Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
Até
que, enfim, o Cruzeiro voltou. Apesar de 2016 não ter sido um grande ano, já
estava com saudades de ver o maior de Minas em campo. Curioso para saber como a
equipe se comportaria depois de uma pré-temporada inteira de preparação e
também para saber quem e como eu começaria o ano cornetando. Brincadeirinha!
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Embora
seja apenas o início do ano, é bom que o time tenha o encaixe o mais rápido
possível. Nesta quarta-feira, já teremos o primeiro clássico da temporada e,
certamente, por se tratar de um jogo bastante diferente dos demais, espero que
tenhamos uma boa atuação brindada com vitória. Mas será que temos aquilo que é
preciso para, desde o começo do calendário, brigar por títulos em 2017?
Ariel e Robinho: protagonistas na estreia (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Baseando-me
no que vi diante do Vila Nova, temos uma base muito mais forte e um time mais
equilibrado do que nos últimos dois anos. Gostei da atuação do estreante Diogo
Barbosa. Embora não tenha sido exuberante, mostrou capacidade no apoio e deverá
ser boa alternativa para propor o jogo. Creio que a volância precise ser
reforçada, justamente pela vocação ofensiva dos laterais. Com Henrique e Ariel
Cabral, a cobertura me parece prejudicada. Apesar do gol, o argentino às vezes
se perde no momento de recompor, ficando muito perto de Henrique. Testaria
Romero nessa vaga, dando também maior liberdade aos meias.
Da reação à proposição de jogo
Quando
pôs a bola no chão, o Cruzeiro teve facilidade para chegar à área adversária.
Com jogadas agudas, Alisson bem aberto pelo lado esquerdo e apoio constante dos
laterais, Arrascaeta e Sóbis ficaram várias vezes em condições de finalizar. É
algo a se observar, porque me pareceu que esse Cruzeiro de Mano terá como
objetivo propor o jogo, em vez de somente reagir ao jogo do adversário. O
problema é que, por várias vezes, ainda ocorreram ligações diretas. E, quando
a bola é esticada, as chances de a jogada fluir diminuem. Temos qualidade mais
que suficiente para jogar um futebol de toques rápidos e menos bolas rifadas.
Thiago Neves e Henrique: peças-chave (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Quando
o principal reforço estrear, sobretudo. Thiago Neves vai agregar muita
qualidade. Mano Menezes terá que quebrar a cabeça para montar o meio-campo sem
tirar velocidade do ataque. Quando Ábila e Sóbis atuam juntos, por exemplo, um
acaba tirando o espaço do outro. Normalmente, Wanchope sai da área para
procurar o jogo, enquanto Sóbis desaparece. Escalaria Robinho e Thiago Neves no
meio ofensivo, com Arrascaeta como atacante de mobilidade, na vaga de Alisson,
e Rafael Sóbis ou Ábila como referência. Teríamos meio compacto, ataque
municiado frequentemente e contando com a chegada dos meias.
Time de quantidade e qualidade
Cada
jogo tem suas peculiaridades, obviamente, e é ótimo termos a maior quantidade
possível de opções de qualidade no banco de reservas. É nesse ponto que tenho
certeza de que estamos muito à frente dos últimos dois anos. Temos peças muito
interessantes para ajudar o treinador a variar a formação, mudar a formatação
da equipe, correr atrás de resultado quando preciso e segurar a onda quando o
jogo estiver complicado.
E
você, amigo leitor? Quais as suas primeiras impressões e as expectativas para o
decorrer da temporada?
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde
junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção
Fala, Cruzeirense!