Alisson Millo*
Goleadas
e liderança isolada depois de sete rodadas, com Fred inspirado e 100% de
aproveitamento. Assim podemos resumir o início de Campeonato Mineiro do
Atlético sob o comando de Roger Machado. Até mesmo o setor defensivo, ponto
fraco na temporada passada, começa 2017 com bons números - a equipe alvinegra é
a menos vazada da competição, ao lado do rival Cruzeiro. Mas nem só de
comemoração vive o torcedor. Por trás dos números e do estadual, surge a necessidade
de ajustes.
A
começar pelo esquema tático: a estreia na Libertadores mostrou que o time não
está totalmente adaptado ao 4-1-4-1. Empate fora de casa não costuma ser um
resultado ruim, mas a atuação, principalmente na etapa inicial, foi. Os espaços
no meio de campo precisam ser fechados para dar mais segurança à zaga e força
ao ataque. Mesmo com um jogador a mais por vários minutos, o Atlético criou
poucas chances concretas diante do Godoy Cruz, no estádio Malvinas Argentinas.
Galo empatou na estreia na Libertadores (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Atuação
ruim, a exemplo da derrota no clássico válido pela Copa da Primeira Liga, em 1º
de fevereiro. É bem verdade que o resultado daquela partida foi determinado por
um erro individual do então estreante Felipe Santana, mas a pressão sofrida e o
pouco que o Atlético criou demonstravam que ainda tinha muito a ser melhorado.
Ceticismo à parte, é fato que a equipe vem evoluindo aos poucos.
Danilo e Otero: duas peças-chave
A
principal surpresa desse início de temporada é Danilo. Escalado no meio-campo,
o lateral-esquerdo chega bem ao ataque e ainda auxilia Fábio Santos na
marcação. O treinador, inclusive, chegou a dizer que Danilo não tem o direito
de se machucar, devido à versatilidade e à importância que tem no elenco. Outro
ponto positivo é Otero. Gigante de 1,66 metro, o camisa 11 é forte, rápido, muito
raçudo e uma arma importante nas bolas paradas, algo que o Galo não tinha desde
a saída de Ronaldinho.
Otero: gigante de 1,66 metro no Atlético (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Lá atrás, Gabriel cresce a cada dia. Falhou
na Libertadores, sim. Mas, com a experiência que vem adquirindo, a tendência é
de que os erros sejam cada vez mais raros. Aos 22 anos, o camisa 30 é titular
indiscutível e deve ser mantido mesmo com a recuperação de Erazo. Jesiel é
outra promessa que, com a inconstância de Felipe Santana, pode ganhar mais
chances. No meio, Rafael Carioca, aos poucos, retoma o futebol que o levou à
seleção e se entrosa com Elias, aumentando a qualidade do time.
He-Man: atleticano nos gramados
Na
última partida, Cazares mostrou novamente a bola que tem e, com foco na
carreira em vez de polêmicas, tem tudo para voltar a ser inquestionável entre
os titulares. E o que dizer de Rafael Moura? Atleticano confesso, o
centroavante usa a camisa 13, comemora gols à la Reinaldo e sempre entra com
sangue nos olhos para ajudar o time. Nunca é bom rotular um jogador como 'bom
reserva', mas Fred é o artilheiro do Atlético e, felizmente, temos no banco uma
opção que não deixa a desejar.
Fred e He-Man: artilharia e bom humor (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
O
elenco é bom, o time é bem treinado e o caminho trilhado parece ser o correto.
Com uns ajustes aqui e outros ali, o Galo tem tudo para bicar todo mundo em
2017 e, assim, conquistar os títulos que tanto fizeram falta para a torcida no
ano passado.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual
capitão da seção Fala, Atleticano!
Falta mais um zagueiro confiavel e um meia de criação ja que o Cazares é inconstante.
ResponderExcluirO Galo não jogou a libertadores com um a mais por bastante tempo, foram nos minutos finais foi jogo.
ResponderExcluirBom essa bolinha que o Galo está jogando, o time não irá muito longe esse ano... Até ano passado era possível, ao menos em tese, dizer que o time do Galo era melhor ou, no mínimo, igual, em termos de força, ao time do Palmeiras, do Santos e do Flamengo, seus principais rivais pela luta pelo título brasileiro. Esse ano, porém, a meu ver, a distância técnica e tática entre os times citados e o Galo é IMENSA! O Galo apresenta, hoje, futebol claramente inferior aos principais times brasileiros. Enfim, quem viver, verá!
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