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Vinícius Dias

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Apoio de mais, time de menos

Vinícius Dias

Nas três melhores exibições neste semestre - diante do Atlético na Arena Independência; do São Paulo no Mineirão; e do River Plate no Monumental de Nuñez -, o Cruzeiro teve menos posse de bola. A proposta de Marcelo Oliveira passava menos pelo jogo trabalhado, marca de seus times, mais pela velocidade. Pouco para o bicampeão nacional. Mas parecia suficiente para, após a vitória na Argentina, selar a classificação à semifinal da Copa Libertadores deste ano.


A menos que o River Plate fizesse um jogo perfeito. Como foi. No mesmo dia em que a Raposa fez o pior jogo no ano. O time que, em média, havia finalizado uma vez a cada 12 passes trocados na ida e a cada 11,7 ante o São Paulo, há 14 dias, precisou de 20 nessa quarta-feira. Não porque se propôs a trabalhar a bola como os argentinos, que chutaram ao gol dez vezes e marcaram três gols, trocando 218 passes, segundo o Footstats. Mas, sim, por não saber o que fazer com ela nos pés.

River teve atuação perfeita no Mineirão
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

Mesmo com apoio de mais dos torcedores - e o maior público de 2015 no estado -, o Cruzeiro foi um time de menos, a exemplo da fase de grupos. De menos inspiração, menos organização tática, menos qualidade, menos dedicação. Reflexo de um clube que fora de campo entendeu de menos o espírito da Libertadores. E que, após perder peças importantes do grupo campeão, contratou três laterais-esquerdos, mais quatro atacantes e não encontrou um meia em cinco meses.

O revés ante o River marca o fim de um semestre malsucedido.
Em que o favorito Cruzeiro teve apoio de mais, time de menos!

           
Titular da Seleção Mineira que encarou argentinos em 1965,
Silvestre revela caso inusitado e se diz confiante na Raposa

Vinícius Dias

O duelo entre Cruzeiro e River Plate, nesta quarta-feira, no Mineirão, ativa as memórias do itabiritense Silvestre Martins Fernandes, de 82 anos. Foi justamente diante do clube argentino, no primeiro capítulo da história do Gigante da Pampulha, em setembro de 1965, que o ex-meia-direita viveu um dos grandes momentos da carreira. Silvestre foi um dos personagens do jogo de inauguração do estádio, no qual a Seleção Mineira derrotou o River por 1 a 0.


Campeão estadual com a camisa do Siderúrgica, de Sabará, em 1964, o jogador foi convocado por Gérson dos Santos para a Seleção Mineira no ano seguinte, quando atuou ao lado de ícones como Dirceu Lopes, Buglê, Jair Bala e Tostão. "Foi um jogo inesquecível", comenta Silvestre, que, um dia antes, no treino apronto diante do BanLavoura, balançou as redes do estádio pela primeira vez.

Silvestre em campo pela Seleção Mineira
(Créditos: Arquivo Pessoal/Silvestre Martins)

Do confronto contra o River, no dia 05 de setembro, as lembranças são permeadas por um episódio inusitado. "Depois do jogo, fomos abraçar os atletas argentinos. Quando cheguei perto de um deles, ele disse algo em espanhol que não entendi", conta, já com sorriso no rosto. "Imaginei que ele pudesse estar me xingando, então xinguei de volta e arranquei um pedaço de grama e dei a ele", completa Silvestre, que, ao fim da conversa, ainda ouviu um 'gracias'.

'Cruzeiro vai vencer', afirma

Cruzeirense, embora tenha recusado uma oferta do clube na década de 1960, o ex-atleta demonstra confiança quando o assunto é o confronto desta noite. "O Cruzeiro vai vencer... Três a um", palpita, recusando-se a apontar possíveis heróis.

Entre o papel e a prática...

