5º maior artilheiro da história do clube celeste, atleta baiano
exibe confiança em conquista: 'torcedor vai empurrar', afirma

Vinícius Dias

Há pouco mais de dois anos, Marcelo Ramos deixou os gramados. A vida distante dos holofotes em Salvador, terra natal, contudo, não minimiza o passado de glórias, traçadas em boa parte com a camisa do Cruzeiro. Em três passagens pelo time celeste, entre os anos de 1995 e 2003, o atleta baiano disputou 360 partidas, marcando 162 gols. Tempo suficiente para Marcelo marcar presença em 14 títulos, se tornar o 5º maior artilheiro da história da Raposa e conservar um sentimento especial pelo clube e pelos torcedores azuis.


Nesta quarta-feira, na decisão da Copa do Brasil, ele vai reforçar a torcida celeste ante o Atlético. "O Brasileirão já foi conquistado. Mas, se ganhar a Copa do Brasil diante do Atlético, terá um gostinho especial, com todo o respeito", pontua. Há 11 anos, no entanto, a realidade era outra. Marcelo estava em campo e, aos 43 minutos da etapa final, recebeu passe de Alex, de calcanhar, para selar a vitória sobre o rival, por 4 a 2, na 6ª rodada do Campeonato Mineiro.

Marcelo Ramos: homenagem na Toca
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

"Recebi uma ótima assistência do Alex, como ele mesmo diz, e fiz um gol bonito. Acho que (o cenário) combina com o que o Cruzeiro está vivendo hoje, inclusive", fala Marcelo. O clássico, definido pelo ex-atacante como o mais especial de sua carreira, marcaria uma caminhada sem sustos rumo à primeira das três taças de 2003, ano da Tríplice Coroa. "Eu estava saindo do banco e o meu ciclo no clube já estava se fechando, por isso esse jogo me marcou", acrescenta.

'De goleada, ainda melhor'

Ramos também jamais se esquecerá da goleada, por 5 a 1, na decisão da Copa dos Campeões Mineiros, disputada quatro anos antes. "Foi legal 'pra caramba', porque ganhar de cinco em um clássico não acontece direto. O Cruzeiro, nos últimos anos, fez isso mais vezes. Mas, realmente, foi uma sensação especial. Ganhar o clássico já é bom demais. De goleada, ainda melhor", recorda, tomado pela saudade.

Atacante vestiu a 9 celeste em 1998
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo)

Quando o assunto é a final desta quarta, o ex-camisa 9 exibe o otimismo. "Vai dar certo, vai dar certo. Tudo pode acontecer no futebol, a torcida vai empurrar com Mineirão lotado e, se Deus quiser, a gente vai ganhar esse título também", diz. Enquanto Marcelo assistirá à partida pela televisão, o filho mais velho, que carrega seu nome, virá ao estádio. "É uma alegria ele poder ir. Isso é muito bom e tomara que ele leve sorte para o Cruzeiro", completa o pai.

Willian: candidato a herói

Como nos velhos tempos de artilheiro, o baiano não se recusa a arriscar. "Claro que o time tem Ricardo Goulart, Marcelo Moreno, que é um jogador de bom nível, tem Éverton Ribeiro, mas eu aposto no Willian". A confiança no ex-companheiro de Atlético/PR é justificada. "Está em uma fase muito boa, já decidiu (nas semifinais) contra o Santos, e é um cara que é muito humilde, escuta muito as pessoas". A bola está com Willian. Marcelo e seu filho querem comemorar.

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