Alisson Millo*
Atleticano:
sou há 23 anos e, confesso, é difícil explicar. É uma sensação bastante
subjetiva. Eu aprendi com meu pai que Reinaldo era para ser o sucessor de Pelé.
Cresci odiando aquele árbitro que todo atleticano odeia, porque isso é o certo,
mas só tempos depois fui entender o motivo. Toninho Cerezo foi o maior
meio-campista de todos os tempos, afinal foi o que ele me disse. Para Seu
Bruno, ser atleticano é isso.
No
estádio, "Olê, Marques" marcou minha infância. Por muito tempo,
Valdir Bigode foi meu ídolo maior. O tempo passou, depois de decisões
desastrosas de diretorias terríveis, o clube viveu o pior momento de sua
história, mas lá estávamos nós, no Mineirão, gritando os nomes de Marinho,
Marcos e, às vezes, Bilu, sempre acompanhados por outras 50 mil vozes. Foi ali
que aprendi que ser atleticano é, simplesmente, estar sempre ali, apoiando, por
pior que seja a fase. Não há obstáculo grande demais para a massa.
Mais
novo, meu irmão pegou uma fase melhor. Para ele, atleticano é aquele que
idolatra São Victor e viu Ronaldinho Gaúcho fazer história com o manto
alvinegro. Sinceramente, tenho um pouco de inveja dele por ter se tornado
atleticano nessa era. Torcer pelo Galo, para ele, é sempre comemorar títulos e
ver um futebol bonito de um time com vários craques.
Atleticano: 109 anos de paixão alvinegra (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Fiel
ao radinho, aprendi com Mário Henrique Caixa que ser atleticano é saber que
sempre tem que ser sofrido. Cresci ouvindo Willy Gonser e sei que não dá para
não amar um time que faz um paranaense alemão se tornar torcedor e ídolo de sua
massa. Ser atleticano é se emocionar com tantos lances importantíssimos
narrados por essas vozes tão marcantes e, mesmo depois de anos, sentir algo que
é impossível explicar.
Pela
vida afora, descobri que, no Atlético, às vezes a raça se sobrepõe à técnica.
Jogadores como Pierre, Leandro Donizete, Galván e outros tantos viraram ídolos
da torcida justamente por esse motivo. Não que algum desses fosse ruim, mas a
verdade é que são lembrados mais por terem deixado o sangue em campo do que por
jogadas muito plásticas. E não há nada de errado nisso: lutar com toda raça
para vencer é ser um de nós.
Neste
dia 25 de março, sinta ainda mais orgulho, torcedor atleticano. E nos outros
364 dias, jamais se esqueça de que o Galo é campeão brasileiro, da Copa do
Brasil, da Libertadores, da Conmebol por duas vezes e, há algum tempo, o maior
campeão de Minas Gerais. O respeito do povo é conquistado dentro de campo e com
uma história vencedora como a que hoje completa 109 anos. Uma vez, até morrer.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual
capitão da seção Fala, Atleticano!
Ser Atleticano é ser Atleticano, é saber o que é amor, é saber amar, saber o que é felicidade, ser Atleticano é ser o que ninguém mais é... é Atleticano e isso basta.
ResponderExcluirSer atleticano é:acreditar que é um grande vencedor, que é maior que o Cruzeiro,que é mesmo glorioso, é sofrer com o 6x1 e se enganar com 9x2...ser atleticano é não ter sido agraciado em ser Maior....ser Cruzeirense.
ResponderExcluirSer atleticano é esperar 46 anos por um brasileiro.
ResponderExcluirE nunca ganhar...........
Ser atléticano é despertar a dor de cotovelo, a inveja e a ira de quem tem muita vaidade, que se acha superior mas na verdade sofre por um eterno complexo de inferioridade, a qual, nem títulos conseguem fazer superá-lo. Não temos culpa se a torcida rival é interesseira, travestida de exigente (a nossa não reclama, será que a outra Reclamaria?).
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