Lançado por técnico mineiro no
Juventude, gaúcho se destacou em
Patos e, ao longo da carreira, foi alvo de quatro equipes do estado
Vinícius
Dias*
Bastaram
12 partidas com a camisa da URT para que Jakson Follmann se transformasse em um
dos grandes nomes da história do clube de Patos de Minas. Campeão mineiro do
interior, o goleiro, que atuou no Trovão entre janeiro e abril, acertou com a
Chapecoense em maio - informação que, à época, compartilhou via mensagem com o Blog Toque Di Letra. Passados quase
sete meses, e diante de uma tragédia à qual sobreviveu, restam em Minas Gerais
boas lembranças.
Ex-comandante
da URT, Ademir Fonseca revela que, durante o Mineiro, um membro da então
comissão técnica do Cruzeiro mostrou interesse. "Após o jogo contra o
Atlético, tiraram informação dele comigo", diz. Há menos de três semanas,
foi a vez do Villa Nova. O técnico Leston Júnior chegou a conversar diretamente
com o goleiro, que pontuou a intenção de seguir em Chapecó. Na sequência, o Leão do Bonfim fechou com Fernando Henrique, ex-Fluminense, apresentado na quinta-feira.
Goleiro chegou a Chapecó em maio (Créditos: Chapecoense/Flickr/Divulgação) |
A
recusa se deveu ao espaço que vinha conquistando. De quarto goleiro, Follmann
já havia se tornado reserva imediato. "Ele dizia: 'estou treinando bem, o
ambiente é ótimo. O Nivaldo (goleiro, de 42 anos, que é ídolo da torcida e não
viajou à Colômbia) me ajuda demais, é um grande amigo'", relembra o agente
Luiz Paulo Chignall. Ao mesmo tempo, nos bastidores, ganhava força a
possibilidade de saída de Danilo. "Se ele fosse negociado, Follmann talvez
jogasse o estadual (como titular)", completa.
Estreia com treinador mineiro
Curiosamente,
a relação com o futebol mineiro teve início muito antes da vinda para a URT.
Formado nas divisões de base do Juventude, o gaúcho estreou como titular em
2012, quando a equipe alviverde era dirigida pelo belorizontino Alexandre
Barroso. "Fui eu que o lancei. Em um jogo com o Internacional, no Beira-Rio",
rememora o treinador, que, naquele mesmo ano, viu aparecer a primeira
oportunidade de transferência do goleiro para um clube de Minas Gerais.
Barroso durante passagem por Caxias (Créditos: Site Oficial do Juventude/Divulgação) |
O
interessado era o Boa Esporte. "Fui procurado pelo pessoal, falei que
ele tinha qualidade, mas o Follmann (à época, com 20 anos) preferiu seguir no
Rio Grande do Sul", afirma. Meses depois, o goleiro foi para o Grêmio, de
onde saiu no fim de 2015. A intenção de Alexandre Barroso era voltar a
trabalhar com o pupilo neste ano, no Uberlândia. "(Não deu certo) por
uma questão de quatro ou cinco dias. Ele já havia assinado com a URT, onde foi muito bem", comenta.
Capitão do pai, ídolo de filhos
Em
Patos de Minas, chamou a atenção o fato de o gaúcho ter se tornado capitão aos
23 anos. Em meio a elogios, Ademir Fonseca justifica. "Atleta com liderança,
comprometido, arrojado, rápido, seguro e muito amigo dos companheiros". O
treinador, responsável por levar o time às semifinais do estadual, ainda revela
um drama particular. "Meus filhos, gêmeos de oito anos, têm o Follmann
como ídolo. Os pequenos estão sofrendo com o que aconteceu e orando muito por
ele", relata.
Follmann ao lado de Roberto Miranda (Créditos: Site Oficial da URT/Divulgação) |
Presidente
do clube, Roberto Miranda destaca que, no que dependesse do goleiro, a passagem
por Patos de Minas não teria terminado em abril. "Ele conversou com a
gente para que renovássemos o contrato dele. Mas não tínhamos a estrutura
(financeira). Você pode perguntar a toda a diretoria: um cara bom demais da
conta, exemplar fora de campo", diz. Os laços, contudo, jamais serão
esquecidos. "A assessoria está programando, junto com a torcida, uma
homenagem a ele".
*Atualizada às 19h05
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