Eu não merecia tanto...

Anderson Olivieri*

Escrevo do avião, voltando para casa. E sob uma ansiedade absurda de, depois de três dias, beijar meu anjinho, a Bia, e meu amor, a Erika.

Elas não foram a BH comigo viver um dos finais de semana mais espetaculares da minha vida. Bia é ainda muito pequenina e, como pais de primeira viagem que somos, ficamos receosos pela maratona que seria o final de semana.

Agora, me resta chegar em casa e contar tudo a elas, tim-tim por tim-tim. Já imagino a minha pequena, com aqueles olhinhos cor de Cruzeiro, me fitando com o olhar apaixonante que só ela tem...

Vou conseguir não me emocionar? Vou conseguir desatar o nó da garganta? É o que me pergunto neste momento.

Acho que não. Sou emotivo. E sou sobretudo quando me sinto alvo de uma generosidade que não mereço.

Ah, e como foram generosos comigo neste final de semanal...

A começar pela sexta-feira. Alex foi ao lançamento de 2003: o ano do Cruzeiro! O que fiz pra merecer tamanha atenção desse cara que é meu número 1 no futebol? Desse cara que em 2003 me permitiu trocar tantos abraços com meu pai.

Eu não merecia esse gesto tão gigante e altruísta dele, da Daiane (a simpática e atenciosa esposa do Alex) e do Cris...

E o Gottardo, o que dizer do Capita? Ele ficou receoso de ir ao lançamento porque o livro era de um período diferente do da passagem dele no Cruzeiro. Eu falei que não tinha nada a ver e que o queria lá como meu amigo.

Pois o cara foi. Quando cheguei lá, me recebeu com uma expressão que jamais me esquecerei: "estou aqui, amigo".

Isso tudo sem falar nas tantas pessoas que foram prestigiar o lançamento; dos amigos que tenho em BH e que apareceram; do esforço da editora para fazer um evento bacana; dos vários colegas jornalistas que ajudaram na divulgação...

Puxa, mais uma vez, eu não merecia tanto.

Anderson Olivieri ao lado dos ídolos Cris e Alex
(Créditos: Herlandes Tinoco/Agência Número Um)

Ainda preciso falar do sábado, o enfim chegado 27 de junho, dia que deveria ficar marcado para sempre como "Dia dos Heróis Cruzeirenses".

Foi o dia em que Dirceu Lopes, emocionado, deu um pontapé inicial e saiu de campo aos mil beijos sobre as cincos estrelas;

Foi o dia em que Paulinho Maclaren levantou a galera com o gesto que o eternizou na história do clube;

Foi o dia em que - alguém tinha dúvida de que isto aconteceria? - vimos Marcelo Ramos guardar o dele;

Foi o dia em que Ari, Deivid e Alex tabelaram, fazendo os cruzeirenses presentes viverem um déjà-vu azul.

Foi o dia em que Adilson deu voadora, não na placa, mas na bola, exibindo sua sempre marcante raça;

Foi o dia em que Roberto Gaúcho avançou pela ponta direita e cruzou na área - e não importa que não tenha resultado em gol, o lance foi o gol;

Foi o dia em que cantamos "Boi, boi, boi, boi, Boiadeiro, vê se faz um gol pra torcida do Cruzeiro";

Foi o dia em que Alex, o super-herói de 2003, mais uma vez fez da bandeira do Cruzeiro uma capa que não o faz voar, mas o torna um imortal no panteão dos gênios celestes.

Foi o dia... foi o dia... Foi o dia...

Tenho mil histórias para contar do dia que chorei e que sorri.

Mas agora o avião já sobrevoa Brasília. Peço então licença aos amigos para parar por aqui.

Preciso rever meus amores, beijá-las, abraçá-las.

Chega de saudade de quem amo.

Já basta a saudade eterna que carregarei do final de semana perfeito. Eu não merecia tanto.

*É jornalista, escritor e cruzeirense, não necessariamente nessa ordem. Na última sexta-feira, lançou 2003: o ano do Cruzeiro, seu terceiro livro, em Belo Horizonte

Levir e o 'dilema' dos volantes

Ricardo Diniz

Desde que o esquema tático com apenas um volante funcionou na vitória por 3 a 2 diante do rival Cruzeiro, no Campeonato Brasileiro passado, o técnico Levir Culpi se mostrou adepto da nova formação. O 4-1-4-1 foi utilizado também nas partidas contra Corinthians e Flamengo na reta final Copa do Brasil, ainda que, nos embates decisivos, o treinador atleticano tenha optado pela dupla Leandro Donizete e Rafael Carioca, derrotando o Cruzeiro duas vezes no 4-2-3-1.


Foi justamente esse o esquema usado no início da temporada, com dois volantes fazendo a proteção da zaga. No decorrer da temporada, com a situação difícil na fase de grupos da Libertadores, Levir voltou a utilizar o 4-1-4-1, com Rafael Carioca recuado e uma linha de quatro jogadores na armação das jogadas. Por ironia do destino, ante o Inter, nas oitavas de final, o time foi eliminado usando dois volantes.

