Recebendo suas chances no time titular,
Nirley e Vinícius Araújo utilizaram do mesmo jargão para definir o jogo do
último domingo diante do Araxá. Os dois declararam que o jogo era o jogo de
suas vidas e que fariam de tudo para agarrar a chance nos onze iniciais de
Marcelo Oliveira. Errado.
Não que a intenção dos dois esteja
equivocada. Simplesmente acho que é impossível para um jogador que pretende construir
uma carreira sólida afirmar que um jogo contra um time recém-promovido à
primeira divisão, na primeira fase do torneio estadual, seja o embate de sua
vida. Com todo o respeito possível ao Araxá, mas os dois, se continuarem
relativamente bem no futebol, terão jogos muito mais importantes, difíceis e
vitais do que o que passou.
Também sei que, talvez, os jogadores só
usaram da expressão para demonstrar o quanto esperaram pela oportunidade e que
fariam de tudo para aproveitá-la. Ok. Entretanto, meu ponto de vista vai um
pouco mais longe e eu quero chegar ao seguinte: Por que não tratar todo jogo
(sabemos que isso não existe) como sendo o mais importante e se dedicar
integralmente sempre que exigido? Não que Nirley e Vinícius tenham sido
completos inúteis ontem, mas poderiam ter se doado mais. Élber, por exemplo,
entrou e acabou com o jogo. Borges idem.
Sei que todos os jogadores do Cruzeiro
ainda terão muitos "jogos de suas vidas" pela frente e que dificilmente eles
coincidirão com os de seus companheiros. O que o Cruzeiro, como time que é,
precisa é trazer os jogos para si, não dividi-los em fatias e dar
responsabilidades e atenção maiores para um ou outro jogador. Quando esse
elenco começar a funcionar da defesa até o ataque, teremos boas chances de
protagonizarmos um ou alguns "jogos do ano ou vida" em breve.
Ter elenco forte é isso aí. Quem estiver
no banco, quando entrar, vai querer mostrar que merece uma vaga. É bom que os
que pretendem se firmar entre os titulares joguem um jogo da sua vida por
semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário