Expectativa é de que
Gallardo faça duas mudanças na equipe;
por vitória, Raposa deve
explorar avanços do lateral Vangioni
Tiago de Melo
Há seis
anos, o Cruzeiro conseguiu um ótimo resultado fora de casa na decisão da
Libertadores. Saiu em vantagem no duelo em casa. E terminou derrotado e sem
levantar a taça. Naturalmente o torcedor cruzeirense se pergunta: há a chance
de uma repetição do drama no confronto contra o River nestas quartas de final?
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Claro,
também há uma lembrança positiva, que mexe, em especial, com os mais antigos
torcedores da Raposa. A decisão de 1976, quando uma falta cobrada por Joãozinho
decretou o título azul naquele jogo desempate em que do outro lado estavam
jogadores como Mostaza Merlo, Beto Alonso, Leopoldo Luque e Oscar Más, grandes
ícones do River. O treinador era ninguém menos que Angel Labruna, monstro
histórico do clube. E para piorar as coisas, lá estava Alejandro Sabella, ótimo
armador, e treinador daquele Estudiantes de 2009.
Em 1976, Cruzeiro bateu River na final (Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo) |
Assim,
o torcedor do Cruzeiro deve ter dúvidas. De um lado, a gloriosa lembrança do
confronto de 1976, fortalecida pelo triunfo no duelo de ida, em Buenos Aires. De
outro, a sensação de cautela adquirida após a final desastrosa contra os
pincharratas de La Plata.
Queda de rendimento
O
time do River é forte, tem bons jogadores, mas vive um ano terrível. A receita
que funcionou perfeitamente em 2014, com muito toque de bola e um enganche
conduzindo o jogo - Lanzini, sob o comando de Ramón Diaz no primeiro semestre;
e Pisculichi, com Marcelo Gallardo como técnico, no segundo - não funcionou em
2015.
Na ida, vitória cruzeirense por 1 a 0 (Créditos: Anibal Greco/Light Press) |
A
confusão originada pela queda de rendimento é tão grande que nem as rádios e
sites mais importantes da Argentina podem confirmar o time que entrará no
Mineirão para tentar reverter a enorme vantagem do Cruzeiro. Há duvidas tanto
na formação da equipe como em relação à postura a ser adotada dentro de campo.
Equipe com mudanças
Uma
mudança parece certa: a volta do experiente Mercado à lateral-direita no lugar
do jovem Mammana. Pisculichi pode voltar ao time titular no lugar de Martínez,
refazendo o sistema 4-3-1-2, com enganche, que tanto deu certo no ano passado.
O que implicaria na volta de Rojas como 'carrillero' pelo lado esquerdo e na
saída de Ponzio, essencial nas partidas contra o Boca Juniors.
Saída de bola é chave para a Raposa (Créditos: Anibal Greco/Light Press) |
Em
termos de postura em campo, na Argentina especula-se que Gallardo coloque sua
equipe para marcar de forma avançada o Cruzeiro, buscando recuperar a posse da
bola no campo de ataque para tentar surpreender o time rival em contra ataques
curtos. O que obrigaria os mineiros a terem uma boa saída de bola. A tendência
é de que a qualidade dos volantes e laterais celestes seja colocada à prova.
'Eldorado' cruzeirense
Mas
também há vantagens para o Cruzeiro. Tal atitude do time portenho deixaria
vários espaços nas costas da defesa, em especial pela esquerda, uma vez que
Vangioni é conhecido no país vizinho pela agressividade no ataque e pela
generosidade dos espaços que deixa no campo defensivo. Portanto, uma marcação
forte pelo lado direito, mas deixando um jogador pronto para explorar os
contra-ataques por este mesmo lado, é o melhor caminho para a equipe celeste.
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