Donizete e Josué: opções para o setor
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Logo na sequência, contudo, o time preto e branco deixou escapar cinco pontos no Campeonato Brasileiro nos duelos com Cruzeiro e Santos, na Arena Independência, e boa parte da torcida sustenta que os resultados ruins se deveram ao fato de a defesa ter ficado exposta nos dois duelos. Ou seja, o Atlético pagou um preço muito alto por utilizar uma formação extremamente ofensiva.

Entre o ataque e o equilíbrio

Há quem defenda o comandante pelo fato de o time jogar para frente, em busca do gol e, justamente por isso, ter conquistado a Copa do Brasil do ano passado, o Mineiro desta temporada e ter o melhor ataque do atual Brasileirão. Outros criticam, alegando que a marcação fica comprometida sem a presença do 'cão de guarda' Leandro Donizete, já que Dátolo não tem como característica a marcação e, ao mesmo tempo, fica distante do centroavante Lucas Pratto.

Maicosuel: titular no 4-1-4-1 de ontem
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Resta saber se vale o risco de jogar bonito, de maneira ofensiva, e não conquistar o título; ou se é melhor voltar a utilizar um esquema com dois marcadores, o que significa maior equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque na busca pelo bicampeonato brasileiro. Neste domingo, na quinta vitória em nove rodadas, Levir começou com o 4-1-4-1 e terminou no 4-2-3-1, com Leandro Donizete em campo.

Robinho e a 'incógnita' China

Vinícius Dias

Conforme o Blog registrou na última quarta-feira, Robinho tem proposta do Cruzeiro. O clube vai além: diz que a oferta é 'imbatível' em termos de futebol brasileiro.


O último entrave seria o interesse chinês. Especificamente, do Guangzhou Evergrande - agora dirigido por Luiz Felipe Scolari. Uma limitação imposta pela federação local, contudo, acende a chama da esperança na Toca da Raposa II.

A liga chinesa permite a inscrição de até cinco estrangeiros, incluindo um asiático - embora apenas quatro deles possam ser escalados por partida. Com a chegada do volante Paulinho, ex-Tottenham, por 9,8 milhões de libras, a equipe soma seis estrangeiros.

Robinho: futuro entre China e Brasil
(Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

Os outros cinco são Ricardo Goulart e Alan, contratados em janeiro por € 15 milhões e € 11,1 milhões, respectivamente; Elkeson, chuteira de ouro nas duas últimas temporadas; Kim Young-Gwon, defensor da seleção da Coreia do Sul, e Renê Júnior, volante que negocia a transferência para o Corinthians.

Os possíveis caminhos

Sem Renê, o clube teria quatro brasileiros e um coreano. Apenas quatro podem atuar por jogo - desde que um seja asiático. O número voltaria a seis com Robinho. Saindo outro, ele poderia ser inscrito, mas o time teria de adotar revezamento na escalação.

Para garantir a presença da legião estrangeira em todas as rodadas, Luiz Felipe Scolari teria de negociar o seu 'chuteira de ouro' ou um dos dois brasileiros contratados como estrelas em janeiro.

Parabéns, Cruzeiro!

Vinícius Dias

Ao fim do jogo, Alex deu uma das chuteiras a um garoto que certamente não teve a chance de vê-lo em ação pelo Cruzeiro na última década. "Eu joguei contra uma história que ouvi e li", destacou o ex-camisa 10, que, depois de quase 11 anos, voltou a vestir a camisa azul celeste no Gigante da Pampulha.

Alex: de volta ao gramado do Mineirão
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Como ele, cerca de 70 jogadores tiveram um reencontro com a história cruzeirense na tarde desse sábado, em um Mineirão com mais de 25 mil torcedores. Nos 90 minutos, 6 a 2 para os campeões da Tríplice Coroa, comandados por Luxemburgo e Paulo César Gusmão, diante dos Ídolos Eternos, de Procópio Cardozo.

Elivélton em disputa com Augusto Recife
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

No primeiro tento do confronto, o cruzamento do lateral-direito Maurinho encontrou a testa do colombiano Aristizábal. O gol de empate nasceu da assistência de Tinga, bicampeão brasileiro, para Alex Mineiro, campeão da Libertadores em 1997. O desempate teve a reedição da parceria entre o lateral-esquerdo Leandro e o meia Alex.

Tinga ao lado de craques do passado
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Em uma espécie de ziguezague pela história, a partida teve duelos entre Alex e Ricardinho, Aristizábal e Clebão, e Sorín e Ruy, personagens-chave da conquista da Copa Sul-Minas em 2002. E ainda reservou embates de Paulinho Mclaren com Cleison, de Sorín com Tinga. Além do reencontro de milhares de cruzeirenses - in loco ou pela TV - com o passado vencedor, transformado em presente ali.

De Natal a Tinga, passando por Seixas, parabéns, Cruzeiro!
A construção do futuro passa pela preservação do passado.

O 'fator Luxa' no Cruzeiro

Douglas Zimmer

Detentor do melhor aproveitamento - 70,4% em 107 partidas na primeira passagem - entre todos os treinadores que já comandaram o time celeste de Belo Horizonte, Vanderlei Luxemburgo retornou ao Cruzeiro em junho último e conseguiu fazer o time reencontrar, senão ainda o bom futebol, pelo menos as vitórias.


Nos quatro primeiros compromissos sob seu comando, o time conseguiu três vitórias e foi derrotado apenas uma vez, justamente no último jogo, talvez o menos provável, diante da Chapecoense em pleno Mineirão. Mas, afinal, o que mudou com a saída de Marcelo Oliveira e com a chegada de Luxemburgo? Teria ele, em pouco tempo, dado a sua identidade ao modo de jogo da equipe? Ou seria sorte de 'iniciante'?

Luxa reestreou com vitória no Cruzeiro
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

A meu ver, o grande mérito do treinador, até aqui, foi ter conseguido tirar mais transpiração, quando da falta de inspiração, do time cruzeirense. A diferença de postura é a alteração mais notória na máquina, mesmo tendo as mesmas engrenagens em ação. Luxemburgo ainda não trouxe nenhum reforço, não fez grandes alterações na escalação - a não ser as que foram impostas, seja por lesão ou convocação - e tampouco mudou de maneira drástica a tática com a qual o Cruzeiro vinha atuando.

A 'nova' velha Raposa

Tanto isso é verdade que, na última partida, quando perdeu os 100% de aproveitamento na sua atual passagem, Luxemburgo foi enfático ao dizer que a equipe havia se comportado de uma forma burocrática, com pouca ousadia e pouco poder para furar a 'retranca' armada pelos catarinenses. Foi exatamente nisso que o Cruzeiro havia melhorado, especialmente nos dois jogos anteriores, ante Atlético e Vasco.

Técnico azul ao lado do auxiliar Deivid
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Até agora, e logicamente é cedo, Vanderlei Luxemburgo tem desempenho razoável nesta sua nova aventura no Cruzeiro. Conseguiu tirar o time da zona da confusão e deu novo gás à equipe. O trabalho, entretanto, está apenas no começo e, se ele não consertar alguns velhos defeitos que os jogadores já vêm demonstrando há algum tempo, o risco de o time não conseguir nenhum destaque ou então de ficar no chove-não-molha nesta temporada é grande.

Em busca dos reforços

A necessidade de reforços é visível. Contudo, até lá, cabe ao comandante arrumar a casa e ir à luta com o que tem. Luxa não deve realizar grandes alterações na estrutura da equipe e deixou bem claro que gostaria de ter elenco completo à disposição, lamentando a quantidade de jogadores que habitam o DM do clube e, com isso, a dificuldade em fazer alterações que possam mudar a cara do jogo.

Luxemburgo ainda espera por reforços
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Vejo potencial no grupo para a briga no topo da tabela, caso os tropeços como os do último domingo se tornem exceção, não regra. Se Vanderlei conseguir manter o nível de transpiração em alta e, com trabalho no dia a dia, elevar a inspiração, o entrosamento e a vontade de vencer, podemos colher frutos em breve.

Desejo sorte e sabedoria ao nosso treinador.
Ao Cruzeiro, força!

Robinho: sonho e silêncio

Vinícius Dias

Após o revés para a Chapecoense, o presidente Gilvan de Pinho Tavares evitou falar sobre Robinho. O silêncio é sinônimo de expectativa, uma vez que o atacante vai definir o futuro após a participação brasileira na Copa América. O camisa 20 do time comandado por Dunga tem em mãos uma oferta para defender o Cruzeiro.


A advogada responsável pela gestão da carreira de Robinho mantém um escritório no bairro Bela Vista, Região Central de São Paulo. Gerente de futebol da Raposa, Valdir Barbosa esteve na cidade na segunda-feira, dia 15. As partes não confirmam. Mas, nos bastidores, há quem diga que os pontos se ligam.

Robinho disputa Copa América no Chile
(Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

Como se ligam, e de forma mais explícita, o desejo de Luxemburgo, que planeja voltar a trabalhar com Robinho, e o sonho cruzeirense em contar com o atleta - em 2013, antes de definir a contratação de Júlio Baptista, Gilvan de Pinho Tavares tinha Kaká, à época na reserva do Real Madrid, como plano A; Robinho era o B.

No mercado em sete dias

Até o próximo dia 30, o jogador tem contrato com o Santos - com quem negocia a renovação há um mês. Em julho, estará disponível no mercado. Com propostas de mercados periféricos da América e da Asia e também com a possibilidade de defender o Cruzeiro pelos próximos três anos. Os interessados aguardam. Em silêncio.

