Rival do Atlético na Copa
do Brasil pela 4ª vez em 11 anos, equipe
carioca deixou a lanterna
do Brasileirão rumo à Copa Libertadores
Especial para o Toque Di Letra
Lucas Borges
Pela sexta
vez desde 2007, Atlético e Botafogo se encontram em um confronto de mata-mata -
esse será o quarto pela Copa do Brasil. Pedra no sapato atleticano, o Botafogo
vem se destacando pela luta e consciência tática e se tornando um adversário
indigesto. A vaga nas semifinais da Copa do Brasil começará ser decidida nesta
quinta-feira, no Horto, com o Galo contando com a força da sua torcida em seu
caldeirão para buscar a inédita classificação diante do rival carioca no
torneio.
A
trajetória do dedicado Botafogo de Jair Ventura teve início há cerca de um ano,
quando Ricardo Gomes aceitou a proposta do São Paulo e deixou a torcida
alvinegra aflita na zona de rebaixamento. Os prognósticos eram os piores
possíveis e o fantasma do rebaixamento rondava General Severiano novamente.
Mas, com uma batalha a cada dia, o treinador, filho do craque Jairzinho,
demonstrou que união e trabalho forte poderiam levar o Botafogo para caminhos
vitoriosos.
Jair Ventura: trabalho digno de aplauso (Créditos: Vitor Silva/SSPress/Botafogo) |
A
arrancada da lanterna para a quinta colocação do Campeonato Brasileiro em 2016
levou o clube carioca à Libertadores e recuperou a autoestima de cada
botafoguense que sonhava em viver tempos melhores. Diante desse cenário, destrinchamos
os segredos da equipe que, mesmo com baixo orçamento e um elenco enxuto, vem
chamando a atenção.
'Time de operários' em campo
Assim
Jair define o time do Botafogo nesta temporada. O treinador é o principal
destaque desse conjunto e ponto-chave do confronto de quinta-feira. Com dez
anos de Botafogo, o treinador estudou e aprendeu com os diversos técnicos e
atletas que passaram pelo clube. Foram as mais variadas técnicas, táticas e
visões de jogo para se capacitar ao cargo de treinador do Botafogo. Os
ensinamentos vão desde o futebol vistoso de Cuca até o futebol compacto e
defensivo de Joel Santana.
Poucos recursos, muito futebol
Performance
e resultados surpreendentes: esse é o Botafogo. O alvinegro carioca é uma
equipe que gosta de jogar sem a bola e tem como pilares a consistência
defensiva e o padrão de jogo, independentemente das peças utilizadas. Outro
fator a se destacar é fazer muito com pouco: com folha salarial aquém dos
rivais, mas disputando de igual para igual com elencos estrelados. Some-se a
isso o fantasma das contusões, que ronda o estádio Nilton Santos e mostra
capacidade de superação fora do normal.
Em alta sem Camilo e Montillo
No
início da temporada, muito se falava que uma possível dupla entre Camilo e
Montillo poderia ser um dos pontos fortes do Botafogo. Mas o que vemos é uma
situação completamente contrária. Jair Ventura encontrou sua melhor formação no
ano sem as suas duas principais peças do meio-campo.
Torcida tem motivos para comemorar (Créditos: Satiro Sodré/SSPress/Botafogo) |
Com a
irregularidade de Camilo e as contusões em sequência do argentino Montillo, o
treinador alvinegro achou em uma linha de quatro formada apenas por volantes
seu ponto forte no meio-campo. Rodrigo Lindoso, Matheus Fernandes, Bruno Silva
e João Paulo compõem uma linha que trabalha em bloco tanto na marcação quanto
nas saídas ao ataque.
Roger e Giulia: abraço no Nilton Santos (Créditos: Vitor Silva/SSPress/Botafogo) |
Os
grandes nomes da equipe atualmente são Bruno Silva e Roger. Com quatro gols e
duas assistências no Campeonato Brasileiro, o volante tem feito bem mais do que
contribuir defensivamente: é peça essencial nas saídas pelo lado direito, se
transformando em elemento surpresa. O atacante, além de pai da garota Giulia,
cuja história emocionou o Brasil nos últimos dias, é o artilheiro alvinegro
nesta temporada, com dez gols.
Vale
ficar atento a essa equipe que vem fazendo um grande ano e, não à toa, está na
disputa de três grandes competições - Libertadores, Campeonato Brasileiro e
Copa do Brasil. O Botafogo já superou todas as expectativas e mostra que um
elenco enxuto e unido pode fazer a diferença.
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