Douglas Zimmer*
Caros
cruzeirenses,
Serei
breve hoje, pois o que o atual time do Cruzeiro me faz sentir não precisa de
longos parágrafos e de termos complicados para expressar. Uma palavra tem me
incomodado muito, e é nela que eu gostaria de basear minha reflexão. O Cruzeiro
precisa, urgentemente, parar de se basear no que é considerado normal no
futebol. Tudo bem que alguns jogos já começam com resultado mais provável do
que outros e que uma derrota diante de time A ou B é considerada normal pela
imprensa e pela torcida. Para mim, isso não interessa. Para o Cruzeiro, também
não deveria interessar.
Ninguém
vai longe nessa vida se não arriscar e tentar superar aquilo que a sociedade e
o meio em que se vive chamam de normal. Posso pegar o jogo de quarta-feira,
contra o Corinthians, como exemplo do que estou tentando dizer. Com certa
razão, todo mundo afirma que perder para o time paulista, com o elenco que lá
está, em Itaquera, é normal. Não é nada de assombroso ou que faça derrotado
coçar a cabeça preocupado. Que seja! Pode até ser que, pelas circunstâncias, a
normalidade dessa derrota seja realmente um fato. Mas, se é assim, que se mudem
as circunstâncias.
Time perdeu para o Corinthians na quarta (Créditos: Marcello Zambrana/Light Press/Cruzeiro) |
Como
já disse, esse é só um dos vários exemplos. É quase um resumo do sistema
adotado na Toca II: nortear-se pelo normal. Se o Cruzeiro sai ganhando, quase
sempre senta na vantagem e abdica do jogo. Se toma o empate, é porque é normal
ceder o resultado contra um time franco-atirador, ousado e sem nada a perder.
Assim como é normal perder para o Bahia em Salvador, como teria sido perder
para o Santos na Vila Belmiro, para o São Paulo onde quer que fosse o jogo,
para a Chapecoense, que veio com a faca nos dentes nos enfrentar em BH. Tudo,
hoje em dia, é analisado com base no que é normal. Dane-se o que é normal!
Que seja normal... a dedicação
Temos
elenco, treinador, infraestrutura e investimento mais do que suficientes para
sairmos do normal. Para transformar a surpresa ao oponente em algo habitual.
Como Ábila bem disse, que o adversário saiba que, para ele, sim, é normal
perder para o Cruzeiro, ainda mais no Mineirão. Se fizerem tanta questão de que
essa palavra continue sendo proferida no Barro Preto, que seja assim. Normal,
só se for a vontade permanente de buscar a vitória e de não parar de lutar
enquanto houver tempo. Que seja normal não esperar o adversário tomar as rédeas
da partida para, só aí, acordar para a vida e buscar um gol, um erro ou um
milagre.
Lutar pelas vitórias: isso, sim, é Cruzeiro (Créditos: Marcello Zambrana/Light Press/Cruzeiro) |
Nem
sempre o melhor vence. Mas ninguém vence sem querer. Ninguém vence por acaso,
por obra do destino. Ninguém vence porque é normal. Então, meus amigos, não
podemos admitir que percamos um jogo porque, 'ah, nesse jogo a derrota é
normal'. Dane-se o normal.
Força,
Cruzeiro!
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!
Que não seja normal tomar gol de escanteio, seja rasteiro, seja na linha da pequena área.
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