Maluf: lutar, lutar por páginas imortais

Alexandre Oliveira
Alisson Millo

Com a voz rouca que sempre atendeu a imprensa e os torcedores com o maior respeito e educação, Eduardo Maluf foi um dos raros personagens na história que conseguiu agradar às duas maiores torcidas de Minas Gerais. Tão marcante quanto os jargões foram os elencos que montou. Isso, confirmamos e não desmentimos. Se foi brilhante na formação do Atlético campeão da Libertadores em 2013, o ex-diretor de futebol não deixou a desejar no esquadrão do Cruzeiro de 2003, time da Tríplice Coroa.


O próprio Alex, ídolo e capitão celeste, reconhece a importância do ex-diretor. "Obrigado por tudo, Maluf. Aquela magia de 2003, você era parte importante", publicou o 'Talento Azul' em suas redes sociais. As lembranças dos vários títulos conquistados pelo dirigente ao longo de uma década de trabalho no clube dão o tamanho e o peso que teve na vitoriosa trajetória do Cruzeiro. Aliás, Eduardo Maluf rima com páginas heroicas e imortais, tendo ele mesmo ajudado a escrever algumas. 

Maluf e Dirceu Lopes: páginas heroicas
(Créditos: Cruzeiro Esporte Clube/Arquivo)

O bom trabalho realizado nas Tocas da Raposa I e II projetou o diretor de futebol no cenário nacional. Como esquecer 2003, quando assumiu o desafio de montar uma equipe mais modesta, sem grandes estrelas e com folha salarial menor? O resultado foi a tão sonhada Tríplice Coroa e o melhor ano da história do clube. Ao longo de 11 temporadas, 13 troféus com a marca de um profissional sério, dedicado e eficiente.

Vencer, vencer: a missão diária

Muito se fala do grande número de ex-cruzeirenses que, na sequência, defenderam o Atlético. Mas, de todos os nomes com passagem pelo clube celeste, poucos tiveram o sucesso de Eduardo Maluf com as cores alvinegras. O ex-diretor, que nos últimos meses conjugou o verso lutar, lutar, não precisou entrar em campo para ajudar a mudar a história de um clube que, enfim, fez valer outro verso: vencer, vencer. Não apenas como ideal, mas sendo na realidade um grande campeão.

Maluf e R10: honrando o nome de Minas
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Não é exagero algum afirmar que, nessa quinta-feira, o Atlético perdeu um de seus maiores dirigentes de todos os tempos. Braço direito de Alexandre Kalil e Daniel Nepomuceno nas conquistas, mente brilhante para o futebol e um líder frente ao elenco no dia a dia, Eduardo Maluf foi responsável direto pela ascensão do clube no cenário nacional e até continental a partir de 2013. Personagem por trás de Ronaldinho, Leonardo Silva, Victor, Tardelli, Douglas Santos, Réver e tantos outros. Fará muita falta.

Geralmente, as últimas linhas das colunas jogam para cima, mostram otimismo. O momento, no entanto, é de tristeza. Nessa hora, não somos atleticanos nem cruzeirenses. Somos o respeito por um gigante, uma lenda do futebol mineiro. Força à família. Descanse em paz!

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