Nos últimos anos,
diretoria celeste aprimorou a transição e captou
revelações para o sub-20; projeto rendeu receitas e novos reforços
Vinícius Dias
Em
meio ao clima de mistério no Cruzeiro, Mano Menezes confirmou a volta de
Alisson ao time nesta quarta-feira, diante do Flamengo, no Mineirão. Único
jogador acionado em todas as partidas do clube na Copa do Brasil, o
meia-atacante é um dos nove pratas da casa relacionados para a decisão. O
protagonismo da base na luta pelo penta é sinal do sucesso do projeto realizado
na Toca da Raposa I. "Desde Rafael, Alisson e Lucas Silva, a geração do
Judivan, essa de Murilo, Nonoca, Raniel e Arthur, temos quatro gerações vindas
da base no mesmo time", destaca o vice-presidente de futebol, Bruno
Vicintin, ao Blog Toque Di Letra.
Superintendente
das categorias de base entre 2013 e 2015, cargo em que foi sucedido por Antônio
Assunção, Vicintin fala em dever cumprido. "Lembro que, quando assumi,
vários empresários vinham reclamar comigo que não podiam trazer jogadores para
o Cruzeiro porque os jogadores não subiam". Nas últimas temporadas, sob o
comando do vice-presidente Márcio Rodrigues, o clube celeste fez mais do que
aprimorar a transição. "O trabalho de base é captação, formação e
transição. Muitos atletas se perdem na transição (em outros clubes). É preciso
estar atento para aproveitar essas oportunidades e trazer (para o sub-20)",
emenda.
Alisson: número 1 da Raposa no torneio (Créditos: Marcello Zambrana/Light Press/Cruzeiro) |
Receita
colocada em prática com Raniel, revelação do Santa Cruz, contratado em maio de
2016. "Quando trouxe, teve cara que ligou de Pernambuco criticando (o
atacante, que chegou a ser suspenso por doping em 2014). Hoje, ninguém liga. É
um menino de ouro", diz o vice de futebol, exaltando o autor do gol da
classificação às quartas de final. Além dele e de Alisson, que chegou em 2007, estão
relacionados sete pratas da casa: os goleiros Rafael - desde 2002 - e Lucas
França - 2011 -; os zagueiros Murilo - 2010 - e Arthur - 2013 -; os volantes
Nonoca - 2013 - e Lucas Silva - de volta, após passagem entre 2007 e 2014
-; e o meia-atacante Élber - 2007.
Toca I: chave no mercado celeste
A
política de base influenciou até mesmo a chegada de Sassá. O artilheiro do
clube no Brasileirão, com seis gols, ao lado de Thiago Neves, foi personagem de
transação que envolveu o meia Marcos Vinícius. "Conseguimos fazer essa
negociação com o Botafogo porque fomos arrojados lá atrás, trazendo o Marcos
Vinícius (em 2014) faltando quatro meses de base", comemora Vicintin.
"Ele surgiu aos 17 anos como a maior promessa do Náutico, mas tinha parado
de jogar. Resolvemos apostar", relembra. Desfecho semelhante ao do
atacante Roni, contratado junto ao Remo em 2015 e vendido no fim de 2016 ao
Albirex Niigata, do Japão, por US$ 1,2 milhão.
Sucesso de Raniel inspira captação (Créditos: Washington Alves/Cruzeiro) |
Com
bons resultados, o perfil de investimento fosse mantido nesta temporada.
"Trouxemos dois jogadores para o sub-20 com projetos semelhantes ao do
Raniel: Nickson e Jonata". Meio-campista, o primeiro estreou como
profissional diante do Londrina, na Primeira Liga. Atacante, Jonata só não foi
relacionado em razão de um corte no pé. Além deles, chegou o volante Eduardo,
irmão do lateral-direito Ezequiel. O discurso de quem vive o dia a dia é
animador. "Pode ter certeza de que o melhor está por vir", assegura o
vice de futebol. Nesta noite, no entanto, as várias promessas se juntarão a
milhões de cruzeirenses para torcer por nove que já viraram realidade.
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