Referência no país,
Observatório da Discriminação Racial no Futebol
vislumbra diálogo com
clubes após selar parceria com ONG europeia
Vinícius Dias
Depois de constatar um aumento de 75% no número de denúncias de racismo no futebol brasileiro entre 2014 e 2015, o Observatório da
Discriminação Racial no Futebol apresentará, nesta quarta-feira, uma cartilha
educativa com orientações sobre o tema. "A iniciativa surgiu a partir das
visitas em escolas e clubes de futebol, nas quais nos deparamos com diversos
questionamentos de alunos, atletas e demais ouvintes de nossas palestras",
destaca o diretor-executivo Marcelo Carvalho.
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O lançamento da cartilha, intitulada Dimensões do Racismo,
acontecerá no Seminário Internacional pela Igualdade Racial, em Porto Alegre.
Realizado pela seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS), o
evento contará com quatro painéis temáticos no decorrer desta quarta-feira.
"Atos racistas e atitudes preconceituosas representam um sério retrocesso
às relações sociais. Acreditamos que não basta punir, precisamos educar", afirma
Carvalho, que se apresentará no terceiro.
Marcelo Carvalho, em evento, com Tinga (Créditos: Observatório da Discriminação/Arquivo) |
Depois de fechar parcerias com a Universidade do Futebol e com a
Fare Network - ONG que atua no combate à discriminação na Europa, inclusive
realizando ações conjuntas com a Uefa -, o Observatório da Discriminação Racial
no Futebol mira o diálogo com os clubes brasileiros. "A ideia é oferecer
aos clubes a cartilha, mas não apenas isso. Queremos, por meio dela, oferecer
palestras para as categorias de base", revela o diretor-executivo, que já
iniciou conversas com o Grêmio.
Conscientização e apoio
às vítimas
Ao longo de 20 páginas, a cartilha Dimensões do Racismo apresenta,
de forma didática, conceitos relacionados ao racismo e a outras formas de
discriminação, visando fomentar o debate. "São situações que se repetem
não só nos estádios de futebol, mas no nosso dia a dia. Também destacamos as
implicações legais a quem comete o crime de racismo ou injúria racial,
orientações necessárias às vítimas e disponibilizamos uma lista de órgãos que
prestam assistência e acolhimento", comenta Marcelo Carvalho.
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