Alisson Millo
Se sobram comemorações, faltam palavras. Duas frases, ou
melhor, três embalaram a noite do atleticano. Antes e durante o jogo, o grito
era de 'eu acredito'. Depois, o já tradicional 'caiu no Horto tá morto' e a
idolatria ao novo nome santificado pelo torcedor do Galo: Viiiiiiiiiictor!
Nem o mais
otimista dos atleticanos imaginaria o rumo que o jogo tomou. Logo a três
minutos Ronaldinho enfiou bola sensacional para Bernard. Se na Argentina a jóia
do alvinegro perdeu uma chance idêntica, ontem ele guardou. O Independência
quase foi abaixo. O Galo pressionava, mas não conseguia marcar. E assim seguiu
o 'estranho' primeiro tempo, com nove minutos de acréscimo, e o goleiro Guzmán
quase 'cego' após choque com Diego Tardelli.
Veio o segundo
tempo e o Newell's Old Boys voltou melhor. Adiantando a marcação, pressionando
a saída de bola e 'forçando' Gilberto Silva e Léo Silva a rifar a bola para Jô.
E ele não estava numa noite inspirada. Errou passes, não fazia bem o pivô e
perdia bolas fáceis. Foi quando 'brilhou' a estrela do técnico Cuca. Sacou
Pierre e pôs Luan para atacar com tudo. Pressão total que não vinha dando
resultado. Com Ronaldinho isolado no lado esquerdo sem criatividade, Diego
Tardelli, mal na partida, e Bernard, cansado, não criavam.
Dois milagres... um santo: Victor (Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) |
Quando a fase é
boa tudo dá certo. Um dos refletores perdeu a energia. Jogo paralisado. Cuca
teve a chance de conversar com o grupo e tentar resolver os problemas. Deu
tempo para o técnico pensar as outras duas substituições. Tardelli e Bernard
saíram. Alecsandro e Guilherme entraram. Foi a redenção do camisa 17. Após
cruzamento da direita, a bola sobrou, caiu nos pés de um dos jogadores mais
criticados do Atlético. E ele não calou as bocas que tanto criticavam-no. Não!
Guilherme as fez gritar seu nome: 2 a 0 Galo. Teríamos pênaltis. E o coração
alvinegro seria testado mais um pouquinho.
Pênaltis... o teste!
O teste começou
bem, com os gols de Alecsandro e Guilherme. Porém, o Newell’s também marcou nas
duas primeiras cobranças. Veio Jô, e jogou para o lado. Ainda assim, palmas
para o goleador da Libertadores. Mas o galho dele foi 'quebrado' por Casco.
Richarlyson isolou. Cruzado, também. Na última, R10 fez. O destino dos
argentinos estava nos pés do heroi da disputa diante do Boca: Maxi Rodríguez.
Mas, desta vez, ele encarou um homem capaz de provar que o raio cai, sim, duas
vezes no mesmo lugar. Victor voou para garantir seu segundo milagre e ser, de
vez, canonizado pelo torcedor do Galo.
Um jogaço!! Que
provou a força da fé, e mostrou como um homem pode alcançar a redenção e como
um ídolo pode se tornar bem mais que isso. Cada vez mais, o Horto parece ter
uma força divina capaz de proteger o tão sofrido, hoje tão feliz torcedor do
Clube Atlético Mineiro. Finalista da Copa Libertadores.
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