Eu, tu, eles. Nós acreditamos!

Vinícius Dias

Hoje, não... Hoje, sim! Nas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1987, Flamengo e Inter puseram um ponto final no sonho de Atlético e Cruzeiro, respectivamente, se encontrarem em uma final nacional. 27 anos depois, a quarta-feira foi de festa em Belo Horizonte. A noite que colocou o Galo na inédita decisão diante da Raposa, que chega pela sexta vez, teve emoção, paixão e reviravoltas que fizeram as vagas na decisão mudarem de mãos várias vezes durante os 90 minutos.


Quando soou o apito inicial - eram 22h03 -, o 0 a 0 classificava Cruzeiro e Flamengo, vencedores dos jogos de ida. Mas, logo a um minuto, Robinho abriu a contagem após contra-ataque pela esquerda. Repetido o placar do Mineirão, a decisão iria para os pênaltis na Vila. Até os 7', quando Marcelo Moreno completou para as redes a ótima jogada do lateral Ceará. O Peixe precisava de mais dois gols para avançar à final. No Mineirão, o marcador seguia em branco.

Moreno e Willian: os heróis cruzeirenses
(Créditos: Daniel Vorley/Light Press/Cruzeiro)

O cronômetro apontava 34 minutos quando o meia Éverton - até então, dúvida - bateu os defensores alvinegros e abriu o placar. Flamengo 1 a 0. Agora, o Galo precisava de, no mínimo, quatro gols. O Mineirão respondia. 'Eu acredito!'. Ainda na primeira etapa, aos 41 minutos, Carlos empatou, em um gesto de 'eu também acredito'. Intervalo no Mineirão, gol na Vila. Gabriel recolocou o Santos em vantagem, aos 47, após o polêmico pênalti cometido pelo zagueiro Léo.

Difícil, mas possível

Na etapa final, após 12 minutos de pressão, Maicosuel recebeu de Luan e sacramentou a virada alvinegra. Com atraso de cinco minutos, o duelo na Vila seguia em ritmo acelerado. Aos 13', Rildo marcou o terceiro do Peixe. Àquela altura, o clube praiano faria final contra o Flamengo. Mas o Atlético insistia. Aos 36 minutos, Dátolo acertou belo chute no canto esquerdo de Paulo Victor. Faltava um gol para o Galo reeditar o milagre. E ele veio. Aos 39', Luan anotou: 4 a 1.

Diego Tardelli: símbolo da raça alvinegra
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Agora era o Cruzeiro quem precisava de um gol. O jogo ainda estava com 35 minutos quando Willian tocou na saída de Aranha: 3 a 2. No Mineirão, apito final. Em Santos, outro gol. Na dúvida entre se defender e buscar o ataque, a Raposa chegou ao empate. De novo, com Willian, após contra-ataque de manual iniciado por Ceará. A expressão dos jogadores celestes traduzia o alívio: 3 a 3.

Ontem, festa e a certeza de que o Brasil é dos mineiros.
Nesta quinta, fica a pergunta: quem é o dono de Minas?

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