Com três títulos no ano, zagueiro do
Atlético afirma que
vive melhor momento da carreira e
planeja seguir em BH
Vinícius Dias
Na
histórica noite de 24 de julho, a América estava, simbolicamente, nas mãos de
Réver. O maior título da história alvinegra, time que defende há três anos,
coroou também o melhor momento da carreira de seu capitão. "Este ano,
conquistei tudo que disputei", comenta. Além do torneio sul-americano, o
zagueiro comemorou os títulos do Campeonato Mineiro e da Copa das
Confederações.
Réver: capitão e símbolo do Galo (Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) |
Réver é só elogios às condições de trabalho
oferecidas no Atlético, onde ostenta posto de ídolo. "Temos também uma
excelente estrutura fora de campo e isso contribui muito", pontua.
Sonhando com a Copa de 2014 e em sintonia com o torcedor atleticano, ele
espera renovar o vínculo, que expira em julho de 2014. "Minha ideia é
ficar no Atlético durante muitos anos", acrescenta.
Você
chegou ao Atlético em 2010, no começo da 'gestão Kalil'. Em 2010 e 2011, os
resultados ficaram aquém das expectativas - e o time lutou contra o
rebaixamento. Em 2012, a conquista 'bateu na trave'. Qual foi a principal
mudança, para que o clube chegasse ao título neste ano?
Acho que foi um conjunto. A equipe se reforçou,
ganhou em qualidade. Temos também uma excelente estrutura fora de campo e isso
contribui muito. Futebol é difícil de explicar, às vezes as coisas não saem
como esperamos, mas o mais importante é que estamos bem e conseguimos
conquistar um importante título, que foi a Libertadores.
Em maio,
você se tornou, ao lado do Luizinho, que atuou no clube mineiro entre 78 e 89,
o defensor com o maior número de gols da história atleticana. Apesar de ter
sido premiado nos últimos cinco anos, destacando-se pela regularidade, você crê
que vive, hoje, o melhor momento da carreira?
Sim. Graças a Deus estou vivendo uma grande fase,
no Atlético e na seleção. Este ano conquistei tudo que disputei (Campeonato
Mineiro, Copa Libertadores e Copa das Confederações).
Entre
janeiro e julho de 2010, você teve uma passagem de pouco brilho pela Europa. Na
volta ao Brasil, no Atlético, você recobrou o posto de ídolo, que tinha no
Grêmio. Ao fim de seu atual contrato, em julho de 2014, você pensa em retornar
à Europa? Ou seguir no Brasil é prioridade?
Não tenho mais a intenção de retornar à Europa.
Minha ideia é ficar no Atlético durante muitos anos. Estou muito bem no clube,
eu e minha família nos adaptamos muito bem em Belo Horizonte e nossa ideia é
ficar aqui durante um bom tempo.
Principal
revelação do Atlético nos últimos anos, o meia-atacante Bernard foi negociado
com o Shakthar Donetsk, por R$ 77 milhões. Por tradição, a Ucrânia não é
'ponte' para os principais mercados. Você acredita que a pouca exposição pode
prejudicar o jogador, a um ano da Copa?
A Ucrânia não é tão vista como outros grandes
centros na Europa, embora o Shakhtar seja um clube de expressão hoje e que
negocia muitos jogadores para os grandes clubes. A proposta foi muito boa para
o jogador e para o Atlético, era difícil recusar. Sobre sua convocação, os
treinadores têm acompanhado os jogos na Ucrânia, tanto que outros jogadores que
jogavam lá foram convocados recentemente. Acho que o fato de jogar lá não vai
atrapalhá-lo e ele vai estar na Copa do Mundo de 2014.
Entre
maio de 2012 e julho de 2013, o Atlético manteve uma série de 38 duelos sem
derrota na Arena Independência. Até que ponto essa marca e a união com o
torcedor foram determinantes para a conquista da Libertadores?
Com certeza isso foi determinante. A sintonia que
temos com a torcida é fora do comum e nos incentiva muito. O apoio do torcedor
durante os 90 minutos nos ajudava a conseguir as vitórias durante a
Libertadores. Infelizmente perdemos a invencibilidade, mas esta ligação entre
torcida e time pode nos levar ainda mais longe.
Aos 48'
do segundo tempo, nas quartas de final, pênalti para o Tijuana. Com o pé esquerdo,
o goleiro Victor impediu a eliminação do Galo, transformando o medo em euforia,
na Arena Independência. Você concorda que aquele foi o momento mais marcante
da trajetória rumo ao título?
Acredito que sim. Foi um lance de muita
expectativa e o Victor, com muita competência, nos ajudou a classificar. Foram
alguns momentos muito marcantes na Libertadores, mas este eu acredito que seja
o que vai entrar para a história do clube.
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