Vinícius Dias

Com uma atuação de luxo da dupla Ronaldinho e Jô e gol heroico de Léo Silva aos 47' da etapa final, o Atlético venceu o Fluminense, por 3 a 2, na 32ª rodada do Brasileiro de 2012. Três jogos depois, o tricolor festejou o título com o triunfo diante do Palmeiras, em São Paulo, e beneficiado pelo empate entre Atlético e Vasco, no Rio. Uma rodada antes, o time mineiro havia sido derrotado pelo Coritiba, no Paraná.


Em um torneio em que somou quatro pontos contra o campeão e fez do Independência seu escudo, vencendo 14 vezes e empatando cinco, o vice do Atlético passou pela fragilidade fora do Horto. Foram 25 pontos em 57 possíveis, com seis vitórias em 19 partidas. Aproveitamento de 43,8%, o melhor do Galo como visitante em oito edições com o atual formato. Logo no ano seguinte à pior: 21,1% em 2011.

Atlético: 40,4% de aproveitamento fora
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A título de comparação, em 2012, o campeão Fluminense contabilizou um aproveitamento de 68,4% nos confrontos como visitante no Campeonato Brasileiro. Há dois anos, o Cruzeiro foi campeão com 54,4% fora de Belo Horizonte. Na última temporada, o time de Marcelo Oliveira somou 57,9% dos pontos disputados longe de casa.

A cada dois jogos, um revés

A derrota para o xará paranaense, no domingo passado, foi a primeira do Atlético como visitante no Brasileiro, mas a sétima em 14 jogos fora dos domínios na atual temporada. Média de um revés a cada duas partidas e aproveitamento de 40,4%, com 17 pontos conquistados em 42 possíveis, somadas três competições.

No papel, o Galo tem elenco para sonhar com o bi nacional.
Na prática, ainda precisa aprender a cantar longe do Horto!


Expectativa é de que Gallardo faça duas mudanças na equipe;
por vitória, Raposa deve explorar avanços do lateral Vangioni

Tiago de Melo

Há seis anos, o Cruzeiro conseguiu um ótimo resultado fora de casa na decisão da Libertadores. Saiu em vantagem no duelo em casa. E terminou derrotado e sem levantar a taça. Naturalmente o torcedor cruzeirense se pergunta: há a chance de uma repetição do drama no confronto contra o River nestas quartas de final?


Claro, também há uma lembrança positiva, que mexe, em especial, com os mais antigos torcedores da Raposa. A decisão de 1976, quando uma falta cobrada por Joãozinho decretou o título azul naquele jogo desempate em que do outro lado estavam jogadores como Mostaza Merlo, Beto Alonso, Leopoldo Luque e Oscar Más, grandes ícones do River. O treinador era ninguém menos que Angel Labruna, monstro histórico do clube. E para piorar as coisas, lá estava Alejandro Sabella, ótimo armador, e treinador daquele Estudiantes de 2009.

Em 1976, Cruzeiro bateu River na final
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo)

Assim, o torcedor do Cruzeiro deve ter dúvidas. De um lado, a gloriosa lembrança do confronto de 1976, fortalecida pelo triunfo no duelo de ida, em Buenos Aires. De outro, a sensação de cautela adquirida após a final desastrosa contra os pincharratas de La Plata.

Queda de rendimento

O time do River é forte, tem bons jogadores, mas vive um ano terrível. A receita que funcionou perfeitamente em 2014, com muito toque de bola e um enganche conduzindo o jogo - Lanzini, sob o comando de Ramón Diaz no primeiro semestre; e Pisculichi, com Marcelo Gallardo como técnico, no segundo - não funcionou em 2015.

Na ida, vitória cruzeirense por 1 a 0
(Créditos: Anibal Greco/Light Press)

A confusão originada pela queda de rendimento é tão grande que nem as rádios e sites mais importantes da Argentina podem confirmar o time que entrará no Mineirão para tentar reverter a enorme vantagem do Cruzeiro. Há duvidas tanto na formação da equipe como em relação à postura a ser adotada dentro de campo.