Click - A primeira vez no Horto

Vinícius Dias

A vitória atleticana sobre o ucraniano Shakhtar Donetsk, por 4 a 2, ficará para sempre na memória de Álvaro Silva, de seis anos. Acompanhado do pai, Marcos Silva, e dos irmãos Luiz Henrique (13) e Israel (10), o garoto esteve pela primeira vez na Arena Independência naquele 21 de janeiro. O quarteto reside em Barbacena, a cerca de 170 quilômetros de BH, onde o Atlético manda seus jogos.

(Créditos: Tati Motta/Arquivo Pessoal)

A imagem de Álvaro, em destaque, acompanhando o jogo com o escudo que havia confeccionado nas mãos atraiu a atenção da fotógrafa Tatiane Motta, que encaminhou o registro ao Blog. "Sentei nas cadeiras e fiquei observando os meninos. Eu fiquei encantada com eles meio que vidrados prestando muita atenção no jogo. Resolvi fotografar com celular mesmo", diz. "Quando o pai percebeu que eu estava fotografando, pedi permissão. Ele ficou feliz com meu interesse pelos filhos", completa.

Com gol do estreante

Com gols de Carlos, Leonardo Silva, Dodô e do estreante Lucas Pratto, o Atlético bateu o Shakhtar Donetsk, no Horto, por 4 a 2. O jogo marcou o reencontro do meia-atacante Bernard com a torcida da equipe pela qual conquistou a Copa Libertadores em 2013. Gladkiy e Fernando, de pênalti, descontaram para os visitantes.

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Evento na capital mineira terá presença do meia Alex, craque
do time campeão da Tríplice Coroa em 2003; veja os detalhes

Vinícius Dias

Dezenas de torcedores celestes pintaram de azul e branco o restaurante Carpe Diem, na capital federal, nessa segunda-feira, dia 22. Em clima de festa ocorreu o lançamento de 2003: o ano do Cruzeiro, terceiro livro do escritor Anderson Olivieri. O evento contou com a presença ilustre do ex-atacante Roberto Gaúcho, campeão da Libertadores de 1997 e bicampeão da Copa do Brasil pelo clube mineiro.

Olivieri autografa livro em lançamento
(Créditos: Anderson Olivieri/Arquivo Pessoal)

"Foi um sucesso. Tivemos, graças a Deus, um bom número de pessoas. Todos ficaram felizes por reviver 2003 e com a chance de ver aquele ano registrado. A presença da torcida de Brasília surpreendeu", pontua Olivieri ao Blog. O analista de TI Leonardo Bernardara, cruzeirense que mora na capital federal, fez questão de prestigiar o evento. "Tenho certeza de que este livro vai nos proporcionar, novamente, emoções vividas há 12 anos. Além de grande cruzeirense, o Olivieri é excelente escritor", diz.

Leonardo com o ídolo Roberto Gaúcho
(Créditos: Leonardo Bernardara/Arquivo Pessoal)

Na noite de sexta-feira, 26 de junho, será a vez do lançamento em Belo Horizonte. Com a presença do camisa 10 Alex e de outros jogadores que integraram o time campeão da Tríplice Coroa, o evento acontece no Bhar Savassi, na Rua Sergipe, 1211, das 18h às 22h30. "Teremos o Raposão e as taças de 2003, além de vídeos com lances, gols daquele ano", afirma o autor, que lança o livro pela Agência Número Um.

O livro, de 224 páginas, custa R$ 59,90. Venda online!


Capitão tem vínculo com o clube até abril de 2016 e, no atual
cenário, poderá assinar pré-contrato a partir de 03 de outubro

Vinícius Dias

Dono da meta do Cruzeiro há 635 jogos, o goleiro Fábio planeja estender sua permanência na Toca da Raposa. Para tanto, segundo apurou o Blog Toque Di Letra, o camisa 1 espera que a cúpula azul tome a iniciativa e antecipe as negociações visando à renovação do contrato, que se encerra em abril de 2016. No atual cenário, Fábio poderá assinar um pré-contrato com qualquer clube a partir de 03 de outubro.

Fábio tem contrato até abril de 2016
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

A possibilidade de pendurar as chuteiras ao término do contrato vigente, sinalizada pelo goleiro durante entrevista coletiva em agosto último, está descartada. "Esta hipótese foi (cogitada) em um momento de tristeza que ele estava. A gente tem que respeitar. Mas um jogador com a qualidade técnica dele, e no momento em que está, pode seguir jogando em alta performance", justificou ao Blog, em março, João Sérgio, empresário do camisa 1 celeste.

Recordista na Toca

Aos 34 anos, Fábio é o jogador cruzeirense que mais foi a campo nesta temporada. Em 30 partidas, o goleiro somou 13 vitórias, sete empates e dez derrotas. Destaque para o duelo contra o Vasco, no último dia 13, quando atingiu a marca de 634 jogos, superando o recorde que pertencia ao ex-atacante Zé Carlos.

Clássico pela quebra do tabu

Alisson Millo

Neste sábado, o Atlético volta ao Maracanã para tentar pôr fim a um tabu que teve início em 2008, última vez que o time mineiro venceu no maior estádio do Brasil. O adversário da vez é o mesmo de sete anos atrás: o Flamengo. Em um clássico nacional, talvez mais pelo lado mineiro do que pelo carioca, muito por conta dos anos 1980.


