Em bom momento na Toca da Raposa, armador sonha com a
Copa do Mundo de 2014 e afirma que 'o melhor está por vir'
Vinícius Dias
Na direita, ele recebe de Ricardo
Goulart, avança com a bola, aplica um chapéu no volante Luiz Antônio e, antes
de a bola tocar a grama, estufa as redes do Flamengo. A obra prima que rendeu
placa no Mineirão, foi o momento de maior brilho de Éverton Ribeiro com a
camisa azul estrelada. "Venho fazendo pelo Cruzeiro o que fiz pelo
Coritiba e o que se esperava de mim", afirma. Ciente da boa fase, ele
sonha alto. E vê no horizonte a Copa do Mundo de 2014.
Éverton festeja a boa fase na Toca (Créditos: Washington Alves/Vipcomm) |
"Acredito
que se eu ajudar o Cruzeiro a conquistar os títulos que disputa, tenho chances
de ser convocado", pontua o camisa 17. Em 45 partidas, ele marcou 11 gols
pelo clube da Toca da Raposa. Ótimos números, que renderam uma valorização de
cerca de 500%, em apenas seis meses. Na 'ponta da língua', ele traz o segredo
do sucesso cruzeirense. "A união do grupo", resume. Na ponta das
chuteiras, leva a confiança de 8,5 milhões de torcedores.
Você chegou a Belo Horizonte no
início desta temporada, indicado pelo Marcelo Oliveira - com quem havia
trabalhado em Curitiba. O fato de você já conhecer o treinador facilitou seu
bom rendimento em Minas Gerais?
Obviamente,
o fato de já ter trabalhado com o Marcelo (Oliveira) ajudou e acelerou a minha
adaptação no Cruzeiro. Quando você chega a um clube, você já ouviu falar, você
conhece a tradição do clube, mas é tudo novo para você. Portanto, ter uma
pessoa que já te conhece e, principalmente esta pessoa ser seu treinador, ajuda
bastante na adaptação.
A ótima atuação diante do Flamengo -
no Mineirão, pela Copa do Brasil - foi, talvez, o ponto alto de sua trajetória
com a camisa do Cruzeiro. A sua temporada, no entanto, vem sendo marcada pela
regularidade. Você acredita que vive, hoje, o melhor momento de sua carreira?
Eu
costumo dizer que o melhor momento sempre está por vir. Fiz uma bela temporada
com o Coritiba no ano passado, e estava em um grande momento também. Neste ano,
graças a Deus, estou podendo continuar tendo uma bela performance. Venho
fazendo pelo Cruzeiro o que fiz pelo Coritiba e o que se esperava de mim.
Graças a Deus e aos meus companheiros estou podendo ajudar o Cruzeiro.
Antes da Copa de 2014, o técnico da
seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, deve fazer apenas mais três
convocações. Embora tenha um grupo praticamente definido, Felipão pode fazer alguns
testes. Você acredita que está em condições de disputar uma posição na lista
final?
Acredito,
pelo que vejo hoje e também pelo que venho realizando pelo Cruzeiro, que tenho
totais condições de vestir a camisa da seleção brasileira. Claro que para você
ir para uma seleção o técnico vê o que você está fazendo no seu clube. E
acredito que se eu ajudar o Cruzeiro a conquistar os títulos que disputa, tenho
chances de ser convocado.
Em 2012, chegaram Seedorf, Zé Roberto
e Forlán. Em 2013, Alex, Alexandre Pato e o próprio Júlio Baptista. À mesma
época, vários times negociaram suas promessas. Como você vê, hoje, o cenário do
futebol brasileiro?
Hoje,
os clubes brasileiros têm um poder econômico mais forte do que antes. Por
exemplo, o Cruzeiro agora trouxe o Júlio Baptista, que é um grande jogador e
estava há muito tempo na Europa, jogou em grandes clubes por lá. Então, acho
que alguns clubes brasileiros estão com organização e um poder econômico para
trazer esses jogadores. Por outro lado, outros clubes acabam perdendo jogadores
porque, às vezes, o próprio jogador quer sair e aí não tem como o clube
segurar.
Em fevereiro, o Cruzeiro pagou R$ 4
milhões ao Coritiba, por 60% dos seus direitos econômicos. Em julho, a cúpula
celeste rejeitou cerca de € 10 milhões, do 'Mundo Árabe'. Como você analisa
essa valorização que teve em Minas? E mais, você mantém o sonho de atuar no
exterior?
Essa
valorização é natural, a partir do momento que você faz uma bela campanha em
nível nacional, em um clube gigante como o Cruzeiro. Se o Cruzeiro rejeitou
essa proposta é porque eles acreditaram em mim e no meu futebol. Eu fico muito
feliz com isso e também de estar podendo realizar aqui o que eles esperam de mim.
Jogar no exterior é um sonho desde criança. Acredito que todo jogador tenha
este sonho, de um dia jogar em um grande clube europeu, também.
Líder e dono do melhor ataque do
Campeonato Brasileiro, o atual time do Cruzeiro tem o aproveitamento superior
ao de 2003 - que encantou o país e foi campeão. Para você, qual é o segredo
desse rápido sucesso?
O
segredo é a união do grupo. Um grupo de caráter, de jogadores que se respeitam,
e estão todos focados em busca de conquistar títulos e dar o máximo pelo Cruzeiro.
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