Equipe com mudanças

Uma mudança parece certa: a volta do experiente Mercado à lateral-direita no lugar do jovem Mammana. Pisculichi pode voltar ao time titular no lugar de Martínez, refazendo o sistema 4-3-1-2, com enganche, que tanto deu certo no ano passado. O que implicaria na volta de Rojas como 'carrillero' pelo lado esquerdo e na saída de Ponzio, essencial nas partidas contra o Boca Juniors.

Saída de bola é chave para a Raposa
(Créditos: Anibal Greco/Light Press)

Em termos de postura em campo, na Argentina especula-se que Gallardo coloque sua equipe para marcar de forma avançada o Cruzeiro, buscando recuperar a posse da bola no campo de ataque para tentar surpreender o time rival em contra ataques curtos. O que obrigaria os mineiros a terem uma boa saída de bola. A tendência é de que a qualidade dos volantes e laterais celestes seja colocada à prova.

'Eldorado' cruzeirense

Mas também há vantagens para o Cruzeiro. Tal atitude do time portenho deixaria vários espaços nas costas da defesa, em especial pela esquerda, uma vez que Vangioni é conhecido no país vizinho pela agressividade no ataque e pela generosidade dos espaços que deixa no campo defensivo. Portanto, uma marcação forte pelo lado direito, mas deixando um jogador pronto para explorar os contra-ataques por este mesmo lado, é o melhor caminho para a equipe celeste.

Três peças, uma engrenagem

Vinícius Dias

Por três minutos, entre o gol marcado por Charles e o empate da Ponte Preta, com Biro-Biro, o Palmeiras amargou a zona de rebaixamento neste domingo. Justamente onde segue o Cruzeiro após mais uma rodada sem vitória. Após dominar o noticiário de bastidores no início da temporada, a dupla decepcionou nas primeiras semanas de Brasileirão, reacendendo um velho debate: diretoria, atletas ou técnico? Qual é a peça mais importante da engrenagem?


Do lado azul, em meio ao trabalho de reconstrução, Marcelo Oliveira pôs o time nas quartas de final da Libertadores. O foco no duelo sul-americano, porém, explicita a perda de qualidade do elenco em comparação aos que foram campeões em 2013/2014. No último ano, por exemplo, o Cruzeiro chegou à liderança do torneio na 6ª rodada, após bater Coritiba e Sport, em casa, com time titular. Antes, os reservas haviam somado seis pontos contra Bahia, Atlético/PR e Atlético/MG. Neste ano, nas três rodadas com time misto ou reserva, um ponto.

Mattos e Marcelo, lado a lado, na Toca
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Do lado paulista, sob a batuta de Alexandre Mattos, foram anunciados 21 reforços nos cinco primeiros meses deste ano. Com um elenco com boas opções, mas ainda carente na zaga e no ataque, Oswaldo Oliveira levou o alviverde à final do Paulista. Mas ainda não tem, de fato, um time pronto. Após o empate com os reservas do Atlético, em São Paulo, na estreia, o Verdão ficou no 0 a 0 com o Joinville, em Santa Catarina, e foi derrotado pelo Goiás nesse domingo. Dois pontos em três rodadas, e à espera do dérbi contra o Corinthians.

A sequência ruim de Cruzeiro e Palmeiras deixa um recado.
Diretoria, atletas e técnico perdem e ganham em conjunto.

Os heróis, o futebol e a história

Vinícius Dias

A história, como registra a célebre frase de George Orwell, é escrita pelos vencedores. Em casos como os vividos nos dois últimos dias em terrenos espanhóis e ingleses, no entanto, é possível afirmar que ela é narrada do ponto de vista dos heróis. Heróis que não somente ajudam a escrevê-la, como também reescrevem-na. Com a chuteira nos pés e gols, o principal substantivo do futebol.


Como os três anotados por Cristiano Ronaldo, que encerrou a temporada com 61 - 48 deles na liga local, em 35 partidas. Com a camisa da equipe madrilenha, desde 2009/2010, já foram 313 gols, dez a menos que Raul, o principal goleador merengue. Números alavancados pelos 26 hat-tricks na história da liga, contra 24 de Messi.