Os times de Reinaldo e Zico, na época, os melhores do país, duelaram na final do Brasileiro de 1980 e na fase de grupos da Libertadores de 1981. Ambas as partidas ficaram marcadas por graves erros de arbitragem que tiraram do Atlético um título nacional e uma possível Libertadores. Ainda hoje, os nomes dos árbitros daqueles jogos são evitados pela torcida e, quando vêm à tona, provocam repugnância mesmo naqueles que sequer assistiram aos confrontos.

Atlético levou a melhor na Copa do Brasil
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Cinco expulsões à parte, Galo e Urubu travaram outros duelos marcantes. Em 2004, por exemplo, o Atlético goleou, em Ipatinga, por 6 a 1. Quatro anos depois, mais precisamente no dia 11 de outubro, o time alvinegro venceu o rival no Maracanã pela última vez: com atuações memoráveis de Renan Oliveira e Serginho, um incontestável 3 a 0 diante de quase 80 mil flamenguistas. Em 2009, veio o troco flamenguista, no Mineirão, com gol olímpico de Petkovic, custando a luta pelo título.

Reencontro após goleadas

Embora os times não vivam grande fase, a expectativa é de um bom jogo neste sábado. Após somar apenas um ponto dos seis últimos, o Atlético enfrenta um de seus maiores rivais sonhando em vencer pela primeira vez no novo Maracanã e voltar ao rumo. Que tal se recordar dos dois últimos confrontos da temporada passada, com vitórias por 4 a 1 e 4 a 0, para fazer bonito?


Após conquistar torcida com estilo aguerrido, volante rechaça
fama de violento: 'não tenho maldade, faço meu trabalho', diz

Vinícius Dias

Uma oferta do Cruzeiro, em janeiro, fez com que Willians colocasse um ponto final na história com a camisa do Inter, trocando Porto Alegre por Belo Horizonte. "Tenho certeza de que foi a decisão mais correta para o momento e não me arrependo", fala. Na chegada à Toca da Raposa II, o volante prometeu não 'dar arrego para ninguém'. Promessa cumprida. Em menos de seis meses com a camisa celeste, Willians caiu nas graças do torcedor. "O jogador que é 'cão de guarda' da defesa acaba tendo um carinho da torcida pela dedicação", justifica.

Volante se destaca por estilo aguerrido
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Na equipe mineira, o volante nascido em Praia Grande, no litoral paulista, superou um velho estereótipo: o dos passes errados. "Recebo da minha assessoria de imprensa o scout de todos os jogos e uso para entender onde posso melhorar", conta Willians, que tem índice de acerto superior a 90% na Raposa. Depois de um primeiro semestre sem títulos, o meio- campista demonstra confiança na retomada sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. "Sabe gerir bem o grupo, todo mundo gosta dele e vamos juntos lutar pelo Cruzeiro", finaliza.

Você terminou a temporada passada como titular no Internacional, condição mantida neste ano na estreia do técnico Diego Aguirre. O que pesou para que você aceitasse a oferta do Cruzeiro e trocasse Porto Alegre por Belo Horizonte?

Uma proposta do Cruzeiro nunca pode ser descartada. Fiquei muito feliz quando entraram em contato, meus empresários negociaram e acabei fechando contrato. Um clube de tanta tradição, com um histórico de conquistas, sempre pesa na decisão do jogador. Tenho um carinho enorme pelo Internacional e sua torcida, mas achei melhor tomar esse caminho. Tenho certeza de que foi a decisão mais correta para o momento e não me arrependo.

No ano passado, você foi tachado como jogador mais violento do Brasileirão. Outra crítica frequente está ligada aos passes errados. Mas, em seis meses de Cruzeiro, você foi expulso uma única vez e tem índice de acerto de passes superior a 90%. De alguma forma, esse estereótipo te incomoda?

Procuro ter muita calma ao ouvir reclamações e elogios. O mais importante é o trabalho dentro do clube, o que o treinador passa para o jogador. Sou um jogador de marcação, que sempre está buscando recuperar a bola. O contato físico se torna mais comum. Por isso podem achar que sou violento. Pode ter certeza que não tenho maldade nas divididas, faço o meu trabalho apenas. E sobre os passes também procuro evoluir a cada jogo. Recebo da minha assessoria de imprensa o scout de todos os jogos e uso para entender onde posso melhorar. E a expulsão não foi comigo em campo.

Nas duas últimas temporadas, uma das marcas do Cruzeiro foi o aproveitamento de pratas da casa. E, justamente por isso, aos 29 anos, você é um dos atletas mais experientes desse grupo. Você se vê, naturalmente, na condição de líder? Como é seu diálogo com os mais jovens?

