Um senhor que conheci, botequeiro de
carteirinha, sempre falava que "o jogo é jogado, o lambari é pescado e o amor é
valseado". Pois bem. Quando eu o ouvia falar, achava que era só papo de quem já
tinha tomado umas a mais e que estava filosofando em vão. Depois de um tempo me
lembrei dessa frase, e ela pode ser útil agora.
O jogo do último domingo contra o
Guarani de Divinópolis foi uma grande amostra de que, de fato, o jogo não é
outra coisa, senão, jogado. Antes de fazer o resultado, de vencer ou perder um
jogo, é preciso jogá-lo. Para começo de história, temos sempre que lembrar que
do outro lado do campo tem um adversário que se preparou, treinou e que,
obviamente, não vai facilitar as coisas pra ninguém.
É claro que, em condições normais, o
Cruzeiro teria, teoricamente, o favoritismo e a obrigação de vencer o duelo. Mas
quem acompanhou o jogo sabe que o Cruzeiro não foi ameaçado em momento algum (exceto uma cabeçada que Fábio defendeu muito bem). No mais, pressionou, criou
oportunidades, perdeu alguns gols bobos e, principalmente, parou na defesa e no
inspiradíssimo goleiro Leandro.
O momento é de preparação e de início
de temporada. O time do Cruzeiro foi totalmente reformulado e é natural que
oscile até que encontre a melhor maneira de encaixar as várias peças
importantes que a diretoria pôs à disposição do Marcelo Oliveira. Algumas
parecem já estar adaptadas e prontas para testes mais agudos. Bruno Rodrigo,
Paulão, Ceará e Nilton têm se mostrado muito eficientes e regulares. O que
falta definir ainda é quem, como e onde vão jogar os avançados.
São muitas opções para poucas vagas.
E sou sempre da opinião de que joga quem estiver em melhor fase. Afinal, futebol
não são números, não são estatísticas nem probabilidades. Gráficos, tabelas,
comparativos e projeções ficam fora de campo. Futebol é um jogo. E, como já
dizia meu velho parceiro de botequim, o jogo é jogado. Se quiser resultados, o
Cruzeiro terá de correr atrás, se preparar e lutar pelas vitórias. Ninguém
ganha na véspera.
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