Xavi: a lenda blaugrana se despede
(Créditos: Miguel Ruiz/FCB/Divulgação)

Como os dois da lenda Xavi com a camisa do Barcelona em La Liga deste ano - e os 116 que passaram pelos pés do volante em 505 exibições ao longo de 17 edições. Na última temporada no clube blaugrana, a primeira após herdar a faixa de capitão de Carles Puyol, a chave de ouro: campeão nacional e finalista da Liga dos Campeões.

Com a marca dos heróis

Por que não registrar os sete de Drogba na temporada que rendeu ao Chelsea o quarto troféu da Premier League nos últimos 11 anos? Todos com o marfinense, herói na Liga dos Campeões 2011/2012, em campo. Didier, que, aos 37 anos, deu adeus ao clube pela segunda vez. Desta, em definitivo, nos braços dos companheiros em Stamford Bridge.

Drogba: história com a camisa azul
(Créditos: Chelsea F.C./Divulgação)

E o primeiro de Jonás Gutiérrez pelo Newcastle na temporada? Dois anos após o diagnóstico de câncer nos testículos, menos de três meses após voltar aos gramados e na provável despedida do time inglês. Tento que, somado à assistência para o gol de Sissoko, transformou o argentino em herói da permanência do alvinegro na elite.

Seja Cristiano Ronaldo, Xavi, Drogba ou Jonás Gutiérrez.
Antes do ponto final, sempre há chance de fazer história.

Um triunfo Monumental...

Vinícius Dias

A tradição, por si, convidava a Raposa para uma grande noite em Buenos Aires. Antes do duelo dessa quarta-feira, o time celeste havia encarado o River Plate em 12 oportunidades, vencendo nove vezes. Em mata-matas, nas cinco séries anteriores, cinco eliminações dos hermanos e, de quebra, três títulos estrelados. Mas o triunfo no Monumental passou menos pelo histórico da Libertadores de 1976, da Supercopa de 1991 ou Recopa de 1998, e mais pelos méritos do presente.


O DNA do 'novo' Cruzeiro, que quebrou uma invencibilidade de um ano e meio do River Plate como mandante em duelos sul-americanos, tem mais agilidade, mais competitividade, menos posse de bola. Ontem, segundo o Footstats, a Raposa ficou com a bola nos pés em 40% do tempo. Índice ainda menor do que o registrado nos embates com São Paulo (47%), no Mineirão, e Atlético (48%), no Horto, que fecham a lista das três melhores exibições na temporada.

Marquinhos: herói azul no Monumental
(Créditos: Anibal Greco/Light Press)

Depois de um primeiro tempo fraco, em que o Cruzeiro dominou as ações iniciais, com marcação sob pressão e dificultando a saída de jogo do River Plate, mas depois viu o oponente utilizar do mesmo expediente para levar perigo à meta do capitão Fábio, Marcelo Oliveira acionou Charles e Gabriel Xavier. O meia, que substituiu um apagado Arrascaeta, iniciou as jogadas das duas melhores chances cruzeirenses. Na primeira, Vangioni salvou em cima da linha o chute de Willian.

O símbolo do 'novo' Cruzeiro

Na segunda ocasião, a bola se apresentou para Marquinhos, coroando a proposta do técnico celeste, que reforçou a marcação com Charles, dando ao camisa 30 maior liberdade para flutuar na terceira linha do esquema, reconfigurado para o 4-3-2-1. Marquinhos, justamente ele, o símbolo do Cruzeiro versão 2015, com menos trabalho de bola e maior velocidade - contra o River, trocou 12 passes antes de cada finalização, contra 17 do adversário, segundo dados do Footstats.

Marcelo Oliveira, com paciência, desenha um 'novo' Cruzeiro.
Cujo DNA, agora, tem o carimbo de um triunfo Monumental.

Raio-X: River Plate/ARG

Tiago de Melo

Coube ao Cruzeiro enfrentar o River Plate nas quartas de final da Copa Libertadores, em uma repetição da decisão de 1976, um dos momentos mais importantes da história do clube celeste. Há chance de que o final deste confronto seja feliz para a Raposa, assim como aquele?


