2020 sofrido: o ano do Galo, enfim, chegou?

Alisson Millo*
Publicada em 20/07/2020, às 11h30

O novo normal não é tão diferente assim do antigo. Milhares de mortes diárias, polarização e a velha política do pão e circo, substituída agora por cloroquina e futebol. Em meio a tudo isso, o Atlético volta a campo oficialmente no próximo domingo diante do América. Na minha última vez por aqui, falei sobre os vários reforços e sobre as boas dúvidas na cabeça de Sampaoli para montar o time. Como de técnico e louco todo mundo tem um pouco, é hora de colocar o boné e projetar a escalação ideal e descobrir porque o homem lá que é o treinador, e não eu.


No gol, por enquanto, a disputa é entre Victor e Rafael. Campaña foi um pedido do argentino. Jandrei, do Athletico/PR, foi comentado. Mas Éverson, do Santos, é a bola da vez. Se realmente chegar, fatalmente será o dono da camisa 1. Entre os que estão aqui, a tendência é de que Rafael saia na frente. Victor é um dos grandes ídolos que eu tenho na história do Atlético, mas perdeu espaço desde a lesão na temporada passada e tem o futuro indefinido, então faz sentido priorizar quem acaba de chegar.

Na lateral-direita vai Guga. Mailton estreou muito bem, mas não manteve o nível nas oportunidades seguintes. Guga é tecnicamente superior, inclusive a Mariano, outro nome especulado. A posição tende a ser dele - pelo menos no meu time seria. Na esquerda, Guilherme Arana chegou para assumir a titularidade e assim deve ser. Inclusive, em um esquema com três zagueiros, Fábio Santos já tem treinado na primeira linha.

Por falar em zagueiros, Alonso e Igor Rabello formariam minha dupla. O paraguaio era aclamado no Boca Juniors e chega para ser o xerifão. Dos que aqui já estavam, Rabello é o melhor - e mais lindo, dizem as amigas leitoras - então colete para ele. Bueno chegou bem recomendado, mas ainda não o conheço a ponto de escalá-lo como titular. Gabriel, embora hoje seja mais zagueiro do que quando saiu, fica abaixo. Rever é outro ícone da história, mas as atuações antes da paralisação deixaram a desejar - assim como as do restante do elenco, mas isso é papo para outra hora.

O meio-campo é o mais recheado de opções. Em um esquema com três homens, Allan jogaria mais fixo, construindo as jogadas de trás, com Jair e Nathan à frente fazendo os papéis de box to box e criador de jogada, respectivamente. Caso volte no mesmo nível de quando se lesionou, o que é improvável, Gustavo Blanco assume a vaga de Jair. Léo Sena é um bom reforço e deve ter oportunidades. Alan Franco eu admito que não conheço, mas confio na indicação. Os demais largam atrás.

Atlético x América: domingo será para valer
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Na linha ofensiva, eu iria com Savarino, Otero e Marrony. Savarino foi o único legado positivo deixado por Dudamel. Otero é uma ótima opção para as bolas paradas, além de ser bastante produtivo e voluntarioso em campo. Marrony, ainda que não seja um camisa 9 de ofício, pode adicionar ao ataque o dinamismo que faltava nos tempos dos centroavantes. Keno é uma ótima opção de velocidade, Dylan Borrero e Marquinhos são jóias a serem trabalhadas com calma. Nosso ídolo Tardelli, infelizmente, virou papo para 2021. E Cazares é a mesma história de sempre.

Sampaoli também é entusiasta do 3-4-3 que tanto gosto. Nesse esquema, no meu time ideal, sairia Nathan, com Gabriel fechando a primeira linha e adiantando os laterais para atuarem como alas na segunda linha. Outra opção com três zagueiros é apostar no bom e velho 3-5-2, dessa vez com Otero dando espaço para o defensor, adiantando Nathan para atuar como 10 e liberando Savarino para jogar com Marrony lá na frente: ataque rápido, mas com espaço para as subidas de Guga, Arana e Jair.

Caso a opção seja pelo tradicional e famigerado 4-2-3-1, Allan e Jair ocupam a segunda linha, e Cazares seria o nome ideal para atuar como armador, afinal, infelizmente, ele ainda é o melhor jogador para essa função. No 4-1-4-1, que eu particularmente rejeito, Gabriel pode atuar como primeiro volante, por falta de opção, com Nathan e Borrero centralizados à frente, dividindo as responsabilidades de recompor e pisar na área.

Agora, mais importante do que qualquer tática ou qualquer um desses jogadores é que o time tome forma e seja, de fato, um time, e não um amontoado de nomes. Opções e peças temos. Cabe ao treinador, bastante competente por sinal, escolher as que mais se encaixam no estilo que ele propõe para cada jogo. Tudo para o atleticano costuma ser mais sofrido. E que ano sofrido tem sido esse 2020. Será um indício?

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

4 comentários:

  1. Realmente, 2020 é o ano do galo. 2 desclassificações seguidas em menos de 15 dias em competições importantes. É só esperar o que vai acontecer daqui pra frente!!! Fanatismo galista é doença!

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    1. Calma!!! O título é claro inclusive falando de "ano sofrido". Não vi nada de fanatismo, pelo contrário. Para mim quis dizer que finalmente o ano de 2020 começa pro Galo no próximo domingo.

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  2. nem na reserva do Mengão ficariam kkkk

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  3. Não quero esse goleiro do Santos no Galo!!!
    #foraeverson

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