Tiago de Melo
Há clubes que estão mais acostumados a
sofrer do que outros. Não apenas o sofrimento das derrotas ou das vitórias dos
rivais, pois isso é algo que todo torcedor conhece. Mas há agremiações que
sofrem mesmo quando ganham. E assim tem sido a vida do Atlético. Sofre até
quando ganha. A explosão da vitória coroa horas de desespero, como aconteceu
nos confrontos contra Tijuana e Newell's pela Libertadores. E o Galo precisará
repetir a façanha para chegar ao almejado título continental.
E a partida não começou mal para o
alvinegro mineiro. Ronaldinho e Jô estavam apagados, mas Tardelli tinha boa
atuação e levava perigo à meta adversária. A defesa atleticana também sofria,
em particular com a vantagem que Salgueiro levava sobre Pierre. Mas o jogo era
de muita correria, com ambas as equipes atacando e levando perigo.
Mas aos 22 minutos a situação mudou,
quando Alejandro Silva passou por Richarlyson, entrou na diagonal sem ser
marcado e bateu para vencer Victor. O Olimpia, mais que abrir vantagem no placar,
se tornou senhor do jogo. A segunda metade do primeiro tempo foi completamente
controlada pelo Decano. Perdido em campo, o Galo deu graças a Deus quando o
primeiro tempo terminou com a vantagem mínima para o rival.
Olimpia derrotou o Galo por 2 a 0 (Créditos: Club Olimpia/Divulgação) |
No segundo tempo, o time da casa voltou
com um terceiro atacante: Ferreyra, sinal de que a expectativa era matar o
confronto logo na primeira partida. Mas após um início forte, o Olimpia perdeu
força. O Atlético começou a tocar a bola e atacar. Mas sofria muito com a falta
de Bernard, e com as péssimas atuações de Jô e Ronaldinho. Tardelli era o único
a levar perigo à meta paraguaia.
No
fim, Olimpia marca
Nos dez minutos finais, o Decano voltou
a crescer, impulsionado pela torcida e por ter um jogador a mais, graças à
expulsão estúpida de Richarlysson. Ferreyra e Bareiro perderam chances
inacreditáveis, ambas sem goleiro. E quando o jogo chegava ao fim veio o grande
castigo. Pittoni cobrou falta com perfeição e ampliou a vantagem do Olimpia no
último lance do jogo.
Certamente, o torcedor atleticano foi
dormir decepcionado com o rendimento de sua equipe, e com medo de perder a
Libertadores. Mas há ao menos três motivos para seguir acreditando no título:
1) o Atlético reverteu situação semelhante contra um rival mais forte na
semifinal; 2) na final não há o critério de desempate pelo gol fora de casa; 3)
a última vez que uma equipe perdeu a primeira partida da final da
Libertadores por 2 a 0 e saiu campeã foi em 1989. O vencedor foi o Atlético
Nacional, da Colômbia. O perdedor? O Olimpia.
OLIMPIA:
Silva, Julio Manzur, Miranda e Candia; Silva, Aranda, Giménez (Ferreyra),
Pittoni e Benítez; Salgueiro (Paredes) e Bareiro (Prono).
ATLÉTICO:
Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Richarlyson; Pierre e Josué;
Luan (Rosinei), Ronaldinho (Guilherme) e Diego Tardelli; Jô (Alecsandro).
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