A resposta é sim. Não que seja um adversário fraco. O River Plate atual é um time forte, e não se classificou somente no tapetão. Após um jogo e meio contra o Boca, estava em vantagem, apesar de enfrentar o time de melhor campanha na fase de grupos. No torneio local, a equipe dividia a liderança com o maior rival até ser derrotado no superclássico, com dois gols nos minutos finais da partida.

Sánchez: herói diante do Boca Juniors
(Créditos: Diego Haliasz/Prensa River/Divulgação)

A questão é que o River, assim como o Cruzeiro, teve um grande ano de 2014, mas ainda procura se reinventar. Diferente do time mineiro, o 'Milo' manteve a equipe que conquistou o Final no primeiro semestre e a Copa Sul-Americana no segundo, perdendo o Transición apenas por priorizar o torneio continental. Ainda se reforçou com nomes como 'Pity' Martinez, revelação do Huracán.

De 4-3-1-2 para 4-4-2

O problema é que, apesar de manter o elenco, o sistema de jogo que deu certo em 2014 tem falhado em 2015. O jogo fluído, com muito toque de bola, centralizado no armador Pisculichi, simplesmente parou de funcionar. Uma demonstração clara disso é o fato de o técnico Marcelo Gallardo ter abandonado o 4-3-1-2 e adotado o 4-4-2 nas últimas partidas, optando por uma formação sem enganche.

Monumental: caldeirão é trunfo do River
(Créditos: Diego Haliasz/Prensa River/Divulgação)

O goleiro do time é Barovero, nada de especial, mas bastante seguro. O mesmo se pode dizer da linha de defensores, que tem Mercado, Maidana, Funes Mori e Vangioni. O último, em especial, costuma avançar ao ataque para se associar ao meia-esquerda Rojas nas jogadas ofensivas, e é um ponto que merece a atenção do rival.

Aposta no 'quarteto'

A principal mudança tática verificada nas últimas partidas se deu na meia-cancha, com a saída do enganche Pisculichi. Com isso, 'Muñeco' Gallardo adotou uma linha de quatro, com dois volantes centrais muito fortes na marcação, o experiente Ponzio e o jovem Kranevitter, que é tratado por muitos como sucessor de Mascherano na seleção. Pelas pontas, o ótimo uruguaio Sánchez pela direita e o insinuante Rojas pela esquerda. Ambos eficientes na marcação e no avanço ofensivo.

Ídolo histórico, Gallardo comanda o time
(Créditos: Diego Haliasz/Prensa River/Divulgação)

No ataque, normalmente os titulares são o colombiano Téo Gutierrez, de alta qualidade técnica, mas muito oscilante, e o matador uruguaio Rodrigo Mora. Não é exatamente uma dupla brilhante, mas bastante eficiente. No setor ofensivo, ainda há duas peças utilizadas com frequência: o veterano Cavenaghi, que é um dos grandes ídolos da torcida milionária, e a jovem revelação 'Pity' Martinez.

Chave para o sucesso

O River versão 2015 está longe de ser exuberante. Passou na bacia das almas na fase de grupos. Deve fazer um duelo de muita marcação com o Cruzeiro em casa, com o meio-campo avançado para tentar tomar a bola perto do gol rival, como fez, com êxito, diante do Boca. Conseguindo a vitória em casa, a estratégia certamente será marcar forte no Mineirão e especular no contra-ataque. Se conseguir escapar da marcação adiantada do rival em Buenos Aires, o Cruzeiro terá boa chance de decidir em casa sem precisar buscar desesperadamente a vitória, tirando o River de sua zona de conforto.

Essa é a chave para o sucesso da Raposa no confronto.


Centenas de alvinegros recepcionaram o time na quinta-feira,
dando voto de confiança após eliminação; bi nacional é sonho

Vinícius Dias

Após escalar time praticamente reserva no empate contra o Palmeiras, o técnico Levir Culpi vai promover a estreia dos titulares no Brasileiro neste domingo, ante o Fluminense. O Atlético entra em campo no estádio Mané Garrincha, às 16h, quatro dias depois do revés na Copa Libertadores. E para virar a página, o clube alvinegro conta com um importante trunfo: o apoio dos torcedores, que, na última quinta-feira, voltaram a conjugar o verbo acreditar.


