Alexandre
Oliveira*
Depois
de dois anos, o Cruzeiro volta a disputar a decisão do Campeonato Mineiro
contra o Atlético. A primeira partida será neste domingo, no Mineirão. Afinal,
o que esperar do time celeste no confronto no Gigante da Pampulha? Diz o ditado
que o clássico começa uma semana antes e só termina uma semana depois. No caso
dessa final, o Cruzeiro larga atrás, não apenas pela vantagem conquistada pelo
rival na primeira fase, mas também pela falta de diálogo nos bastidores.
Nos
últimos anos, se tornaram recorrentes os embates entre a diretoria celeste -
colecionando insucessos - e a tão questionada Federação Mineira de Futebol.
Dessa vez, o imbróglio envolvendo a divisão de torcidas pode impedir que os
cruzeirenses estejam presentes no segundo jogo, que deve acontecer na Arena
Independência, por escolha do Atlético. Em tempos em que tanto se fala de união
entre os clubes por um futebol melhor, vemos o futebol mineiro caminhar na
contramão e os clássicos com duas torcidas ficarem no passado após a recusa da
proposta do Cruzeiro.
Independência deve ser o palco da final (Créditos: Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro) |
Resta
torcer para que os pedidos da diretoria celeste junto ao Ministério Público
surtam efeito, e a Polícia Militar permita a presença de torcedores celestes na
finalíssima. Encerrando o assunto bastidores, na última terça-feira, o Atlético
teve uma vitória na queda de braço jurídica com a decisão do TJD/MG de liberar
o atacante Fred para disputar os dois jogos.
Bom trabalho de Mano Menezes
Mas a
verdade é que o campeonato se resolve dentro das quatro linhas, e é aí que o
Cruzeiro realmente precisa mostrar a sua força. Temos uma defesa bastante
aguerrida, um meio-campo talentoso e um ataque de qualidade. Mano Menezes vem
fazendo um bom trabalho e conseguindo aquele tão sonhado equilíbrio,
característica indispensável para uma equipe que deseja ser vencedora.
Com Mano Menezes, equipe vive boa fase (Créditos: Marcello Zambrana/Light Press/Cruzeiro) |
Hoje,
a característica do Cruzeiro é deixar o adversário jogar. Foi assim no último
clássico, foi assim contra o São Paulo e, pior, até contra o América. Passamos
por todos? Sim. Mas, pelo elenco que temos, ainda é possível apresentar muito
mais. Com a dúvida em relação ao meio-campo neste domingo, aumenta a
responsabilidade de Arrascaeta na articulação das jogadas da equipe.
Arrascaeta: decisivo em clássicos
O uruguaio, que costuma fazer dos clássicos o palco principal de seus espetáculos, está confirmado. Vamos torcer para que, mais uma vez, ele deixe
sua marca neste domingo. Robinho e Thiago Neves chegaram a participar de
treinamentos nos últimos dias e podem aparecer como boas surpresas para ajudar
o Cruzeiro nessa reta final de Mineiro.
Uruguaio decidiu clássico em fevereiro (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Toda
essa inflamação nos bastidores deve servir de combustível extra não só para o
elenco, mas também para o torcedor celeste empurrar os jogadores até o último
minuto dessa primeira partida. Mas, acima de tudo, que a disputa fique apenas
dentro de campo e tenhamos um clássico de paz nas arquibancadas do Gigante da Pampulha.
*Jornalista. Jogador no fim de semana, torcedor todo dia.
Titular do pagode e camisa 12 da seção Fala, Cruzeirense!