Tiago de Melo
Que sobra talento ao futebol da
vizinha Colômbia, todos sabemos. O país tem revelado jogadores talentosos em
profusão nesses últimos 25 anos. Mas isso pouco se refletiu na seleção
nacional, que colecionou insucessos nesse mesmo período. Mas a Colômbia que o
Brasil enfrenta, na sexta, é muito diferente. O talento dos jogadores está
muito bem mesclado com a competitividade.
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Essa mudança tem muito a ver com seu
treinador. José Pékerman foi um jogador sem brilho na década de 1970, mas
comandou brilhantemente as seleções argentinas de base, ao lado de Hugo
Tocalli, conquistando três Mundiais sub-20. Assumiu o posto de Marcelo Bielsa à
frente da seleção principal de seu país em 2004, e viu a sua equipe ser
eliminada de forma invicta pela Alemanha no Mundial de 2006, após uma disputa
de pênaltis nas quartas de final.
Colômbia chega às quartas e faz história (Créditos: Edson Rodrigues/Secopa-MT) |
Pékerman aceitou a oferta de treinar
a Colômbia, assumindo a seleção no início de 2012. Seu desempenho à frente dos
cafeteiros é impressionante: 18 vitórias, três empates e três derrotas. Além da
classificação tranquila à Copa, onde mantém, até aqui, um aproveitamento de
100%. Que o Brasil se prepare, afinal enfrentará uma seleção muito forte - e
que não deverá jogar na retranca.
Na defesa, experiência
No gol, a Colômbia tem Ospina,
competente - embora não excepcional. O experiente Mario Yepes comanda a zaga,
na qual vale ressaltar a enorme agressividade ofensiva da dupla de laterais:
Zuñiga e Pablo Armero. Essa característica deve fazer com que Felipão escale
Oscar e Hulk novamente pelos lados do campo, deixando Neymar livre, já que os
alas colombianos são essenciais na estratégia da equipe.
Ospina: sinônimo de segurança no gol (Créditos: J. P. Engelbrecht/PCRJ) |
A dupla de volantes tem Aguilar, mais
marcador, e Sánchez, que merece atenção especial. 'La Roca' Sánchez é o
responsável pela saída de bola da equipe. É frequente ver o volante do
Elche/ESP voltando até os zagueiros quando a Colômbia retoma a posse de bola,
para iniciar a distribuição de jogo. Esse é o jogador a ser marcado tão logo o
Brasil perca a bola, pois todas as jogadas começam com ele.
No meio, os destaques
Os outros dois
meio-campistas são os nomes a serem temidos. Na direita joga Cuadrado. Destaque
da Fiorentina/ITA e pretendido pelo Barcelona, o meia é talentosíssimo e deve
dar muito trabalho a Marcelo. Na esquerda, a situação é ainda pior: por ali
atua James Rodríguez, um dos destaques do Mundial até aqui. O excelente James
frequentemente vai para o meio, para realizar suas grandes jogadas, e é
especialmente perigoso em um jogo no qual não teremos Luís Gustavo.
James: destaque da Colômbia e da Copa (Créditos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil) |
Na frente devem jogar Teo Gutiérrez,
do Ríver Plate, que tem talento, mas vem fazendo um Mundial sofrível, e o
perigoso Jackson Martínez, artilheiro do Português pelo Porto. Dupla sem a
classe dos meias, mas que merece muita atenção. Mas a titularidade dos avantes
não é garantida. Pékerman tem feito treinos fechados, e se especula que um
deles - principalmente, Martínez - possa perder a vaga para Bacca, outro
atacante, ou para um meia, como Guarín ou Ibarbo. Nesse caso, o sistema
voltaria ao 4-2-3-1 dos primeiros jogos, com James mais centralizado, no setor
ocupado por Fernandinho.
Adversário 'perigoso'
Em suma, a Colômbia que o Brasil
enfrentará é um adversário perigoso e que não deve renunciar ao protagonismo.
Que os jogadores e a comissão técnica se preparem, pois terão um rival
dificílimo pela frente. Mas o time cafeteiro está longe de ser invencível. Há
pontos fracos, como as 'costas' dos laterais, bem como a capacidade de marcação
do meio-campo, que às vezes deixa a desejar.
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