"Nosso elenco é bom, batalhador. Fomos eliminados sendo superiores em ambas as partidas. Ou seja, (a eliminação) nos deixou um gosto de que caímos de pé, pois no futebol nem sempre o melhor vence", afirma Juan Miguel Moreira, de 24 anos. O estudante reforçou o grupo de torcedores que compareceu ao Aeroporto de Confins para apoiar o elenco na noite seguinte à derrota para o Inter.

Torcedores atleticanos no aeroporto
(Créditos: Juan Miguel Moreira/Arquivo Pessoal)

Na opinião do administrador Leonardo Koscky, de 42 anos, que também participou da recepção, a massa deu o recado pretendido. "Acredito que foi um misto de apoio e agradecimento pelo que o time fez em campo, com a cobrança por um título do Brasileiro e transmitir uma motivação extra ao time para que, a partir de agora, entre focado em levantar o Campeonato Brasileiro", destaca.

Recepção emocionante

A festa no desembarque, que emocionou os atletas e a comissão técnica atleticana, também impressionou Leonardo. "Foi mais uma demonstração explícita do fundamentalismo atleticano, coisas que não se explicam por palavras", fala. "Cerca de 400 torcedores cantando e pulando dentro do aeroporto, antes mesmo do avião chegar, e depois uma grande festa na chegada, cantando, um a um, os nomes dos jogadores, foi sensacional", completa o torcedor.

Título brasileiro é o sonho da massa
(Créditos: Juan Miguel Moreira/Arquivo Pessoal)

Na avaliação de Juan Miguel, a queda prematura pode ter consequências positivas na sequência do ano. "O Atlético acostumou a se reerguer nos momentos mais difíceis e uma eliminação sempre é complicada, mas ainda nos restam duas grandes competições", pontua, citando o Brasileiro. "Os clubes costumam perder a concentração (no campeonato) quando estão disputando a Libertadores. Se mantivermos o foco e a pegada, podemos transformar o favoritismo em título", diz.


Divergências entre clubes e federações reacende debate sobre
mudanças na estrutura do futebol; estatutos travam discussão

Vinícius Dias

Em janeiro, Flamengo e Fluminense divulgaram nota oficial afirmando que disputariam o Carioca sob protesto. Em março, Paraná e a dupla Atletiba viram frustrada a tentativa de derrotar a chapa de situação na eleição da FPF - antes, o trio ainda moveu ação pedindo o adiamento do pleito. Por último, em abril, foi a vez de o Cruzeiro entrar em rota de colisão com a federação estadual. Entre a divergência política e a ruptura definitiva, no entanto, há um longo e sinuoso caminho. Para elucidar o cenário, o Blog Toque Di Letra consultou uma dezena de especialistas, entre dirigentes, juristas e agentes, nos últimos dias.


Prevista na Lei Pelé e discutida nos bastidores, a criação de ligas encontra oposição na estrutura em vigor no futebol. "Sem ter reconhecimento da federação estadual, da CBF e da própria Fifa, qualquer liga é ilegítima", assegurou o especialista em direito desportivo Louis Dolabela, citando o exemplo da Liga Pirata, que vigorou na Colômbia nos anos 1940 e 50. Os estatutos de entidades como a FMF e a Ferj, por exemplo, também são analisados como restritivos à proposta, obrigando os clubes a manterem-se independentes de entidades externas.

(Créditos: Estatuto da FMF/Reprodução)

Outro entrave apontado pelos dirigentes é o contexto da MP 671/2015, conhecida como MP do futebol, que trata do refinanciamento das dívidas dos clubes. "A liga era um sonho antes disso. Hoje, não mais", disse um membro da cúpula do Cruzeiro. Mesmo o presidente gremista, entusiasta do projeto, descartou a ideia por ora. "As ligas, que poderiam ser fator positivo como suplementariedade de organização de competições, e sem prejuízo da CBF, passaram a ser, na verdade, uma disputa com a CBF", explicou Romildo Bolzan Júnior ao Blog.