Eu cheguei esse ano, o grupo tem jogadores com história aqui dentro. É importante respeitar a figura de caras como o Fábio, por exemplo. Ajudo da minha forma, não quero ser visto como líder. Isso você deixa para as outras pessoas falarem. Faço meu trabalho e dou atenção aos mais jovens. Quem chega da base sempre precisa de uma atenção especial para ajudar o grupo lá na frente.

Após a ótima sequência inicial sob o comando de Luxemburgo, o discurso foi de novo ânimo e motivação. Você chegou à Toca da Raposa dois meses depois de o Cruzeiro ter se sagrado bicampeão nacional. Naquele momento, encontrou um grupo, de certa forma, acomodado?

O grupo nunca esteve acomodado. Quem vence, sempre quer vencer mais, porque sabe o prazer da conquista. Nossas peças estão se encaixando e vamos lutar por grandes coisas esse ano. São diversos jogadores que não estiveram nos últimos dois anos, mas que têm a mesma vontade de buscar títulos. Perdeu ou ganhar faz parte do jogo. O que não dá é justamente aceitar a derrota de forma passiva.

Ao lado de Marquinhos, Douglas Grolli e Júlio Baptista, você é um dos jogadores do elenco celeste que já trabalharam com Vanderlei Luxemburgo. Na sua avaliação, o fato de já conhecer a filosofia do técnico facilita esse processo de transição? O que você tem a dizer sobre o convívio com ele?

Professor Luxembugo (Willians trabalhou com Vanderlei, no Flamengo, entre outubro de 2010 e maio de 2012) tem uma enorme história no futebol, sabe bem como lidar com momentos de transição. Ele sabe que pode contar comigo para o que precisar. Ele sabe gerir bem o grupo, todo mundo gosta dele e vamos juntos lutar pelo Cruzeiro.

O Cruzeiro foi eliminado do estadual e da Libertadores dentro do Mineirão, após bons resultados fora de casa. Em 16 partidas como visitante, a equipe soma dez vitórias neste ano. Como mandante, foram somente cinco em 14 jogos. A presença do torcedor tem se transformado em peso extra para o elenco?

É uma coincidência infeliz para nós, porque preferimos sempre atuar junto ao nosso torcedor. No último clássico, por exemplo, ouvir o grito da torcida no Independência, mesmo estando em menor número, foi um gás extra aos jogadores. Vamos lutar para seguir com bons resultados fora de casa e com certeza para melhorar nos jogos dentro do Mineirão. Tenho convicção que logo isso será alterado e voltaremos a ter números altos dentro de casa.

Marcelo Oliveira foi bicampeão brasileiro no Cruzeiro, mas conviveu com o baixo aproveitamento em clássicos - apenas três vitórias em 15 jogos. Na semana da reestreia de Luxemburgo, o time venceu o Atlético, no Horto, e encerrou um longo jejum. Para você, que já participou de clássicos em três estados, qual o real peso deles na avaliação de um trabalho?

Não dá para negar que o clássico tem um peso dentro de cada clube. É uma questão de orgulho da torcida e de quem trabalha no clube. Pesa bastante também para a imprensa. Por outro lado, o fundamental é pensar em uma competição do início ao fim.

Em sua apresentação no Cruzeiro, você utilizou a expressão "não dou arrego". E, nos tempos de Flamengo, chegou a comparar seus desarmes a gols. Esse seu estilo, de muita aplicação, rapidamente conquistou o torcedor. Como tem sido, no dia a dia, esse contato com os cruzeirenses?

Como falei antes, minha principal função é a marcação. Claro que é importante ter bom passe para sair jogando bem. Tem que ter visão de jogo e posicionamento também. O jogador que é 'cão de guarda' da defesa acaba tendo um carinho da torcida pela dedicação nos jogos. É isso que tenho percebido aqui em Belo Horizonte e nas minhas redes sociais. Recebo mensagens o dia inteiro. Eu entro em campo para ganhar sempre e com pensamento de me entregar até o fim. Sem medo de errar. O que não pode acontecer é errar e não correr atrás para acertar. Sou assim e não vou mudar.


Evento em BH ocorre dia 26, véspera do jogo 'Alex 10 Eterno';
torcedores de Brasília vão conhecer a obra na segunda, dia 22

Vinícius Dias

Da 'letra' de Alex contra o Flamengo, num Maracanã lotado, à bicicleta de Aristizábal na goleada ante o Paraná, no Mineirão, o Cruzeiro encantou o Brasil em 2003. Entre o começo dos preparativos, em 02 de janeiro, e a despedida na Fonte Nova, em 14 de dezembro, foram 347 dias de futebol em forma de arte. Trajetória que, 12 anos depois, o jornalista Anderson Olivieri registra em 2003: o ano do Cruzeiro, da Agência Número Um, que será lançado na próxima semana.


"Quando tive a ideia de escrevê-lo, pensei: 'um ano tão perfeito deve ter tido outros dias perfeitos além daqueles mais marcantes, como os das conquistas dos títulos'. Dito e feito", antecipa Olivieri ao Blog Toque Di Letra. A conclusão é resultado de uma extensa pesquisa nos acervos de rádios e jornais regionais e nacionais. "Tudo foi mágico em 2003. A pré-temporada, os bastidores, os treinos, a boa convivência dos jogadores e, claro, os títulos", acrescenta.

