará a hora em que seremos derrotados. Isso
diminui tudo o que foi feito até aqui? Jamais. Então quer dizer que podemos nos
conformar? De maneira alguma! Quanto mais conseguirmos adiar este fatídico dia,
melhor. Pode ser que ocorra em breve, daqui a alguns meses, ou, vai saber, só
no ano que vem. Mas vai acontecer. E aí, amigo, esteja preparado para que o
Cruzeiro seja jogado na vala comum como se fosse um qualquer. Esse tipo de
situação não pode nos afetar. Naturalmente discreto, o cruzeirense não faz questão
de badalação, status e sabe saborear muito bem as conquistas e digerir os
insucessos.
Cruzeiro chega à final no ritmo de Fred (Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.) |
Vamos trilhando nosso caminho quase
no anonimato. Quando menos esperam, lá está o Cruzeiro com um time encaixado e
equilibrado, pronto para brigar pelo topo. 2019 nem começou direito, ainda não
conquistamos nada e sequer nos classificamos para a próxima fase do principal torneio em que estamos envolvidos, mas a situação é animadora. Ou, para nós,
cruzeirenses, tranquilizante. É muito bom ver o time jogar e perceber que, além
da filosofia do treinador, muito bem executada pelos jogadores, existe ali
muito do DNA que transformou o clube no gigante que é. Defesa sólida,
meio-campo criativo e ataque eficiente. O Cruzeiro, nos últimos jogos, faz
parecer fácil.
Dias de Cruzeiro, dias de glória
Entre
tantas coisas que eu poderia citar, o que mais tem me agradado é a maturidade
da equipe. Foram poucas as vezes nos últimos jogos em que percebi algum sinal
de desequilíbrio. O Cruzeiro vem dominando os adversários sem ser burocrático e
sem ser suicida. É um equilíbrio que vai de Fábio a Fred, de Mano Menezes ao
Raposão, do torcedor à história escrita e a escrever. Vamos conquistar alguma
coisa? Não sei. Teremos esse nível de atuação em toda a temporada?
Provavelmente não. Vamos ter que suportar o incômodo de uma derrota, seja lá
quando for? Sim. Mas esse dia ainda não chegou e, se tudo der certo, ainda irá
demorar a chegar.
Torcedor celeste vem dando show (Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.) |
Por
enquanto, amigo leitor, aproveite e saboreie cada jogo, cada vitória, cada
jogada. Isso é futebol. Isso é Cruzeiro. Tire aquela onda com o desafortunado
que não tem na alma as cores do maior de Minas, mas lembre-se de que nada é
para sempre, muito menos por acaso.
Força,
Cruzeiro!
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!
Aí é Cruzeiro! Aí é DÍVIDA! Aí é CALOTE! KKKKKKKKK
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