Veto ao rompimento

Medidas mais drásticas, como o rompimento com as federações, cogitado pela dupla do Rio de Janeiro, também enfrentam a resistência do sistema piramidal. "Em caso de desfiliação, o clube automaticamente não poderá disputar campeonatos (da CBF, da Conmebol e da Fifa)", detalhou Louis Dolabela Irrthum, especialista em direito desportivo.

'Mineiro é lucrativo'

Embora desencadeiem discussões no aspecto político, do ponto de vista econômico, os estaduais são considerados atraentes. "No caso de Minas, estadual é muito mais lucrativo do que Copa Libertadores, por exemplo", revelou um agente esportivo. Conforme apurou a reportagem, pelo atual contrato, que tem renovação prevista para 2016, o Cruzeiro fatura quase R$ 7 milhões referentes à cota de TV, mesmo valor do Atlético. O clube, ainda assim, não descarta a possibilidade de deixar o torneio em segundo plano. Contudo, caminhos como o uso de time alternativo, por exemplo, encontram restrições no regulamento.

(Créditos: Regulamento do Mineiro 2015/Reprodução)

A FMF, na edição deste ano, fixou o limite de cinco não profissionais por partida. Especialistas apontaram a antecipação da profissionalização como alternativa imediata. No entanto, a cúpula celeste trabalha nos bastidores para viabilizar mudanças na estrutura do torneio. "Temos que, quando for agendado o conselho técnico, por volta de outubro, fazer um projeto e agregar alguns clubes para termos condições (aprovar alterações)", disse um dirigente, sem citar detalhes.

Sul-Minas em pauta

O cenário coincide com a retomada da discussão sobre a possível volta da Copa Sul-Minas ao calendário brasileiro. Disputada entre 2000 e 2002, a competição tem apoio público do Coritiba e, nos bastidores, conta com a adesão de Atlético/PR, Grêmio e Cruzeiro, maior campeão da história do torneio. A proposta, a princípio, é adaptar o modelo de sucesso da Copa Nordeste, que é organizada pela CBF e tem o apoio das federações dos nove estados participantes.

Sorín foi herói no título celeste em 2002
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo)

Uma das principais incógnitas é a viabilidade econômica do torneio. "Vejo como muito boa possibilidade, até mesmo uma necessidade. Temos que, rapidamente, ver a diminuição dos estaduais. Vejo como único fator para concluir essa situação a busca dos custeios sobre isso. Como que vamos financiar essa copa. Com todas essas soluções, o Grêmio está dentro", afirmou o presidente Romildo Bolzan Júnior ao Blog.

A história pelas mãos de Fábio

Vinícius Dias

Quis o destino que, logo nas oitavas de final da Libertadores, o Cruzeiro reencontrasse um de seus principais algozes nos últimos anos. Antes da épica noite dessa quarta-feira, mais do que a instabilidade técnica, pesava contra a Raposa o jejum de seis anos sem derrotar o São Paulo em casa. Com Rogério Ceni na meta tricolor, o tabu era ainda maior: 11 anos. Mas era hora de, ao ritmo de Raul Seixas, tentar outra vez. E cerca de 40 mil corações celestes foram ao Mineirão.


Mesmo que o destino, de novo ele, tão cruel, tivesse reduzido a exibição cinematográfica de Fábio no Morumbi a ato quase heroico. Com 57% de posse de bola e a artilharia pesada - 20 finalizações, contra seis celestes -, o tricolor saíra em vantagem. Era hora de levantar a mão sedenta, recomeçar a andar. Embora a história dissesse que, desde 1997, a Raposa não revertia um placar de mata-mata como mandante no principal torneio sul-americano.