Tríplice Coroa: páginas heroicas e imortais
(Créditos: Agência Número Um/ Divulgação)

O livro reúne também episódios inusitados do dia a dia do clube celeste. "Por exemplo, contei lá que Marcelo Ramos desistiu de ir jogar no mundo árabe por causa da Guerra do Iraque, que estourou naquele ano", conta. "No campo jurídico, contei como a entrada em vigor, em 2003, do novo Código Civil influenciou na relação do sócio do Cruzeiro com a política do clube", destaca o jornalista.

(Agência Número Um/Divulgação)
BRASÍLIA - Na segunda-feira, dia 22 de junho, a obra será lançada na capital federal. Com presença do ex-atacante Roberto Gaúcho, que conquistou a Copa Libertadores de 1997 pelo clube, o evento acontece a partir das 19h, no restaurante Carpe Diem, 104 Sul.

BELO HORIZONTE - Na sexta-feira, 26, será a vez da capital mineira. Com presença do meia Alex e de outros jogadores que defenderam o Cruzeiro naquele ano, o evento de lançamento de 2003: o ano do Cruzeiro ocorre no Bhar Savassi, localizado na Rua Sergipe, 1211, Savassi, das 18h às 22h30.

"A editora está preparando uma festa bem legal. Conseguimos o apoio do Cruzeiro. Teremos a presença do Raposão, as taças de 2003, vídeos com lances e gols de 2003. Tenho certeza de que o torcedor cruzeirense vai comparecer e fazer do evento um sucesso. Temos trabalhado para isso", salienta Anderson Olivieri.

O livro, de 224 páginas, custa R$ 59,90. Venda online!


Reprovado em testes em São Paulo e Rio, jovem baiano chegou
ao clube em 2010 e faz história sob o comando do 'paizão' Levir

Vinícius Dias

Em meados de 2010, a vida sorriu para o guri nascido em Jeremoabo, no interior da Bahia. Jemerson chegou ao Atlético com a missão de escrever uma nova história após ser reprovado em testes realizados nas bases de Santos, Palmeiras e Vasco. "Não fiquei nesses outros clubes, mas nunca baixei a cabeça", afirma. Em menos de um ano entre os titulares do time mineiro, o zagueiro foi comparado a Beckenbauer e colocou três títulos no currículo: Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil, em 2014; e Mineiro, em 2015. "Devo muito ao Galo e à torcida", pontua.

Zagueiro revela gratidão ao alvinegro
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Das cinco partidas disputadas com Cuca à titularidade sob o comando de Levir Culpi, desbancando o capitão Réver, muita coisa mudou na vida do baiano. À exceção da simplicidade. "O sucesso é uma coisa que não me deslumbra, só me dá mais motivação para continuar melhorando", diz. O bom momento permite ao defensor, sem se esquecer da equipe que o acolheu, vislumbrar voos mais altos. "Jogar na Europa é um sonho, mas não tenho pressa". Quem o viu sair de Jeremoabo, há quatro anos, para tentar a sorte em Sergipe, sabe disso.

Aos 17 anos, você deixou o interior baiano para tentar a sorte no Confiança, em Sergipe. Qual foi a receita para manter vivo o sonho de se tornar um jogador profissional, mesmo diante desse começo, digamos, tardio?

Eu sempre joguei bola e, apesar de ter ido ao Confiança já com 17 anos, estava acostumado com os campeonatos e sempre fui meio fominha. Nunca desisti do meu sonho de ser profissional, mesmo nos momentos difíceis. Quando decidi que queria seguir esse caminho, sabia que só tinha uma escolha: me dedicar bastante e ter persistência, pois não seria fácil. Então, tudo foi seguindo seu caminho natural. Fui ao Confiança, depois fiz testes em outros clubes, até chegar ao Galo.

Antes de chegar ao Atlético, em meados de 2010, você passou por testes nas divisões de base de Santos, Palmeiras e Vasco, mas não foi aprovado. De algum modo, as dificuldades enfrentadas logo no início da carreira serviram de lição para você? Há um sentimento de gratidão ao Atlético?

Toda dificuldade que a gente passa na vida serve de lição. No futebol, como normalmente saímos de casa muito novos, precisamos aprender a superar esses obstáculos que a vida nos impõe desde muito cedo. Não fiquei nesses outros clubes, mas nunca baixei a cabeça. Depois de cada dificuldade, eu me levantei e comecei de novo, até que o Atlético me abriu as portas e fiquei por aqui de vez. Por isso, o sentimento de gratidão pelo clube é enorme. Foi quem me deu a oportunidade de fazer o que mais gosto no mundo e de realizar esse sonho. Devo muito ao Galo e à torcida, que me acolheu tão bem desde o início.

