Oficializada há um mês, Liga conquista aval da CBF; com datas
e formato esboçados, equipes vão debater os últimos detalhes

Vinícius Dias*

Do pontapé inicial em Curitiba, em 16 de julho, ao gol de placa marcado ontem, no Rio de Janeiro, onde o CEO Alexandre Kalil recebeu o aval da CBF, a Liga Sul-Minas-Rio tem conquistado apoio semana a semana. Nos bastidores, os clubes discutem os ajustes finais antes da oficialização da volta do torneio ao calendário do país. Para traçar um panorama do atual cenário do debate, que deve ser concluído no fim deste mês, na capital mineira, o Blog Toque Di Letra consultou dirigentes e interlocutores de clubes participantes da Liga.


Pela proposta definida na reunião de quinta-feira, a competição reunirá 12 clubes, que serão divididos em três grupos de quatro, classificando-se os líderes e o melhor segundo colocado para a semifinal e, depois, final, que serão realizadas em jogos únicos. O calendário traçado prevê cinco datas entre os dias 28 de janeiro e 30 de março. "Acredito que seja um grande avanço. Uma oportunidade de você ter uma receita extra para o clube em uma competição enxuta", observou o supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz.

Reunião da Liga Sul-Minas Rio em agosto
(Créditos: Rodrigo Fatturi/Flickr/Grêmio FBPA)

O critério usado para apontar os participantes será a edição de 2016 do ranking da CBF, que vai ser divulgada em dezembro. Os dois clubes mais bem colocados de cada estado do eixo Sul-Minas se unirão a Flamengo e Fluminense. As duas vagas restantes, contabilizando o limite de três por estado, serão preenchidas pelos clubes de maior pontuação entre os que não se classificarem no rateio anterior.

Clubes participantes

Pela pontuação acumulada, há mais sete clubes assegurados: Atlético/PR, Atlético/MG, Coxa, Cruzeiro, Figueirense, Grêmio e Internacional. A julgar pelo ranking vigente, as vagas-extra ficarão com catarinenses e mineiros. Nesse cenário, Avaí, Criciúma e Chapecoense brigam por duas vagas - o Tigre disputa a Série B, que tem peso menor. O América/MG é favorito à outra. Apenas uma ascensão improvável do Paraná na Série B, fechando como campeão ou vice, aliada a uma queda brusca do Coelho, mudaria a composição citada.

América anuncia presença no torneio
(Créditos: Carlos Cruz/América FC/Divulgação)

Ciente desse quadro, a cúpula alviverde anunciou ontem a participação na Liga de 2016. Representante do clube na reunião desta semana, Marcus Salum destacou o feito ao Blog. "O América vai ganhar muito com essa participação. Estou muito feliz". Ele foi o responsável por articular junto a Gilvan de Pinho Tavares, atual presidente da Liga, e aos mandatários de Atlético/MG e Atlético/PR a inclusão do Coelho entre os fundadores. "Não achava justo que o América ficasse fora", disse. A aprovação ocorreu em encontro no dia 24 de setembro.

Cotas de transmissão

Nos bastidores, os clubes demonstram otimismo em relação à previsão de receitas com a Liga Sul-Minas-Rio. No Cruzeiro, acredita-se que o torneio será o mais rentável do primeiro semestre. "Nós ainda não fechamos as negociações em termos de valores das cotas de televisão, das placas (de publicidade). Mas imaginamos que ele vá render mais do que o estadual", projetou fonte ligada ao clube. No Atlético, a reestruturação do futebol é bandeira desde a gestão passada.

Romildo e Piffero: união entre gaúchos
(Créditos: Lucas Uebel/Flickr/Grêmio FBPA)

Nessa sexta-feira, o CEO Alexandre Kalil se reuniu com a cúpula da Globo no Rio de Janeiro. A emissora é uma das quatro interessadas em exibir a competição. "Foi elaborado um preâmbulo baseado nos principais torneios internacionais. As cotas não serão todas iguais", revelou um interlocutor ao Blog. Os valores ainda não foram definidos. Porém, a expectativa é de que pelo menos metade das receitas seja partilhada de forma homogênea entre os clubes participantes.

Grenal de seis pontos

Presidente do Grêmio e entusiasta da Liga, Romildo Bolzan Júnior comemorou o sucesso do debate. "Estamos criando um marco no futebol brasileiro". O dirigente adiantou que o tricolor ficará na mesma chave do rival colorado. "Isso nos dá condição de equalizar o calendário... Conversei com o Vitorio Piffero, presidente do Inter. Estamos juntos nessa posição". A ideia é de que o dérbi do Gaúcho tenha resultado contabilizado também na Liga. As questões comerciais, porém, seguiriam a cargo da FGF.

*Atualizada em 12/10, às 16h10

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