Fábio: o herói da quarta-feira celeste
(Créditos: Vinnicius Silva/Light Press)

O torcedor se perguntava: por que Mena? Marquinhos, de novo? Mas se recusava a não acreditar. Dentro de cada presente, saía aquela voz que cantava, apoiava. E sabia que a vitória não estava perdida. O que a boa exibição daquele Mena, a partida excelente do mesmo Marquinhos e, em especial, a trama entre Willian e Mayke, finalizada pelo artilheiro Damião, confirmou. Mas, se é de batalhas que se vive o futebol e a vida, o placar mínimo decretava mais uma. A das penalidades.

Noite de herói no Mineirão

Nas primeiras cobranças, gol de Rogério Ceni, erro de Damião... 2 a 2 no placar. Luís Fabiano na bola, e defesa de Fábio. Gol de Henrique. Empate com Centurión. E, mais uma vez, Fábio, aquele que tem fé em Deus e na vida, defendeu cobrança de Lucão. Na sequência, gol de Gabriel Xavier. A coroação poderia ter vindo antes. Em uma das 25 tentativas, contra três paulistas. Mas quis o destino que a ponte rumo às quartas fosse cruzada pelas mãos do camisa 1.

O Cruzeiro registrou, ontem, uma nova página heroica e imortal.
Com a rubrica de Fábio, a sete partidas do topo da história azul.


Pouco aproveitado em Belo Horizonte, Duvier Riascos está na
mira do Botafogo; Cruzeiro investiu US$ 2 mi por colombiano

Vinícius Dias

Menos de quatro meses após ser apresentado na Toca da Raposa II, o colombiano Duvier Riascos pode deixar o Cruzeiro. O atacante, que tem contrato até janeiro de 2018 com o clube, fez apenas três jogos com a camisa azul e pode ser cedido ao Botafogo para a disputa da Série B do Brasileiro. Curiosamente, Riascos chegou a Belo Horizonte como uma das principais aquisições para a temporada.

Riascos: sorriso na chegada à Toca II
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o acordo selado entre a cúpula estrelada e o Monarcas Morelia, do México, prevê o pagamento de US$ 2 milhões, em dez parcelas, pela aquisição de 100% dos direitos econômicos do atacante. Considerado caro, o negócio dividiu opiniões nos bastidores, mas foi avalizado pelo presidente Gilvan.

Valorizado no mercado

Apresentado no final de janeiro, Riascos comemorou a oportunidade de defender a Raposa. "Para mim, foi muito bonita a proposta do Cruzeiro, porque é um dos maiores times do Brasil. Fico muito contente com essa oportunidade", disse. Antes de chegar à Toca, ele recebeu sondagens do Flamengo e de clubes de Portugal e da Itália.

Click: Um Horto em ebulição!

Vinícius Dias

Com emoção durante os 90 minutos, Atlético e Internacional travaram, na noite dessa quarta-feira, uma batalha à altura da tradição da Libertadores. O clima de decisão, no entanto, não ficou restrito ao gramado. Antes de a bola rolar para um dos melhores duelos do semestre no Brasil, um espetáculo pirotécnico coloriu os arredores do estádio do Horto, onde os torcedores receberam o ônibus alvinegro.

(Créditos: Gustavo Rogana/Arquivo Pessoal)

O atleticano Gustavo Rogana, de 18 anos, registrou a tradicional 'rua de fogo' alvinegra na Arena Independência. "A rua de fogo vem se tornando tradição na torcida do Atlético em jogos decisivos. A massa sabe de sua importância para o time, por isso não mede esforços para criar o clima de decisão antes mesmo de a bola rolar", afirma.

Empate no último lance

No confronto entre os campeões mineiro e gaúcho, o colorado tomou a iniciativa. Após a falha de Marcos Rocha, a bola sobrou para o argentino Lisandro López abrir o placar logo no primeiro minuto. Aos 13', Douglas Santos finalizou da entrada da área: 1 a 1. O Inter voltou à dianteira aos 15' da etapa final, com Valdívia, que havia entrado em campo no minuto anterior. Ao ritmo do 'eu acredito', Léo Silva empatou para o Atlético no último lance do jogo, aos 49 minutos.

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Da Redação

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