Em 2013, você disputou apenas cinco jogos. No ano passado, com Levir, teve a tão esperada sequência, ganhou a posição do capitão Réver e um novo vínculo, com multa estimada em R$ 100 milhões. Como você tem lidado com o sucesso?

Acho que é fruto do meu trabalho e dos meus companheiros. Graças a Deus, temos conseguido chegar a decisões, brigar por títulos e isso foi muito importante para que eu me firmasse. Tive minha primeira grande oportunidade logo em uma final de Recopa e ali mostrei que poderia estar no time. Com a contusão do Réver, que infelizmente teve de ficar um longo tempo fora, me firmei e tive sequência. Mas, com tantos jogadores de qualidade no elenco, preciso provar a cada treino e a cada jogo que mereço estar no time. O sucesso é uma coisa que não me deslumbra, só me dá mais motivação para continuar melhorando.

Em seus primeiros passos na equipe profissional do Atlético, você teve a oportunidade de conviver com Ronaldinho Gaúcho, um dos principais nomes da história do futebol. Como foi, no dia a dia, o contato com ele?

O Ronaldinho é um cara muito bacana e muito humilde. Um cara que conquistou tudo na vida, foi melhor do mundo, ganhou Copa do Mundo, Liga dos Campeões, Libertadores, nunca deixou de tratar todos da melhor maneira possível. Foi um amigo muito importante para todos nós, que tivemos a chance de conviver com ele, e também para o clube. Ele mudou a história do Galo.

Pelas boas atuações com a camisa atleticana você tem, certamente, atraído a atenção de clubes estrangeiros. Uma transferência para a Europa, por exemplo, está em seus planos mais imediatos? Ou você pensa em, primeiro, se consolidar na história do Atlético?

Eu penso sempre primeiro no Atlético, pela gratidão e pelo desejo de fazer história aqui. Mas eu não posso prever como serão as coisas amanhã; se vai surgir uma proposta tentadora para o Atlético e para mim, que fará as coisas tomarem outro rumo. Sigo fazendo o meu trabalho da melhor forma possível, tentando ajudar o time a conquistar as vitórias e a brigar por títulos nas competições que está disputando. Nunca escondi que jogar na Europa é um sonho para mim, mas não tenho pressa.

Em abril, você foi vítima de um ato racista por meio de uma rede social. Recentemente, jogadores como Tinga, Aranha e Dani Alves passaram por situação semelhante. Na sua ótica, existe receita para pôr fim ao racismo e ao preconceito no futebol? Por que ainda não foi colocada em prática?

Acho que falta educação a algumas pessoas. Muitas vezes o torcedor fica chateado com algo, mistura as coisas e desconta sua frustração de uma forma errada. Talvez o garoto que me ofendeu nem seja racista, mas não pensou na hora de falar. Acompanhei de perto também o caso do Tinga, pois era jogador do nosso rival e a mídia aqui de Minas deu repercussão, e também do Arouca, pois temos a mesma assessoria, e dá para ver que algumas pessoas pensam que, dentro do futebol, vale tudo para desestabilizar um rival, inclusive ofender sua dignidade e suas origens.

E isso é culpa não só da falta de orientação, mas também de quem espalha o pensamento de que jogador de futebol, por ganhar bem, tem de aguentar todo tipo de provocação. Se isso é considerado crime, por que devemos estar sujeitos e os outros não? No mais, acho que, quanto mais moral dermos a esses caras, mais casos vão acontecer. São pessoas com necessidade de aparecer, sabem que não vão ser punidas e que ninguém toma providência para acabar com isso.

A sinceridade é uma das marcas do técnico Levir Culpi. Desde que retornou ao Atlético, aboliu a concentração e não tem se limitado a discutir o que ocorre dentro de campo. Como é a relação do grupo de jogadores com ele? E, em especial, como vocês percebem esse comportamento dele?

O Levir é um paizão para todos nós. E, como todo pai, existem horas em que precisa dar uma bronca e ser franco, pois é para o bem de todos nós. Existe muita vaidade no futebol, mas nosso grupo sabe que, pelo bem do time todo, precisamos absorver o que ele fala e aprender, pois ele não caiu ali de paraquedas. É um treinador vencedor e sabe o que está dizendo. E, por mais duro que seja, é preciso saber que faz isso querendo que a gente evolua. Ninguém tem de ficar de biquinho ou de cara feia. Ele é o nosso comandante e confiamos nele.

Você, aos 22 anos, é um dos atletas mais jovens do atual elenco - entre os titulares, perde apenas para Douglas Santos e Carlos. Ao mesmo tempo, é o segundo jogador que mais defendeu a equipe nesta temporada - abaixo do camisa 1 Victor. Isso representa uma responsabilidade extra?

É uma grande responsabilidade, sim. Vestir a camisa do Atlético, por si só, já tem um peso muito grande, pois sabemos que representamos um clube tradicional, vencedor e uma torcida enorme, que vai estar até a morte ao nosso lado. Estar no time e contar com a confiança do treinador e dos meus companheiros é um componente a mais e trabalho sério todo dia para dar conta do recado.